domingo, 29 de maio de 2011

O Plano "C"

Seria muita ingenuidade nossa, dos brasileiros, acreditar que a direita reacionária, que se locupletou do dinheiro público para reforçar seus privilégios, iria aceitar a terceira derrota seguida passivamente.

Durante a campanha presidencial do ano passado, a direita fez de tudo para ganhar, até mesmo cooptou José Serra para os porões do que existe de pior na política: preconceito, discriminação e radicalismo.

A derrota de Serra não gerou conformidade, ao contrário. Com a derrota de Serra, a direita deu-se conta de que precisava de um outro plano. Um plano "C", uma vez que o "B" era José Serra e o "A" também, considerando suas duas derrotas para presidência.

No início, o governo Dilma teve falsos afagos. Uma tentativa de gerar uma cortina de fumaça para o que estava sendo orquestrado e, quem sabe, até levar Dilma a baixar a guarda, facilitando o ataque derradeiro.

Não tardou e o ataque veio, de várias frentes. De um lado, o ataque a Palocci, ministro de confiança de Dilma e que está sendo atacado há dias, sem uma única prova sequer de que, de fato, tenha cometido alguma irregularidade. É o que Lula chama de "denuncismo", que feriu seus 8 anos de governo diversas vezes, algumas denúncias comprovadamente verdadeiras, outras tantas até hoje sem uma única prova.

De outro lado, a aprovação do código florestal. Mais do que uma derrota política, foi a vitória dos marginais que atacam o meio-ambiente e infestam a câmara federal, representados pela chamada bancada ruralista. Trata-se um exemplo do que existe de mais materialista e interesseiro nesse país. Logicamente que a imprensa está dando destaque e afirmando categoricamente que foi uma derrota da Presidenta, ardilosamente orquestrada pelo PMDB. Seria a primeira, de muitas que a oposição e a imprensa golpista sonham.

Outro ponto de ataque está no chamado kit anti-homofobia, preparado pelo ministério da educação. Trata-se de mais uma demonstração de preconceito. Está certo que o ministério da educação bem que podia ter avaliado melhor o conteúdo, mas o erro, agora, está virando arma nas mãos dos conservadores de direita para atacar o governo, visto como ofensor dos "bons costumes e da moral". É mais um "projétil" desferido contra o Ministro Fernando Haddad, que pelo seus relevantes serviços prestados a educação brasileira se tornou um dos alvos principais da elite, que não se conforma em ter que dividir o banco do avião com os emergentes sociais.

O mais recente ataque é contra a saúde de Dilma. A revista Época divulga o que é quase um desejo: que a saúde de Dilma não vai bem. Segunda a revista, Dilma tem diversos problemas de saúde. Foi necessário o Hospital e os médicos que atendem a Presidenta desmentir logo.

também recentemente, o presidente do PSDB diz que Dilma já não governa, contestando a liderança da Presidenta. Parece que o caminho é esse. Vão tentar a todo custo desconstituir Dilma e seu governo. A elite entreguista e interesseira, representada pela direita, que tem no DEM, no PSDB e na grande imprensa seus maiores defensores, não vai se conformar em ser governada passivamente por mais 4 anos, sem reagir aos desmandos de um governo que tem a petulância de: popularizar o automóvel e a viagem de avião; que reduz desigualdades e aproxima os direitos e deveres de todos os brasileiros; que torna o País respeitado e não se curva mais aos desejos americanos; que dá bolsa família ao pobre e que democratiza espaços de decisão e cidadania, atens reservados a poucos.

O pior em tudo isso é ver pessoas inteligentes e bem intencionadas embarcando nessa "canoa furada", como é o caso de jornalistas sérios e mesmo integrantes dos partidos governistas. Ao invés de defenderem o governo, se afugentam. Eles só tem a perder.

Para terminar, não se pode esquecer do PSD de Gilberto Kassab. Anunciado como dissidente da direita a se aproximar do governo, na prática, está se revelando um cavalo de tróia. Há fortes indícios de que as denúncias contra Palocci tenham partido de informações vazadas na Prefeitura de São Paulo. O PSD parece mais uma última trincheira, na tentativa de acolher quem desejar um partido novo, com vistas a reforçar a artilharia contra a esquerda em 2014. Certamente estarão unidos ao PSDB e ao DEM. A discórdia entre ambos parece mais jogo de cena do que atitude real. Essa eu vou acompanhar para ver no que vai dar.

Em todos esse episódios uma coisa fica clara: o interesse da direita, da grande mídia e da elite brasileira não é o bem-estar da nãção, mas a defesa de seus interesses, a busca pelo poder, a manutenção de privilégios e da submissão aos países ricos. Profundamente lamentável, mas verdadeiro. São Miguel Arcanjo que nos defenda. Amém.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Críticas a Itaipú revelam face colonialista

As críticas injustas da oposição e setores da imprensa ao acordo do Brasil com o Paraguai para o aumento dos valores repassados por Itaipú, me fizeram refletir.

A grande mídia e os tucanos (incluindo os que fazem ninho na árvore do DEM) gostariam que São Paulo fosse o centro da Terra. Em não sendo possível, que ao menos fosse o Centro do Continente Brasil.

O nordeste seria a nova África, a fornecer escravos.

O Norte seria o novo “Brasil” a fornecer riquezas (como fizemos a Portugal).

O centro-oeste seria o local de expurgo dos inaptos ptistas e seus pares, que poderiam ser afogados no Lago Paranoá.

O Sul seria fornecedor de mão-de-obra (os feitores) e alguns insumos.

Os demais estados do sudeste seriam mercados consumidores; vizinhos que também volta e meia poderiam emprestar uma xícara de açúcar para o chá das cinco. Também deveriam ajudar a construir um muro de 45 metros de altura nas fronteiras para impedir a entrada de drogados, GLS, índios, negros, pobres e outras raças inferiores.

Os demais países da América Latina seriam neo-colônias em potencial.

Os Estados Unidos seriam o novo Vaticano, onde volta e meia se deveria ir para tomar a bênção, assistir a fumaça branca e entregar alguns barris de ouro.

E o resto do mundo? que mundo???

Fui!

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Al Quaeda e EUA: duas faces do terror

A ação americana para captura e morte de Bin Laden é um tributo a barbárie humana. Ela nos remete à máxima do “olho por olho, dente por dente”. Evidente que não se pode fazer a defesa de Bin Laden, um homem que coordenou ações que culminaram com a morte de milhares de pessoas. Entretanto, também não é possível compactuar com os métodos praticados por Obama.

A tortura empregada para testemunhas delatarem o líder da Al Quaeda, evidencia uma prática corriqueira nas prisões americanas, nem sempre feita com criminosos, é bom que se diga, mas muitas vezes levando inocentes aos lacres da dor e do desespero. Aainda que se faça contra criminosos, a prática da tortura faz supor que, embora extremamente desenvolvidos tecnologicamente, os Estados Unidos mantém um pé na idade média.
A invasão ao território paquistanês revela também a velha e nojenta faceta imperialista dos EUA, com seu hábito de exigir o cumprimento irrestrito das leis, porém na prática não fazem o mesmo.

As controvérsias sobre a situação da morte e a falta de uma prova cabal, ainda vão suscitar muitas dúvidas e teorias conspiratórias. Tem gente que nem acredita na existência de Osama, quanto mais crer na sua morte.

As informações do governo inicialmente apontavam que Osama estaria armado. Posteriormente agentes desmentiram. A ordem inicial seria pegá-lo vivo, disse a Casa Branca, informação negada por agentes, que afirmaram que Obama determinou a morte. Contradições de um governo que, embora tenha uma faceta centro-esquerdista é, antes de tudo, americano; reflexo da sociedade americana. Assim sendo, traz no seu DNA a tradicional arrogância imperialista, agora ainda mais reforçada pela “vitória” sobre o terror. É tudo que os americanos precisavam para recuperar a auto-estima e o nacionalismo abalados por uma crise econômica devastadora. O mundo deve se cuidar, nem tanto da Al Quaeda, mas sim dos Estados Unidos da América.

A morte do líder terrorista também é um alento para Obama. Perseguido por uma crise econômica herdada do governo republicano e belicista de Bush, via sua popularidade cada vez mais abalada e ameaçando seriamente sua reeleição. Agora, em poucas horas, a aprovação do Presidente já subiu mais de onze pontos percentuais. Bin Laden ajudou a reeleger Bush Filho com o atentado de 11 de setembro e agora, quase 10 anos depois, sua morte deve ser decisiva para a reeleição de Barack Obama, seu algoz e pasmem: prêmio Nobel da Paz.

Que paz? Que democracia? Obama autoriza invasão na Líbia; instala novas bases militares mundo afora; invade países para prender inimigos; tortura pessoas para obter delações; mantém inocentes presos em condições desumanas em Guantanamo; esfola países pobres com uma política econômica nefasta; mantém tropas no Iraque, no Afeganistão e em tantos outros países; se cala ante a ação criminosa de Israel contra a Palestina, etc...etc...etc.

Que m... de paz é essa????? O que mais é necessário para Obama ser obrigado a devolver o prêmio que injustamente recebeu??????