sábado, 5 de fevereiro de 2011

O pós-Lula e o início da era Dilma

Após oito anos, acabou (ao menos por enquanto), o governo Lula. Foi um governo marcante, sem dúvida. Foi um marco histórico. Eu não tenho dúvida de que no futuro o Brasil será lembrado por épocas distintas: antes e depois de Lula.
Os avanços sociais e econômicos foram marcantes. O Brasil melhorou em todas as áreas.
Evidente que o governo teve suas falhas, mas o saldo foi mais do que positivo.

O que vemos no Pós-Lula é que as grandes redes da imprensa brasileira continuam tentando desconstituir a imagem e o trabalho de Lula. Elas não se conformam e jamais se conformarão com o fato Dele ter feito o sucesso que fez. Com Lula fora da presidência, julgam que seja mais fácil. A grande imprensa passou oito anos tentando derrubar Lula e não conseguiu. Agora tentam derreter sua popularidade para impedir que ele tente uma nova candidatura em 2014 ou 2018.

Para dar andamento ao seu intento, a imprensa eventualmente exalta algumas coisas do governo Dilma e faz questão de colocá-las em confronto com o antecessor. Ao menos por enquanto é o caminho que tentam trilhar. Enquanto isso, pensam em uma forma de atacar Dilma. Discreta e com perfil de gestora, Dilma deixa poucos flancos. É como um lutador que conhece o adversário e sabe de onde virão os golpes, por isso sabe se proteger.

A ação mais forte da imprensa oposicionista tem sido tentar atacar todos os anúncios feitos pelo governo. Nessa semana Dilma anunciou remédios grátis para diabetes e hipertensão. A Globo logo tratou de trazer reportagens com "especialistas" no assunto, criticando a medida, alegando-a incompleta. Evidente que seria subjugar a inteligência da Presidenta acreditar que ela imagina resolver todos os problemas da saúde pública com essa medida. Mas trata-se de uma ação importante. Outras tantas virão, podem ter certeza. O governo está no rumo. Dilma sabe o que fazer e está peitando representantes da políticagem mesquinha como poucos tiveram coragem de fazer. demonstrou isso ao nomear Decat para a Presidência de Furnas. Quer mais perfis técnicos e menos políticos.

Apesar das dificuldades impostas pela política, Dilma demonstra coragem e autoridade. Resta saber como vão se comportar os fisiologistas de plantão, principalmente os peemedebistas, daqui em diante. A oposição, via PSDB, está tentando minar a base aliada, alegando falta de habilidade da Presidenta. Visivelmente é uma tentativa de cooptar aliados. Oferecendo em troca o quê mesmo? Ninguém sabe. Aí reside a grande chance do insucesso.

O início de Dilma é promissor, mas além do fogo amigo do PMDB, há o fogo amigo dos sindicalistas. Numa tentativa clara de limpar de seus nomes a sujeira deixada pela aprovação do auto-reajuste dos deputados, integrantes da base aliada ligados ao movimento sindical tentam iniciar um movimento por salário mínimo de R$ 580,00. Estão usando de seu direito e obviamente deixaria muita gente feliz, inclusive a oposição. Nesse caso não seria pelos resultados sobre o poder de compra do povo. Acontece que os R$ 545,00 propostos pelo governo vem ao encontro de acordo realizado em 2007 com os mesmos sindicalistas e sua manutenção é fundamental para evitar rombos maiores na previdência e evitar novas pressões inflacionárias. Pelo acordo, os reajustes do mínimo são definidos de acordo com a inflação e o PIB. Nessa mesma lógica, já está garantido para 2012 um reajuste de pelo menos 10% para o salário mínimo. Sindicalistas sabem disso. Postura intransigente nesse momento é tiro no próprio pé. Espera-se que percebam isso.

Mas bem que a Dilma poderia aceitar reajustar a tabela do imposto de renda!!!!

Pano rápido.