sábado, 30 de abril de 2011

Para Presidente do BID, Brasil será país de primeiro mundo em uma década

Para presidente do BID, Brasil será primeiro mundo em uma década

Na avaliação de Luis Alberto Moreno, País tem muito a contribuir para um novo pensamento econômico em âmbito mundial
Ilton Caldeira, enviado ao Rio de Janeiro | 29/04/2011 14:44

Para presidente do BID, educação é a chave para o crescimento do Brasil
O Brasil pode se tornar um País de primeiro mundo em cerca de dez anos, se mantiver a atual trajetória de crescimento sustentado, segundo projeção feita nesta sexta-feira pelo presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o colombiano Luis Alberto Moreno.

Em entrevista exclusiva ao iG durante o World Economic Forum on Latin America, no Rio de Janeiro, Moreno disse não haver dúvida que este é um grande momento para o Brasil aos olhos do mundo. O grande desafio, segundo o presidente do BID, é melhorar a qualidade da educação para que os jovens possam ter uma melhor inserção no mercado de trabalho e investir em desenvolvimento tecnológico.

“Com mais investimentos em educação será possível elevar de forma substancial a renda per capita para algo acima de US$ 12 mil em até dez anos e isso colocará o país em outro patamar no mundo, com perfil de um país de primeiro mundo”, disse o executivo.

“Temos no Brasil um bônus demográfico, classe média ascendente, um mercado doméstico aquecido e em expansão. Temos aqui todas as coisas de que o mundo necessita, mas é necessário qualificar melhor a mão de obra para aproveitar as oportunidades que estão surgindo e que devem impulsionar mais o crescimento”, acrescentou Moreno.

Pensamento econômico

Na avaliação do presidente do BID, O Brasil tem muito a contribuir para um novo pensamento econômico em âmbito mundial. De acordo com Moreno, os países desenvolvidos, que durante muitos anos deram lições dizendo ao Brasil o que deveria ser feito, agora têm de recorrer à experiência do País.

“O Brasil adotou medidas no passado que garantiram a solidez do sistema financeiro durante a crise”, disse Moreno. “Em 25 anos a América Latina teve 31 crises financeiras. Aqui estão todas as lições. Portanto não há dúvida de que o Brasil, como a maior economia da região, tem muito a contribuir com um novo pensamento econômico como a voz da América Latina”, afirmou.

Moreno ressaltou que o atual momento vivido pelo Brasil foi gerado pelo que classificou de “uma revolução silenciosa” que passa por eleições diretas, fortalecimento da democracia e políticas de desenvolvimento inovadoras como o Bolsa Família. “Esses fatores, somados ao aprendizado que se obteve com as crises financeiras, as boas e as más lições, possibilitou esse ambiente positivo”, disse.

Infraestrutura

Outro desafio, segundo o presidente do BID, são os investimentos em infraestrutura para poder suportar os eventos esportivos como a Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016. “Esses investimentos vão gerar muitos empregos e elevar a renda da população, mas isso depende dos investimentos agora. E o Brasil vencendo esses desafios poderá encarar novas demandas com muito mais preparo”, destacou.

A previsão do BID é investir cerca de US$ 12 bilhões nos próximos quatro anos em projetos em parceria com o governo federal e em âmbito estadual, principalmente na região Nordeste. “Temos muitas prioridades no Rio de Janeiro devido à Copa do Mundo e Olimpíadas com projetos de despoluição da Baía de Guanabara, na área de transportes como melhoria da estrutura viária e expansão de linhas do metrô, projetos sociais nas favelas para melhorar as condições de vida da população, principalmente na área de saneamento”, afirmou o executivo da instituição internancional.

Inflação

Para Moreno, o avanço da inflação não deverá comprometer a trajetória de crescimento do Brasil no longo prazo. “Tenho grande respeito pelo governo Dilma, que tem um perfil muito técnico e demonstra muita solidez para que o País possa avançar com muito êxito”, disse.

De acordo com o presidente do BID, as demandas sociais exigem inflação baixa e a luta para combater a forte elevação de preços será durante muito tempo um tema central. “A economia tem muitas variáveis que tornam difícil a tarefa de receitar um remédio correto para controlar a inflação. Não há uma fórmula pronta”, avaliou Moreno. “O que é necessário fazer é um ajuste fino definido ao longo do caminho. Tenho certeza de que o governo do Brasil tem consciência disso e de que as medidas adotadas até aqui são as mais corretas para o atual momento”, acrescentou o presidente do BID.

Via Portal IG.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

A mídia continua apavorando

A Mídia brasileira continua apavorando as pessoas. Todos os dias, em todos os veículos de comunicação, só se fala nela, ou nele: a inflação ou o dragão da inflação.
O comportamento da mídia, para um desavisado, faz supor que estamos com uma inflação de 80% ao mês.
É evidente que o aumento de preços não é algo bom, entretanto, mais uma vez a mídia presta um desserviço ao país. Quando a mídia insiste no tema e faz um verdadeiro carnaval, isso de certa forma incentiva as pessoas a aumentarem o problema e também estimula o reajuste de preços. Temos, portanto, um círculo vicioso. Esse fenômeno não é novo no Brasil. É parecido com o que já aconteceu com a gripe suína e com a crise de 2008. A imprensa bate e insiste tanto no tema, que acaba apavorando as pessoas. Sob efeito psicológico, a população tende a não apenas acreditar, mas sobretudo reproduzir atitudes que reforçam e ampliam o problema em questão.

Alerto, portanto, de que o problema da inflação está sendo superestimado. As ações já definidas e implantadas pelo governo, embora duras, são necessárias nesse momento e a médio prazo vão gerar uma queda nos índices inflacionários.

O remédio poderia não ser tão amargo se pudéssemos lançar mão de outros elementos, sem onerar tanto as taxas de juros, que empacam investimentos. Isso só poderá ser implantado, entretanto, após o ajuste nas contas públicas, já iniciado pela Presidenta Dilma. Esse ajuste deve surtir efeito no médio e longo prazos. Acredita-se que até meados de 2014/2015 teremos uma taxa de juros mais realista, considerando o mercado internacional.

O que eu considero imprescindível é que o governo acelere a aplicação das medidas necessárias para promover esse ajuste.