Para presidente do BID, Brasil será primeiro mundo em uma década
Na avaliação de Luis Alberto Moreno, País tem muito a contribuir para um novo pensamento econômico em âmbito mundial
Ilton Caldeira, enviado ao Rio de Janeiro | 29/04/2011 14:44
Para presidente do BID, educação é a chave para o crescimento do Brasil
O Brasil pode se tornar um País de primeiro mundo em cerca de dez anos, se mantiver a atual trajetória de crescimento sustentado, segundo projeção feita nesta sexta-feira pelo presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o colombiano Luis Alberto Moreno.
Em entrevista exclusiva ao iG durante o World Economic Forum on Latin America, no Rio de Janeiro, Moreno disse não haver dúvida que este é um grande momento para o Brasil aos olhos do mundo. O grande desafio, segundo o presidente do BID, é melhorar a qualidade da educação para que os jovens possam ter uma melhor inserção no mercado de trabalho e investir em desenvolvimento tecnológico.
“Com mais investimentos em educação será possível elevar de forma substancial a renda per capita para algo acima de US$ 12 mil em até dez anos e isso colocará o país em outro patamar no mundo, com perfil de um país de primeiro mundo”, disse o executivo.
“Temos no Brasil um bônus demográfico, classe média ascendente, um mercado doméstico aquecido e em expansão. Temos aqui todas as coisas de que o mundo necessita, mas é necessário qualificar melhor a mão de obra para aproveitar as oportunidades que estão surgindo e que devem impulsionar mais o crescimento”, acrescentou Moreno.
Pensamento econômico
Na avaliação do presidente do BID, O Brasil tem muito a contribuir para um novo pensamento econômico em âmbito mundial. De acordo com Moreno, os países desenvolvidos, que durante muitos anos deram lições dizendo ao Brasil o que deveria ser feito, agora têm de recorrer à experiência do País.
“O Brasil adotou medidas no passado que garantiram a solidez do sistema financeiro durante a crise”, disse Moreno. “Em 25 anos a América Latina teve 31 crises financeiras. Aqui estão todas as lições. Portanto não há dúvida de que o Brasil, como a maior economia da região, tem muito a contribuir com um novo pensamento econômico como a voz da América Latina”, afirmou.
Moreno ressaltou que o atual momento vivido pelo Brasil foi gerado pelo que classificou de “uma revolução silenciosa” que passa por eleições diretas, fortalecimento da democracia e políticas de desenvolvimento inovadoras como o Bolsa Família. “Esses fatores, somados ao aprendizado que se obteve com as crises financeiras, as boas e as más lições, possibilitou esse ambiente positivo”, disse.
Infraestrutura
Outro desafio, segundo o presidente do BID, são os investimentos em infraestrutura para poder suportar os eventos esportivos como a Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016. “Esses investimentos vão gerar muitos empregos e elevar a renda da população, mas isso depende dos investimentos agora. E o Brasil vencendo esses desafios poderá encarar novas demandas com muito mais preparo”, destacou.
A previsão do BID é investir cerca de US$ 12 bilhões nos próximos quatro anos em projetos em parceria com o governo federal e em âmbito estadual, principalmente na região Nordeste. “Temos muitas prioridades no Rio de Janeiro devido à Copa do Mundo e Olimpíadas com projetos de despoluição da Baía de Guanabara, na área de transportes como melhoria da estrutura viária e expansão de linhas do metrô, projetos sociais nas favelas para melhorar as condições de vida da população, principalmente na área de saneamento”, afirmou o executivo da instituição internancional.
Inflação
Para Moreno, o avanço da inflação não deverá comprometer a trajetória de crescimento do Brasil no longo prazo. “Tenho grande respeito pelo governo Dilma, que tem um perfil muito técnico e demonstra muita solidez para que o País possa avançar com muito êxito”, disse.
De acordo com o presidente do BID, as demandas sociais exigem inflação baixa e a luta para combater a forte elevação de preços será durante muito tempo um tema central. “A economia tem muitas variáveis que tornam difícil a tarefa de receitar um remédio correto para controlar a inflação. Não há uma fórmula pronta”, avaliou Moreno. “O que é necessário fazer é um ajuste fino definido ao longo do caminho. Tenho certeza de que o governo do Brasil tem consciência disso e de que as medidas adotadas até aqui são as mais corretas para o atual momento”, acrescentou o presidente do BID.
Via Portal IG.
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sábado, 30 de abril de 2011
quinta-feira, 21 de abril de 2011
A mídia continua apavorando
A Mídia brasileira continua apavorando as pessoas. Todos os dias, em todos os veículos de comunicação, só se fala nela, ou nele: a inflação ou o dragão da inflação.
O comportamento da mídia, para um desavisado, faz supor que estamos com uma inflação de 80% ao mês.
É evidente que o aumento de preços não é algo bom, entretanto, mais uma vez a mídia presta um desserviço ao país. Quando a mídia insiste no tema e faz um verdadeiro carnaval, isso de certa forma incentiva as pessoas a aumentarem o problema e também estimula o reajuste de preços. Temos, portanto, um círculo vicioso. Esse fenômeno não é novo no Brasil. É parecido com o que já aconteceu com a gripe suína e com a crise de 2008. A imprensa bate e insiste tanto no tema, que acaba apavorando as pessoas. Sob efeito psicológico, a população tende a não apenas acreditar, mas sobretudo reproduzir atitudes que reforçam e ampliam o problema em questão.
Alerto, portanto, de que o problema da inflação está sendo superestimado. As ações já definidas e implantadas pelo governo, embora duras, são necessárias nesse momento e a médio prazo vão gerar uma queda nos índices inflacionários.
O remédio poderia não ser tão amargo se pudéssemos lançar mão de outros elementos, sem onerar tanto as taxas de juros, que empacam investimentos. Isso só poderá ser implantado, entretanto, após o ajuste nas contas públicas, já iniciado pela Presidenta Dilma. Esse ajuste deve surtir efeito no médio e longo prazos. Acredita-se que até meados de 2014/2015 teremos uma taxa de juros mais realista, considerando o mercado internacional.
O que eu considero imprescindível é que o governo acelere a aplicação das medidas necessárias para promover esse ajuste.
O comportamento da mídia, para um desavisado, faz supor que estamos com uma inflação de 80% ao mês.
É evidente que o aumento de preços não é algo bom, entretanto, mais uma vez a mídia presta um desserviço ao país. Quando a mídia insiste no tema e faz um verdadeiro carnaval, isso de certa forma incentiva as pessoas a aumentarem o problema e também estimula o reajuste de preços. Temos, portanto, um círculo vicioso. Esse fenômeno não é novo no Brasil. É parecido com o que já aconteceu com a gripe suína e com a crise de 2008. A imprensa bate e insiste tanto no tema, que acaba apavorando as pessoas. Sob efeito psicológico, a população tende a não apenas acreditar, mas sobretudo reproduzir atitudes que reforçam e ampliam o problema em questão.
Alerto, portanto, de que o problema da inflação está sendo superestimado. As ações já definidas e implantadas pelo governo, embora duras, são necessárias nesse momento e a médio prazo vão gerar uma queda nos índices inflacionários.
O remédio poderia não ser tão amargo se pudéssemos lançar mão de outros elementos, sem onerar tanto as taxas de juros, que empacam investimentos. Isso só poderá ser implantado, entretanto, após o ajuste nas contas públicas, já iniciado pela Presidenta Dilma. Esse ajuste deve surtir efeito no médio e longo prazos. Acredita-se que até meados de 2014/2015 teremos uma taxa de juros mais realista, considerando o mercado internacional.
O que eu considero imprescindível é que o governo acelere a aplicação das medidas necessárias para promover esse ajuste.
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