terça-feira, 28 de setembro de 2010

DENÚNCIA DE INTERFERÊNCIA NA ELEIÇÃO

Está sendo noticiado amplamente, em vários blogs, como Luis Nassif e Paulo Henrique Amorim, que se prepara um novo golpe para essa eleição. Essa informação já vem sendo divulgada há algum tempo.

Tudo estaria sendo preparado para levar a eleição ao segundo turno e tentar derrotar Dilma. O golpe seria orquestrado em etapas, dentre elas: pesquisas forjadas com Dilma caindo, depoimentos e "escândalos" também forjados ou distorcidos para atender ao interesse da grande mídia e da direita conservadora.

Eu, que ouvi falar da participação da imprensa no golpe que institui a ditadura e que ví golpes como o de 1989, que derrubou Lula e elegeu Collor, pensei que essa fase já tinha acabado. Sinceramente custo a crer que isso seja verdade. O Brasil e o povo brasileiro não merecem. Mas, pelo que conheço da direita xenófoba brasileira e da nossa imprensa golpista, também não duvido.

Eu ainda continuo acreditando que o povo brasileiro já está vacinado contra esse tipo de coisa. Mas, pelo que tenho visto, a politização do nosso voto é baixíssima. Assim, não duvido que eu possa estar enganado.

Enfim, cabe a nós, cidadãos de bem desse país, lutarmos contra esse novo tipo de dominação. Isso sim é ameaça à democracia e não o engodo, a mentira, que tentam aplicar dizendo que o governo cerceia a imprensa. O Brasil tem uma das imprensas mais livres do mundo. EXAGERADAMENTE livre, no meu ponto de vista. Por isso é que se dá ao direito de enaltecer ou destruir quem for de seu interesse.

Tomara que eu não me decepcione e que no final das contas esse plano não se confirme. Que Deus abençoe o povo brasileiro.

sábado, 25 de setembro de 2010

O CONSERVADORISMO AINDA RESISTE

Tenho estado profundamente impressionado com alguns acontecimentos nesses últimos dias de campanha eleitoral. As maiores deficiências morais e o total atraso de parte da nossa sociedade nunca foi tão evidente.

De um lado, vemos eclodir suspeitas de corrupção. A oposição vai para cima acusando e batendo, sem olhar onde. Quem estiver na frente apanha, mas a candidata do governo continua sendo o alvo preferido, afinal está na frente nas pesquisas. Os acusados, declarados desde já culpados e, sem qualquer direito a defesa, são execrados. Será que essas suspeitas foram percebidas apenas agora? Não. Já se sabia antes, mas por questões óbvias, somente veio à tona na época da eleição. Erraram os suspeitos? Que se investigue e se a justiça entender que são culpados, que sejam punidos exemplarmente. O que não se pode é fazer ilações com fins eleitoreiros.

Opositores se comportam como se fossem os arautos da honestidade. Combinemos: apenas para quem não se lembra do que foi o governo de FHC, Serra e Cia. Santo, ao menos na terra, não existe. O que existe é que uns investigam, punem e afastam (vide o exemplar trabalho que a Polícia Federal está fazendo, conselho de ética da presidência, etc.), outros, escondem toda a sujeira para debaixo do tapete e ficam numa desfaçatez de dar nojo.

A imprensa, somente não declara voto para não ficar impedida de continuar sua campanha, mas todo mundo sabe que tem lado. E o que a move? Interesses, claro, econômicos. Lula não monopolizou recursos da propaganda oficial, criou uma agência estatal, incentivou a internet livre, abriu novas concessões para empresas de comunicação e incentivou a educação. Quer dizer, contribuiu sobremaneira para reduzir o poder das gigantes da imprensa brasileira, que viram reduzir sua dominação. Para tentar brecar esse avanço da liberdade, só mesmo uma derrota de Dilma. Aliás, recentemente o resultado parcial de uma pesquisa no Portal Imprensa apontava que apenas 24% da população aprova a grade de programação televisiva brasileira. Os números falam por si.

E qual o caminho para a grande mídia? Alardear a corrupção até causar medo (sem provas e como se tivesse nascido com Lula e Dilma e fosse morrer com eles) e que Lula e Dilma são contra a imprensa livre. O maior absurdo que já se ouviu. Alguém em são consciência acredita que pessoas que viveram, foram presos e torturados pela ditadura vão querer “reprisar o filme”? Os próprios correspondentes estrangeiros que vivem no Brasil não entendem essa acusação leviana. Segundo o correspondente do Jornal britânico Financial Times no Brasil, Jonathan Wheatley, temos uma das imprensas mais livres do mundo.

Em que outro lugar do mundo um presidente ou qualquer pessoa comum agüentaria as baixarias que a Revista Veja e a Folha de São Paulo já publicaram contra Lula? Em que outro país do mundo a imprensa acusa, exalta ou derruba quem quiser em apenas um golpe sem direito a defesa? Poucos. Pois é, a imprensa brasileira é exageradamente livre. Em uma democracia de verdade, os direitos das pessoas precisam ser respeitados. A imprensa brasileira não respeita. Aliás, respeita apenas daqueles que lhes interessa. Alguns questionarão se nos EUA não há mais liberdade. Acontece que, nos EUA, a imprensa declara voto, tem lado e alardeia isso. Então, todo mundo sabe quem é quem e pode escolher o que quer ler, assistir ou ouvir. Aqui não. Aqui o fazem de modo sorrateiro, disfarçado de “liberdade” e a população fica, mas está deixando de ser, refém.

Todo e qualquer acontecimento que fuja a normalidade é atribuído a “interesse político”. Parou o trem em São Paulo. Foi o Mercadante e a Dilma, claro, entre meio a um comício e outro, sabe como é.....

Provas? que nada, afinal é eleição e, como em tantas outras oportunidades, parece que vale tudo para conquistar votos. Princípios? Bobagem; coisa ultrapassada; a questão é chegar ao poder, depois “a gente vê como fica”, pensam.

Promessas eclodem de todo tipo. Serão cumpridas? “Bom, agora é eleição, depois é outro papo”, pensam.

Na internet pipocam vídeos bisonhos contra a candidata de Lula. Vídeos apócrifos, claro, como manda a boa regra da traquinagem política. E o TSE? Não pode punir porque não têm provas de quem fez. Ok, mas então que se tire do ar e se investigue a autoria. Mas, parece que vai mesmo é “lavar as mãos”.

A oposição brada que Lula e Dilma estão unidos a alguns “caciques” da política nacional, os mesmos aos quais eles próprios já se uniram no passado. Aliás, esquecendo que ela própria, a oposição, mantém-se alinhada à maioria dos usurpadores da liberdade e da dignidade do nosso povo em passado não muito distante. E, nesse caso, não é por apoio, mas por ideologia.

Então, em relação aos apoios polêmicos a Lula e Dilma, é preciso entender que: Primeiro, apoio não se pode rejeitar de ninguém. Segundo, receber apoio não significa alinhar-se ao apoiador. Terceiro, não se pode governar sem apoio político. A política brasileira tem essa peculiaridade, que exige alianças e negociação no Congresso para aprovar projetos. Sempre foi assim e só vai mudar quando houver uma autêntica reforma política e moral em toda nossa sociedade. Não podemos esquecer que o político reflete o que é a sociedade. Portanto, nós, a sociedade, é que precisamos mudar e tirar os velhacos da política. Se Lula ignorasse a realidade atual não conseguiria fazer nada do que fez e, provavelmente, teria sido destituído da presidência antes do fim do primeiro mandato.

Quanto às entrevistas dos candidatos aos canais de televisão, principalmente na Globo, é fácil perceber que procuram falar somente da personalidade e dos supostos casos de corrupção. Debate de idéias e questionamento sobre o projeto para o país pouco, quase nada. Fico decepcionado quando vejo jornalistas inteligentes como William Bonner, Fátima Bernardes, William Waack, dentre outros, se comportando como moleques. Fico enraivecido quando vejo Merval Pereira falando e escrevendo de forma parcial, desconsiderando fatos, negligenciando a história. Em recente programa na Globonews, Merval Pereira disse que Lula deveria ter ficado neutro nessa eleição, como fez FHC quando ele se elegeu. Claro, ficaria mais fácil derrotar Dilma. Primeiro, Lula está certo em defender a candidata que ele próprio escolheu para dar continuidade ao que ele iniciou. É natural que isso aconteça, em qualquer lugar do mundo. Aqui nossa imprensa acha que não pode, mas só o Lula não pode. Segundo, FHC defendeu seu candidato (José Serra) em 2002 e só não apareceu mais porque os marqueteiros não deixaram. Popularidade na lona.

Fico impressionado quando vejo o candidato Serra ameaçar abandonar entrevista porque lhe perguntam sobre aquilo que ele mais fala: corrupção. Ah! Acontece que esse canal de TV não faz parte dos seus aliados e certamente teria visão mais imparcial. Circula amplamente pela Internet o áudio em que Serra chega a ser grosseiro com a jornalista Marcia Peltier da CNT, que, aliás, possui o vídeo mas o escondeu.

Fico triste quando vejo parte da nossa sociedade e, mais uma vez a imprensa, defender que o Brasil contrarie sua tradição de diálogo e defesa da paz e se alinhe ao radicalismo americano contra o Irã, ignorando completamente o fato de que o maior prejudicado não será o Ditador iraniano, mas o povo iraniano, já tão empobrecido. Parece que ver o Brasil sendo independente dos americanos incomoda. Ver o Brasil negociando com o mundo todo, abrindo embaixadas em vários países, ampliando seu leque de alternativas comerciais incomoda. Sempre ouvi o ditado de que não se pode colocar todos os ovos em um único sexto. É o que Lula está fazendo. Mas o conservadorismo brasileiro segue célere na sua nostalgia do Brasi colônia. Preferiam o Brasil suplicando uns trocados ao FMI. Hoje o Brasil empresta ao FMI, algo inimaginável poucos anos atrás.

Entretanto, não é só a mídia, a oposição e o conservadorismo xenófobo que cometem barbaridades. Muita gente está embarcando nessa onda. Vejo na Internet Blogs publicando charges de um homem matando o presidente; protestos em Brasília, pasmem, de estudantes, chamando Dilma de anticristo (menos mal que eram apenas 10); vejo gente reproduzindo e acreditando em todo tipo de e-mail que circula falando as maiores barbaridades; vejo gente esquecendo os enormes avanços do Brasil nesses últimos anos; vejo uma candidata que outrora era de esquerda e que, magoada por não ter sido ungida com a benção do presidente e por ter que dialogar com ministros que pensam diferente, resolveu trocar de lado, apresentando-se como novidade; como alguém que vai “dialogar” com todos.

O conservadorismo brasileiro ainda não se conformou com a reviravolta na economia nacional que contribuiu para lhe tirar privilégios; ainda não se conformou em ter um metalúrgico sem um dedo, apenas com primário e curso de torneiro mecânico na presidência. Causa-lhes raiva saber que esse emergente social, retirante nordestino, conseguiu mudar o país e vai entrar para a história como um dos maiores presidentes que o mundo já viu. Causa-lhes pânico imaginar que esse mesmo presidente pode eleger sua sucessora e que ela vai dar continuidade ao que ele começou. Uma mulher na presidência? É mesmo o fim para quem sempre defendeu castas e privilégios de toda ordem.

E nós seguimos, sem um debate de idéias e de propostas; sem um debate de alto nível como merece o povo brasileiro.

Enfim, essa eleição, vai ficar marcada na minha mente como uma das mais despolitizadas. Prova inequívoca de que a sociedade brasileira ainda tem muito que avançar na educação, na moral e nos valores.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Enquanto a chaleira chia...

Aproveitando o 20 de setembro, acredito que vivemos um momento em que precisamos tirar da garupa do nosso Brasil esses gaudérios que há anos aparecem como os arautos da moral e da ética, mas que na verdade sempre "mamaram nas tetas" do governo; se locupletaram com o dinheiro público e de concreto nada fizeram pelo bem da população. Como diz uma colega minha, incomodam mais que um bando de leitões guachos. Cada eleição aparecem e se apresentam como se a partir de agora fossem fazer tudo o que não fizeram em anos e anos de profissão, sim , profissão. Criticam os outros como se eles próprios fossem as pessoas mais honestas que os olhos de Deus já viram sobre a terra. Pura desfaçatez. São lobos tentando se vestir de cordeiro apenas para ganhar a eleição; o poder; ah, O poder!

E tem outra: em geral, esse velhos "caciques" da política tem o total apoio da mídia. A eleição de Lula foi uma pedra no sapato dos Marinho e sua Rede Globo, que alguns mais fundamentalistas dizem ser o “olho da besta” citado no Apocalipse. Junte-se a Revista Veja, a Folha de São Paulo, a RBS e outros meio s de comunicação tradicionais e você tem aquilo que o Ex-governador de São Paulo Cláudio Lembo (DEM), chama de “desequilíbrio”. Na verdade, trata-se de um cartel muito bem orquestrado. Como diz Luis Nassif, um órgão da imprensa lança a notícia e os outros comparsas ficam repercutindo durante alguns dias. Agora, então, às vésperas da eleição, chovem todos os dias denúncias e mais denúncias, divulgadas sem qualquer rigor jornalístico, a fim de manter acesa a chama da dúvida e tentar a todo custo salvar os virtuais derrotados. A ânsia por afetar a campanha de Dilma não tem limites; são capazes de qualquer coisa; qualquer coisa. Faltam ainda pouco mais de 15 dias para a eleição. Até lá, ainda há muita trama e sacanagem de todo tipo.

Lendo blogs e revistas que são mais confiáveis e isentos, e mostram os dois lados da moeda, é fácil perceber que nas denúncias contra o governo e sua candidata, há muitos furos e distorções de toda ordem. Sem uma única prova sequer, lançam-se notícias como se fossem verdade absoluta. De uma hora para outra um ilustre desconhecido vira personagem principal nos veículos da Globo, sendo-lhe dado total credibilidade para expor denúncias sem uma única mísera provinha que seja. Os telejornais da Globo não falam em outra coisa. A Revista Veja que persegue Lula de forma implacável há 8 anos está deitando e rolando. A Folha de São Paulo, de tão afoita, chegou a virar motivo de chacota no twitter.

O poder desses velhos “caciques” da política brasileira é bastante conhecido. Eles, ao lado da imprensa, são o verdadeiro polvo, estendendo seus tentáculos na tentativa de preservar o status e o poder. Sabem qual é o maior crime que o Lula cometeu: começou a desmoronar o império dos velhos dinossauros do jornalismo “meia-verdade”. Começou a incentivar a popularização do computador e da internet e também abrir e incentivar novas concessões, para reduzir o poder concentrado nas mãos de meia dúzia de empresas de comunicação.

O brasileiro parece se manter firme nos seus propósitos. Dilma continua bem nas pesquisas. Mas com todo esse barulho e com a já tradicional desconfiança com a classe política, não se sabe o que pode acontecer. O certo é que, precisamos cada vez mais buscar órgãos de imprensa que sejam menos tendenciosos; que sejam mais confiáveis. Precisamos também banir da vida pública essa turma que se beneficia dessa relação sórdida e promiscua com a velha imprensa. O dia está chegando: 3 de outubro.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

As razões que a razão precisa conhecer

Pretendendo contribuir com o processo democrático brasileiro, ainda que de forma muito modesta, me sinto no dever de esclarecer algumas coisas. Abaixo alguns links para notícias e posts no Blog do Nassif, que considero um dos jornalistas mais confiáveis, a respeito do processo eleitoral brasileiro e também da visão que o mundo tem do nosso país.
Hoje o mundo percebe e avalia o Brasil melhor que a própria imprensa brasileira e melhor que muitos de nossos cidadãos. Segue abaixo.

Equilíbrio entre governo e mercado é sucesso no Brasil, diz economista-chefe da OCDE:
http://g1.globo.com/brasil/noticia/2010/09/equilibrio-entre-governo-e-mercado-e-sucesso-no-brasil-diz-economista-chefe-da-ocde.html

Classe média alcança 50% da população brasileira
http://economia.terra.com.br/noticias/noticia.aspx?idNoticia=201009101457_RED_79265527&idtel=

Para entender a idéia fixa do Serra sobre a tal quebra de sigilo:
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/para-entender-a-ideia-fixa-de-serra


CAMPANHA ELEITORIAL
Imprensa abre jogo e rasga a fantasia

http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=606IMQ019

A verdade das eleições

Estamos em pleno período eleitoral e, como eu já previa, quanto mais nos aproximamos das eleições, mais baixaria por parte daqueles que consideram as eleições com iminente risco de perda.
É lamentável que tenhamos ainda esse tipo de política no Brasil. Parece que vale qualquer coisa para ganhar uma eleição. Há dias a campanha de Serra não fala outra coisa senão na tal quebra de sigilo de sua filha e políticos do PSDB. Hoje saiu uma reportagem no SBT, onde fica claro que Serra já sabia há meses da tal quebra de sigilo; inclusive já tinha dado entrevista sobre o caso, sem mencionar qualquer fato político ou eleitoral.
Basta também uma rápida análise em arquivos de reportagens para perceber que a tal quebra de sigilo é algo que, inclusive, já aconteceu no governo do PSDB. O próprio Lula já foi vítima. Porquê, então, agora esse fato ganha tanta repercussão? Parece óbvio. Na impossibilidade de derrotar Dilma no embate de realizações e propostas, até mesmo pela avaliação espetacular do governo, Serra tenta levar no "tapetão".
De fato, evidencia-se que Nassif tem razão: Serra é um político invejoso e que tem no DNA um traço fortíssimo de falta de escrúpulos para atingir seus propósitos. Ou seja, o que estamos vendo é a prática da política: "os fins justificam os meios".
Aliás, se a tal quebra de sigilo de fato ocorreu, e não há nada a esconder, então porque tanto medo?
E porquê a Globo, Veja, Época, Folha de SP, estão dando tanta repercussão ao caso? Simples: porque lhes interessa desgastar Dilma e tentar contribuir para virar o "jogo". Desde que foi eleito Lula tem procurado popularizar o acesso à internet e outros meios de comunicação alternativos. Isso, sem dúvida, representa uma ameação a esses órgãos de imprensa que, históricamente, sempre defenderam a política do "quanto pior melhor". Para eles, obviamente, quanto mais ignorante e desinformado por o povo, mais fácil manipular e dominar, mantendo o poder e o status quo. É a velha política dos "caciques", que nem com a morte de ACM e Roberto Marinho acabou, porquê eles deixaram herdeiros. Infelizmente para o Brasil.
Sinceramente, espero que de fato nossa população tenha consciência política para separar o joio do trigo e para dar um claro recado de que não aceita mais esse tipo de posicionamento mesquinho e aproveitador. Parece que a pior parte dos livros de Maquiavel está na cebeceira de Serra e sua turma, incluindo os órgãos de imprensa que não conseguem esconder suas preferências e interesses. Lamentável; profundamente lamentável para nosso país. Temos um governo que é respeitado e admirado mundo afora. Aqui dentro, a imprensa persegue sistemáticamente o governo e todos que o representam. O pessoal lá de fora não entende. Eu entendo, infelizmente. Saber e perceber certas coisas é dolorido para quem ama o Brasil como eu.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

EM RIO QUE TEM PIRANHA...

Diz o ditado que "em rio que tem piranha, jacaré nada de costas". Então, com tantas notícias e boatos em época de eleiões, resolvi dar minha contribuição. Segue um texto que me parece interessante, de Leandro Fortes (Revista Carta Capital).

Da Carta Capital

O dossiê do dossiê do dossiê...

04/06/2010 13:03:26

Leandro Fortes

No modorrento feriado de Corpus Christi, os leitores dos jornais foram inundados com informações sobre uma trama que envolveria a fabricação de dossiês contra o candidato tucano à Presidência, José Serra, produzidos por gente ligada ao comitê da adversária Dilma Rousseff. O time de espiões teria sido montado pelo jornalista Luiz Lanzetta, dono da agência Lanza, responsável pela contratação de funcionários para a área de comunicação da campanha petista. O primeiro desses documentos seria um relatório sobre as ligações de Verônica Serra, filha do candidato do PSDB, com Verônica Dantas, irmã do banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity. Uma história tão antiga quanto os dinossauros e já relatada inúmeras vezes na última década, inclusive por CartaCapital.

A notícia sobre o suposto dossiê, que ninguém sabe dizer se existe de fato, veio a público em uma reportagem confusa da revista Veja e ganhou lentamente as páginas dos jornais durante a semana até ser brindada com uma forte rea-ção do PSDB e de Serra. Na quarta-feira 2, o pré-candidato tucano acusou Dilma Rousseff de estar por trás da "baixaria" e cobrou explicações. A petista disse que a acusação era uma "falsidade" e o presidente do partido, José Eduardo Dutra, informou que a cúpula da legenda havia decidido interpelar Serra na Justiça por conta das declarações.

Os boatos sobre a fábrica de dossiês parecem ser fruto de uma disputa interna entre dois grupos petistas interessados em comandar a estrutura de comunicação da campanha de Dilma Rousseff, um ligado a Lanzetta, outro ao deputado estadual Rui Falcão. A origem dessa confusão era, porém, desconhecida do público, até agora. CartaCapital teve acesso a parte do tal "dossiê" que gerou toda essa especulação. Trata-se, na verdade, de um livro ainda não publicado com 14 capítulos intitulado Os Porões da Privataria, do jornalista Amaury Ribeiro Jr.

O livro descreve com minúcias o que seria a participação de Serra e aliados tucanos nos bastidores das privatizações durante os dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso. É um arrazoado cujo conteúdo seria particularmente constrangedor para o pré-candidato e outros tantos tucanos poderosos dos anos FHC. Entre os investigados por Ribeiro Jr. estão também três parentes de Serra: a filha Verônica, o genro Alexandre Bourgeois e o primo Gregório Marin Preciado. Está sendo produzido há cerca de dois anos e nada tem a ver com a suposta intenção petista de fabricar acusações contra o adversário.

É essa a origem das informações sobre a existência do tal "dossiê" contra a filha de Serra. E a razão de os tucanos terem lançado um ataque preventivo às informações que constam do livro. De fato, Ribeiro Jr. dedicou-se a apurar os negócios de Verônica. Repórter experiente com passagens em várias redações da imprensa brasileira, Ribeiro Jr. iniciou as apurações a pedido do seu último empregador, o Grupo Diá-rios Associados, que congrega, entre outros, os jornais Correio Braziliense e O Estado de Minas. O livro narra, por exemplo, supostos benefícios obtidos por Marin Preciado em instituições financeiras públicas, entre elas o Banco do Brasil, na época em que outro ex-tesoureiro de Serra, Ricardo Sérgio de Oliveira, trabalhava lá. Para quem não se lembra, Oliveira ficou famoso após a divulgação de sua famosa frase "no limite da irresponsabilidade" no conjunto dos grampos do BNDES.

Em uma entrevista que será usada como peça de divulgação do livro e à qual CartaCapital teve acesso, Ribeiro Jr. afirma que a investigação que desaguou no livro começou há dois anos. À época, explica, havia uma movimentação, atribuída ao deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ), visceralmente ligado a Serra, para usar arapongas e investigar a vida do governador tucano Aécio Neves, de Minas Gerais. Justamente quando Aécio disputava a indicação como candidato à Presidência pelos tucanos. "O interesse suposto seria o de flagrar o adversário de Serra em situações escabrosas ou escândalos para tirá-lo do páreo", diz o jornalista. "Entrei em campo, pelo outro lado, para averiguar o lado mais sombrio das privatizações, propinas, lavagem de dinheiro e sumiço de dinheiro público."

A ligação feita entre o nome de Ribeiro Jr. e o anunciado esquema de espionagem do comitê de Dilma deveu-se a um encontro entre ele e Lanzetta, em Brasília, no qual se especulou sobre sua contratação para a equipe de comunicação da campanha petista. Vencedor de três prêmios Esso e quatro prêmios Vladimir Herzog, entre muitos outros, Ribeiro Jr., 47 anos, é conhecido por desencavar boas histórias. Herdeiro de uma pizzaria e uma fazenda em Campo Grande (MS) e ocupado com a finalização do livro, o jornalista recusou o convite.

Na entrevista de divulgação do livro, Ribeiro Jr. afirma que a obra estabelece a ligação de diversos tucanos com as privatizações e desnuda inúmeras ações com empresas offshore para fazer entrar no Brasil dinheiro oriundo de paraísos fiscais. "São operações complicadas e necessitam ser explicadas com cuidado para os brasileiros perceberem o quanto foram lesados e em quanto mais poderão ser."

A aproximação entre Ribeiro Jr. e Lanzetta, contudo, teria sido suficiente para que grupos interessados em ganhar espaço na campanha petista desencadeassem uma onda de boatos sobre a formação de um time de contraespionagem para produzir dossiês contra os tucanos. Diante do precedente dos "aloprados" do PT, a mídia embarcou com entusiasmo na versão depois assumida com tanto vigor pelos próceres tucanos. É mais um não fato da campanha.

O mesmo fenômeno envolveu o ex--delegado federal Onésimo de Souza, especialista em contraespionagem que chegou a oferecer serviços ao PT de vigilância e rastreamento de escutas telefônicas. Como cobrou caro demais, acabou descartado, mas foi apontado como futuro integrante da tal equipe de arapongas de Dilma Rousseff.

Por ordem da pré-candidata, qualquer assunto relativo a dossiê e afins está proibido no comitê de campanha instalado numa casa do Lago Sul de Brasília. Dilma se diz "estarrecida" com as acusações veiculadas, primeiro, na revista Veja e, em seguida, por diversos outros veículos - sempre com foco na suposta espionagem, nunca no conteúdo do suposto dossiê. Aos auxiliares, a petista mandou avisar que não aceitará, "em hipótese alguma", a confecção de dossiês durante a campanha e demitirá sumariamente quem se envolver com tal expediente.