segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Oposição só se atrapalha com agenda negativa, diz Arretche

Por raquel_
Do Valor
"Escândalos prejudicam a oposição"
Por Cristian Klein | De São Paulo

Longe de colher os benefícios pela queda recorde de sete ministros, seis deles acusados de corrupção, no primeiro ano de governo Dilma Rousseff, a oposição entrou numa agenda negativa que atrapalha e atrasa seus planos de voltar ao poder. Não consegue grudar na presidente o rótulo de comandante de uma administração suja e, ao mesmo tempo, desperdiça tempo fundamental para criar uma marca forte perante o eleitorado. Para a cientista política Marta Arretche, professora e pesquisadora da USP e do Cebrap, é esse caminho sem saída, batendo contra a parede, que a oposição continua sua trajetória errática. As lições de 2005 e 2006 não foram aprendidas. Escândalos de corrupção, por maiores que sejam, não garantem retorno eleitoral, quando o governo de plantão entrega a mercadoria que seu cliente quer: bem-estar. "Como os escândalos são generalizados, o eleitor considera que a melhor opção, que seria alguém que não é corrupto e lhe traga benefícios, não existe. Então, ele vai para a segunda opção", diz.

Especialista em políticas públicas e (des)centralização, Marta Arretche afirma que Dilma, em 2011, já fez várias apostas do que poderá ser a marca de seu mandato. Duas se destacam: a derrubada da taxa de juros e o investimento pesado na habitação. Explica porque a saúde vai melhor do que a educação no Brasil. Critica o furor nacional por reformas, seja à direita ou à esquerda. E constata a continuidade, em Dilma, da tradição centralista, traço compartilhado pela elite política brasileira. A seguir, leia os principais trechos da entrevista de Marta Arretche concedida aoValor:

Valor: O primeiro ano já indica qual será a marca de Dilma?

Marta Arretche: Quais parecem ser as apostas? Uma delas é trazer a economia brasileira para um patamar de juros mais baixo. Aparentemente, ela está jogando muitas fichas neste caminho. Há a aposta do Brasil sem Miséria, um programa mais complexo, mais integrado que o Bolsa Família. Outra aposta é a do Minha Casa Minha Vida. Se for bem-sucedida, ela terá entrado para a história como a presidente que mais construiu habitações para a população de baixa renda, mais do que toda a história do BNH [Banco Nacional de Habitação, que existiu entre 1964 e 1986]. E há a aposta [do combate à] corrupção, que até momento parece ter rendido bons dividendos.

Os indicadores de saúde dependem mais da renda do que os da educação; isso mostra o avanço da atenção básica"

Valor: As trocas de ministros atrapalham o desenvolvimento das políticas públicas?

Arretche: Parte do problema está fora da alçada da presidente, pois, se os partidos continuarem a indicar para postos-chaves - e a presidente aceitar - pessoas que venham a ser denunciadas, os escândalos tenderão a continuar ocorrendo. O que tem sido menos avaliado pelos analistas é como a oposição é prejudicada pelos escândalos de corrupção. As evidências que temos é que os escândalos têm baixo impacto eleitoral negativo sobre presidentes que tenham sido bem-sucedidos. Como a principal agenda da oposição é de denunciar a corrupção, ela perde oportunidades de vender a sua marca, suas políticas. Há um debate sobre o Plano Nacional de Educação. Você sabe qual é a opinião da oposição? Os escândalos não impuseram os custos eleitorais que a oposição parece esperar deles.

Valor: Por que não há ganho eleitoral com as denúncias?

Arretche: Como os escândalos são generalizados e atingem todos os partidos, o eleitor considera que a melhor opção, que seria alguém que não é corrupto e lhe traga benefícios, não existe. Então, o eleitor vai para a segunda opção. Dado que todos são iguais, prefiro aquele que, apesar de ser corrupto, me traz benefícios.

Valor: É o "rouba, mas faz"?

Arretche: É a lógica do "todos roubam". Nenhum partido se credencia como aquele imune a práticas corruptas, uma vez que tenha acesso ao cheque. O que diferencia os partidos? Aqueles que acrescentam algum bem-estar. É preciso estudar mais o tema. Mas parece que o custo eleitoral da denúncia de corrupção é maior no Legislativo, onde o eleitor tem mais escolhas, do que no Executivo. A taxa de reeleição dos deputados federais listados no escândalo do mensalão foi muito pequena.

Valor: Com ajuste fiscal e redução nos investimentos do governo federal, o provimento de bem-estar não fica comprometido?

Arretche: Não vejo sinais de que [o ajuste fiscal] seja a única prioridade. Ele não será um impedimento para outras políticas destinadas a promover o investimento e o emprego. Há um risco de recessão e, portanto, é preciso ter uma política interna de expansão. Essa parece ser uma das grandes prioridades da presidente. Tudo está armado para que o Minha Casa Minha Vida tenha alta prioridade. O programa de reforma de estradas e de infraestrutura viária está bastante armado. Completar a reforma previdenciária está na pauta do Congresso. Um programa de desoneração da empresa brasileira - voltado a atender as base sociais do partido, que quer a manutenção do emprego - também.

Valor: O governo continuará com programas sociais e de infraestrutura custosos, mesmo com ajuste?

Arretche: É o que foi maturado neste ano. Até diria que esses programas têm tido uma maior lentidão na implementação. Porque, de um lado, são mais lentos mesmo, por sua natureza, e, de outro, porque as instituições de controle de irregularidades no Brasil funcionam e tornam os programas mais lentos.

Valor: A maior fiscalização é causa do ritmo mais lento?

Arretche: Está entre os principais fatores. Não é à toa que a presidente aprovou no Congresso uma medida que em algumas áreas torna as licitações mais rápidas.

Valor: O fato de o governo se dar ao luxo de investir em áreas, como a de saneamento, cujo retorno eleitoral não é imediato, tem a ver com o enfraquecimento da oposição?

Arretche: Governos estão sempre atentos ao calendário eleitoral. Mas eles também têm uma agenda que tem a ver com questões programáticas e com as suas bases sociais. Um programa habitacional de larga escala como o Minha Casa Minha Vida atende a esse objetivo. Cria postos de trabalho, emprega mão de obra baixamente qualificada, expande benefícios sociais para camadas de baixa renda, cria demanda para diversos setores industriais. A teoria tradicional diz que governos de base operária tendem a preferir oferecer emprego, mesmo que à custa de alguma inflação, ao passo que governos mais à direita tendem a preferir baixa inflação mesmo que à custa do emprego.

Valor: Se a oposição tivesse vencido em 2010, os programas teriam sido desmontados?

Arretche: Governos à esquerda preferem uma intervenção maior do Estado na economia. Ao passo que governos mais à direita preferem maior intervenção do setor privado, mesmo na área de serviços sociais. Examinemos, por exemplo, a política de saúde. Existe um grande consenso em torno de determinado pilares básicos: que o Estado deve oferecer serviços básicos de atenção à saúde, que a assistência deve ser universal, que o modelo deve ser descentralizado. No entanto, existe uma divergência entre PSDB e PT no que diz respeito aos contratos de gestão, às Oscips [organizações da sociedade civil de interesse público], às organizações sociais [OS]. Está mais associado à trajetória do PSDB preferir inserir a competição com provedores privados na prestação de serviços.

Valor: Qual é o melhor modelo?

Arretche: O que está acontecendo é que mesmo governos petistas, que querem agilizar a prestação de serviços, tendem a favorecer a criação de Oscips. Mas aí enfrentam resistências dentro do PT para implementar e aumentar a inserção do setor privado.

Valor: Governos do PSB também têm apostado nesse modelo. Há tendência de expansão?

Arretche: Sim. Mas se na saúde já existe bastante consenso e as reformas tendem a ser marginais, na área de desenvolvimento urbano, por exemplo, PSDB e PT têm posições muito diferentes.

Valor: Qual é a maior diferença?

Arretche: No governo Fernando Henrique, o gasto federal em habitação e em saneamento se reduziu muito. Com o Minha Casa Minha Vida, o investimento público em saneamento cresceu muito nos governos Lula e Dilma. O que parece novidade são decisões pragmáticas tendo em vista o calendário da Copa e da Olimpíada, como a abertura dos aeroportos para a gestão privada. Isso contraria a trajetória até aqui.

Valor: Em visita recente ao Brasil, o cientista político americano Adam Przeworski disse que o Sistema Único de Saúde (SUS) tem um impacto maior do que o Bolsa Família. Você concorda?

Arretche: O Bolsa Família teve um impacto muito grande sobre os índices de indigência no Brasil. Mas o SUS, que é uma obra de vários governos, tem uma característica básica que é descolar, desvincular os serviços de acesso à saúde da capacidade de pagamento, da renda. Nesse sentido, o Brasil está num estágio muito melhor do que os Estados Unidos, por exemplo. No início do governo [do presidente americano Barack] Obama, 40 milhões de famílias trabalhadoras não têm direito a qualquer serviço de saúde porque elas não podem pagar o seguro de saúde. Em qualquer modelo em que o acesso à saúde dependa de você pagar seguro, você vai ter uma correlação negativa direta entre a qualidade da saúde e a renda. E temos evidências nos nossos estudos de que os indicadores de saúde no Brasil estão descolados da renda.

Valor: Não há associação entre renda mais baixa e menos saúde?

Arretche: Exato. Os estudos mostram que a educação e a saúde são altamente dependentes da renda e, por extensão, da escolaridade da mãe. Os estudos no Brasil mostram que a educação ainda apresenta esse resultado, mas a saúde não. Isso tem a ver com a expansão de programas de atenção básica e com a força política da coalizão da saúde.

Valor: Isso contraria a imagem que se tem do sistema público de saúde brasileiro como caótico.

Arretche: Aí tem um problema de informação. Se pegar o noticiário da imprensa como avaliação do desempenho dos sistemas públicos, tomará o atípico como sendo o regular. E não é.

Valor: E a educação, evoluiu?

Arretche: De fato, a educação brasileira está muito aquém da de outros países em igual nível de desenvolvimento.

Valor: Uma desvantagem do setor de educação seria não ter um grupo de pressão, ou uma coalizão, tão forte como na área da saúde?

Arretche: Tem duas explicações possíveis. A primeira é que os resultados na educação são mais dependentes de outros fatores - tais como a dedicação dos professores, a qualidade das escolas, as condições familiares. A segunda é que a implantação de uma política nacional coordenada de saúde é anterior à de educação, no Brasil. Na área da saúde, existe uma política de provisão universal de serviços básicos há pelo menos 15 anos.

Valor: O fato de Dilma conhecer mais as entranhas administrativas lhe ajuda na função de presidente ou em ser mais inovadora?

Arretche: Não há nada na teoria que diga que governos são bons caso façam reforma. Governos são bons quando dão respostas adequadas aos problemas do país. Essa história das reformas tem a ver com a Constituição de 1988. Tanto PT quanto PFL saíram descontentes. O PT não assinou a Constituição porque considerava que o texto não tinha direitos sociais suficientes. E o PFL saiu descontente porque achava que sobretudo o capítulo de política econômica era excessivamente intervencionista. A ideia de que o bom governo é o que altera a Constituição sai dessa agenda.

Valor: Não há reformas necessárias ao país?

Arretche: Veja, por exemplo, a reforma trabalhista. Há uma agenda que defende mudanças na CLT [Consolidação das Leis do Trabalho]. Essa não é a agenda do PT. Dificilmente sairá do governo do PT uma agenda para mexer na CLT. O que não quer dizer que o governo petista não tome medidas, como fez Lula e vem fazendo Dilma, para desonerar a folha de pagamentos e aumentar a empregabilidade que, em último caso, apresentará benefícios para as base sociais de um governo petista. Isso é uma reforma trabalhista? Não, mas são medidas que podem ser tomadas com legislação e medidas de governo. A reforma previdenciária já foi feita. A reforma tributária é tão complexa que não vai passar por emenda constitucional. O que tem sido feito é aprovar medidas pontuais. O que se aprendeu nos últimos anos é que é possível tomar medidas importantes sem chamar isso de reforma.

Valor: Dilma tende a fortalecer uma centralização das políticas públicas?

Arretche: Todos os presidentes com uma agenda para o país - Fernando Henrique, Lula e Dilma - partilham de uma visão de política pública que confere grande centralidade às iniciativas da União. Essa visão é partilhada pelas principais elites políticas do país. Já está presente na Constituição. Exemplo disso: o [governador do Rio] Sérgio Cabral tem um problema de greve com os bombeiros no Rio de Janeiro, como ocorreu neste ano. Isso abre imediatamente na agenda a necessidade de se aprovar a PEC 300, que cria uma regulação nacional dos salários dos policiais militares.

Valor: O governo Dilma mantém a tradição.

Arretche: Se você observar o conteúdo da legislação que foi aprovada neste primeiro ano de governo Dilma, ela partilha de características que são semelhantes às dos governos Fernando Henrique e Lula. Veja o Plano Nacional de Educação. A pressão é para se comprometer 10% da receita da União, e a tendência é que seja inferior. A mesma coisa com a Emenda 29. Ela regulou o que Estados e municípios devem entender por saúde, mas não compromete o gasto da União.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Feliz Natal e Sucesso em 2012

Estes anos marcantes dessa nada fácil vida,
são como sinais de que vale sempre a pena
Vale a pena viver e ser feliz,
ainda que a felicidade seja uma conquista diária.
Não se faz com muito, mas se faz com o pouco suficiente
para nos tornar pessoas melhores.
Nessa caminhada diária
amigos e parceiros são como mãos divinas
a nos apoiar e auxiliar.
Apesar das dificuldades, 2011 valeu a pena.
Ainda que nada tivesse acontecido, ainda assim teria valido
a pena pelos amigos e pelas conquistas, ainda que pequenas.
Em 2012 continuaremos, com a graça de Deus, a nossa caminhada
e será muito bom ter amigos e parceiros; conquistas e vitórias.
Ainda que nos falte a capacidade de não errar,
ainda que em algum momento nos falte tempo
para aquela conversa descontraída,
sempre haverá lugar no coração
para uma palavra de incentivo e para uma lembrança fraterna.
Sempre haverá lugar para um sorriso e um olhar de perdão.
E que sejam muitos os momentos de alegria, paz e prosperidade.
Feliz natal e sejamos todos muito felizes em 2012.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

A impunidade só aumenta

A impunidade, uma das maiores causas da criminalidade e da corrupção no Brasil parece só crescer. O CNJ (Conselho Nacional de Justiça), órgão criado para investigar denúncias contra juízes, teve seu poder reduzido por medida do Ministro Marco Aurélio Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal).

A medida ainda precisa passar pelo plenário do Supremo para ser definitiva. De qualquer modo, essa decisão vai à contramão daquilo que deseja a sociedade, que é a investigação e punição de bandidos, sejam eles de que profissões forem. Entretanto, para quem tem acompanhado a justiça brasileira nos últimos tempos, não foi surpresa. A medida repete uma tendência: de afrouxar o cinto contra a bandidagem. E a sociedade brasileira segue a mercê de delinqüentes, marginais, contraventores, corruptos e corruptores que não se intimidam com a brandura da lei.

Ou a sociedade brasileira se mobiliza e começa a exigir maior rigor da nossa justiça, ou cada vez passaremos a viver mais enclausurados e com medo. Continuaremos batendo tristes recordes mundiais, que fazem o Brasil parecer um país em guerra civil.

Nossos deputados e senadores bem que poderiam resgatar um pouco de sua credibilidade e trabalhar na criação de leis mais rigorosas, que certamente contribuiriam para reduzir a sensação de impunidade e insegurança. Nosso judiciário também poderia ter um pouco de humildade, reconhecer suas falhas e fazer sua parte. Os governos, por sua vez, precisam investir no sistema carcerário, para que hajam mais vagas e para que as penitenciárias se tornem casas de correção e não escolas do crime, como acontece hoje.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Caxias do Sul: o novo Velho Oeste

A Cidade de Caxias do Sul pode ser considerada um novo Velho Oeste, agora com contornos contemporâneos. Ao invés dos cavalos, os bandidos usam carros, roubados, claro, como manda o figurino.

Os assaltos continuam, claro que agora os bancos são mais sofisticados e os caixas eletrônicos parecem robôs, mas ainda não resistem às dinamites.

As pessoas usam roupas mais modernas e andam de carro, se bem que alguns ainda pareçam carroças. Continuam, entretanto, indefesas sendo vitimadas uma a uma. Os índices de violência não revelam a verdadeira face do horror vivido nas ruas de Caxias do Sul.

Como no Velho Oeste, as ações dos marginais sempre chamam atenção de transeuntes, que saem às janelas e as vezes até dão uma espiada na rua, para, então, voltarem correndo para dentro de suas casas, amedrontados, acuados e indefesos. Sabem, entretanto, que por mais bem vigiada e protegida que seja sua casa, não há local seguro no Novo Velho Oeste.

A polícia continua esforçada. O pobre xerife, antes uma voz solitária na defesa da lei, agora ganhou a companhia de muitos auxiliares, a maioria corajosos e esforçados. Mas uma coisa não muda: sempre há corruptos, ineficientes e aqueles que se não estivessem na corporação, sinceramente, ninguém sentiria a mínima falta.

As autoridades, que deveriam atuar na defesa dos cidadãos de bem, ficam estagnadas ante a ineficiência nos gastos públicos, ante a inércia e a corrupção no judiciário, ante uma legislação branda e quase conivente, ante o poderio bélico e a organização dos bandidos, ante a burocracia sufocante de um estado pesado e lento.

Outra coisa que não muda é a mortalidade das armas e a maldade dos bandidos, que parecem sentir um mórbido prazer em ameaçar, maltratar, agredir e matar pessoas inocentes.

Também não mudam as promessas. O Prefeito Sartori elegeu-se sob uma plataforma que previa verdadeiros milagres na segurança. Caxias seria o novo Eldorado da paz e do sossego, como se isso fosse fácil, bastando um simples reconhecimento: sim a segurança é prioridade. E, como em um passe de mágica tudo deveria se resolver.

A administração municipal, entretanto, tem sua parcela de culpa. A política de segurança é quase uma nulidade. Embora o governo federal disponibilize muitos recursos para a área da segurança, falta projeto. A Guarda Municipal está esquecida e só conseguiu algumas verbas esse ano por iniciativa dos próprios integrantes da corporação. No restante, a adesão da Prefeitura a Programas Federais, que poderia aliviar a pressão, não acontece por puro jogo político. Recentemente algumas iniciativas positivas foram premiadas pelo estado, mas no todo, em termos de ações e políticas integradas de impacto imediato, praticamente nada é feito.

Em nível federal, além do fato positivo da existência de recursos para projetos, percebe-se medidas para melhorar a vigilância nas fronteiras e para tratar e prevenir o consumo de drogas. De qualquer modo, ante a gravidade e grandiosidade do problema, uma das maiores causas da violência, parecem ações ainda tímidas.

O Governo do Estado, até 2010 capitaneado pela Sra. Yeda Crusius, também por questões políticas, deixou de aderir a programas nacionais de segurança. O Governo atual está buscando uma retomada nas ações mais fortes, principalmente com os Territórios da Paz e ações de inteligência, mas a lentidão da máquina pública atrapalha e a escassez de recursos limita. Se há falta de competência na gestão, o tempo ainda é pouco para avaliar, mas na questão operacional, ao menos até agora, em Caxias do Sul, as coisas estão indo de mal a pior.

Outro dia alguns amigos foram assaltados na porta do prédio. A filha de 7 anos pediu, pelo interfone, ajuda à mãe que estava no apartamento. Esta, por sua vez, desesperada, ligou para o telefone 190. Ao invés de providenciar o imediato atendimento da ocorrência, o policial ficou perguntando como era o bandido, qual o CPF dela, a identidade, nome da mãe, da sogra, do cachorro, da vizinha.... A viatura da Brigada demorou quase uma hora para chegar até o local, no Bairro Bela Vista. Adivinha onde estava o bandido? Sem sucesso em levar o carro de minha amiga, já estava no interior de outra residência próxima, buscando ter mais sucesso no seu intento, o que efetivamente conseguiu.

Faltam ações de prevenção, faltam ações repressivas mais fortes, os policiais ganham pouco e estão desmotivados, há corrupção, falta planejamento, falta coragem de mexer em algumas áreas dominadas pela violência e pelo tráfico, falta investimento na estrutura carcerária, falta modificar a lei para torná-la mais dura, enfim, as necessidades são muitas. A realidade mostra que a solução é demorada e, em verdade, ninguém sabe se virá, quando virá e de que forma virá.

E então, o que nos resta fazer Sr. Prefeito, Sr. Secretário de Segurança, Sr. Governador, Sras. e Srs.? Alguém tem alguma idéia? Que Deus nos ajude.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Lição de sabedoria de uma menina com apenas 10 anos

O Meu Querido Presidente LULA!!!

por Ana Giulia Zortea (Vi o Mundo - Luiz Carlos Azenha)

O Brasil hoje chora uma notícia que caiu como uma bomba na cabeça de todos nós brasileiros.

Fiquei analisando estes dois dias a reação das pessoas, a grande maioria está chorosa, se sentindo perdida como se um parente muito próximo estivesse doente. Sim, um parente muito próximo, porque é assim que a grande maioria dos brasileiros vê o nosso ex e eterno presidente Lula. Ele consegue com seu jeito simples e despretensioso chegar ao coração de todos. É como se fizesse parte da família de cada um.

Mas também vi que no Brasil existem muitas pessoas “pequenas”. Pequenas em dignidade, pequenas em respeito ao próximo, pequenas em humanidade. Estas pessoas não sabem o que é respeitar o próximo e ainda dizem que estão representando um partido político.

Como o comentário de um presidente que representa a juventude de um partido político pode vir carregado de tanta ignorância, agressividade e desrespeito???

Penso que se este moço que diz que representa a juventude de um partido e fala tantas coisas horríveis sem o menor respeito pelo ser humano Lula, como pode querer chegar algum dia ao poder??? Uma pessoa como esta não sabe o que é respeito, humanidade, solidariedade.

Mas o presidente Lula é muito mais forte do que esta gentinha que só quer um pouco de visibilidade, nem que para isso façam o papel ridículo de atacar um ser humano que mostrou ao mundo quem verdadeiramente é o Brasil.

Vivemos em uma democracia, eu sei, e temos o direito de falar o que pensamos, mas isto não nos dá o direito de sermos cruéis com ninguém.

O presidente Lula (pra mim ele será sempre o presidente Lula) está doente, sim, mas tenho certeza de que ele vai sair desta muito mais forte em todos os sentidos. O Brasil está choroso e manhoso com esta notícia, mas não está desesperado como uns e outros da oposição que se aproveitam de um momento de profunda tristeza para atacar quem tanto fez pelo país.

O mais incrível é que estas pessoas acham que merecem um dia estar governando o nosso Brasil… Me desculpem, mas quem não sabe respeitar a dor do próximo nunca deveria estar representando nada e nem ninguém, porque simplesmente não consegue se colocar no lugar do outro.

Mas voltando a quem realmente merece minha atenção e respeito. Venho dizer ao mundo que o presidente vai sair desta, sim, porque ele tem muito a contribuir com o país e o povo que ele tanto ama. Estamos tristes e assustados, mas sabemos que ele como o grande guerreiro que é, vai mostrar mais uma vez o que é superação. E sei que em 2018 vou poder votar pra ele para presidente, terei 18 anos e terei a honra e o orgulho de vê-lo mais uma vez como o grande representante do povo brasileiro. ATÉ LÁ PRESIDENTE LULA!!!

sábado, 15 de outubro de 2011

Ranking da corrupção, por partidos

Segundo o Tribunal Superior Eleitoral – TSE – o ranking da corrupção no Brasil foi o seguinte, medido pela quantidade de políticos cassados por corrupção desde o ano de 2000:

Ordem – Partido – Nº de cassados
1º) DEM (69);
2º) PMDB (66);
3º) PSDB (58);
4º) PP (26)
5º) PTB (24);
6º) PDT (23);
7º) PR (17);
8º) PPS (14);
9º) PT (10);
10º) PV, PHS, PRONA, PRP (1).

Dos 623 que foram cassados, quatro eram Governadores e Vices:

Flamarion Portela, de Roraima, e Cássio Cunha Lima, da Paraíba,
mantido no cargo por força de liminar do TSE. Os demais são Senadores e suplentes (seis), Deputados Federais (oito), Deputados Distritais (13), Prefeitos e Vices (508) e Vereadores (84).

O DEM(ex-PFL/ARENA) é o partido que lidera o ranking dos políticos cassados por corrupção (69), reunindo 20,4% dos políticos cassados.

- PMDB (66) aparece logo depois, seguido por PSDB (58), PP (26), PTB (24), PDT (23), PR (17), PPS (14) e PT (10).

Na última posição está o PV (1), empatado com PHS, Prona e PRP.

Fonte: Conversa Afiada - Paulo Henrique Amorim

sábado, 17 de setembro de 2011

Um novo paradigma econômico

Estamos vendo eclodir no Brasil um novo paradigma na área da economia.

Nos anos de FHC & Cia, o mote era subir juros em época de crise. E a crise, que já estava crítica, piorava ainda mais. Na era Lula/Dilma, o juro sobe quando tem que subir, mas o Banco Central não tem medo de cortar juro para enfrentar crise. Enfrenta o sistema financeiro e faz valer o que é bom para o Brasil.

O foco era abrir as fronteiras. Alca, Alce, Alci, Alco, seja lá o bloco que fosse o Brasil estava metido e sempre disposto a dar primeiro e receber, depois, um dia, quem sabe... Na era Lula/Dilma, o Brasil participa de todo e qualquer bloco, desde que isso signifique vantagens para a economia brasileira. A primeira preocupação é a proteção da indústria nacional e dos empregos.

Na era FHC a ordem era conter gastos, todo e qualquer gasto, em época de crise. Na era Lula/Dilma a ordem é conter custos e manter investimentos, sobretudo em infra-estrutura, o que garante crescimento sustentável a longo prazo, emprego, renda, consumo, etc.

Além do investimento em infra-estrutura, os programas sociais, o aumento real do salário mínimo, as bolsas do PROUNI, etc, ajudam muito na manutenção do desenvolvimento, redução de desigualdades e ampliação das oportunidades, o que garante crescimento a partir da base do mercado interno, antes desprezada.

Surge uma nova classe média, com novas necessidades e características. É um grande desafio para governos e empresas conhecer essa nova classe média e entender seus anseios. Muitas oportunidades de negócio podem surgir, basta deixar a ideologia político-partidária xenófoba ao lado.