A ação americana para captura e morte de Bin Laden é um tributo a barbárie humana. Ela nos remete à máxima do “olho por olho, dente por dente”. Evidente que não se pode fazer a defesa de Bin Laden, um homem que coordenou ações que culminaram com a morte de milhares de pessoas. Entretanto, também não é possível compactuar com os métodos praticados por Obama.
A tortura empregada para testemunhas delatarem o líder da Al Quaeda, evidencia uma prática corriqueira nas prisões americanas, nem sempre feita com criminosos, é bom que se diga, mas muitas vezes levando inocentes aos lacres da dor e do desespero. Aainda que se faça contra criminosos, a prática da tortura faz supor que, embora extremamente desenvolvidos tecnologicamente, os Estados Unidos mantém um pé na idade média.
A invasão ao território paquistanês revela também a velha e nojenta faceta imperialista dos EUA, com seu hábito de exigir o cumprimento irrestrito das leis, porém na prática não fazem o mesmo.
As controvérsias sobre a situação da morte e a falta de uma prova cabal, ainda vão suscitar muitas dúvidas e teorias conspiratórias. Tem gente que nem acredita na existência de Osama, quanto mais crer na sua morte.
As informações do governo inicialmente apontavam que Osama estaria armado. Posteriormente agentes desmentiram. A ordem inicial seria pegá-lo vivo, disse a Casa Branca, informação negada por agentes, que afirmaram que Obama determinou a morte. Contradições de um governo que, embora tenha uma faceta centro-esquerdista é, antes de tudo, americano; reflexo da sociedade americana. Assim sendo, traz no seu DNA a tradicional arrogância imperialista, agora ainda mais reforçada pela “vitória” sobre o terror. É tudo que os americanos precisavam para recuperar a auto-estima e o nacionalismo abalados por uma crise econômica devastadora. O mundo deve se cuidar, nem tanto da Al Quaeda, mas sim dos Estados Unidos da América.
A morte do líder terrorista também é um alento para Obama. Perseguido por uma crise econômica herdada do governo republicano e belicista de Bush, via sua popularidade cada vez mais abalada e ameaçando seriamente sua reeleição. Agora, em poucas horas, a aprovação do Presidente já subiu mais de onze pontos percentuais. Bin Laden ajudou a reeleger Bush Filho com o atentado de 11 de setembro e agora, quase 10 anos depois, sua morte deve ser decisiva para a reeleição de Barack Obama, seu algoz e pasmem: prêmio Nobel da Paz.
Que paz? Que democracia? Obama autoriza invasão na Líbia; instala novas bases militares mundo afora; invade países para prender inimigos; tortura pessoas para obter delações; mantém inocentes presos em condições desumanas em Guantanamo; esfola países pobres com uma política econômica nefasta; mantém tropas no Iraque, no Afeganistão e em tantos outros países; se cala ante a ação criminosa de Israel contra a Palestina, etc...etc...etc.
Que m... de paz é essa????? O que mais é necessário para Obama ser obrigado a devolver o prêmio que injustamente recebeu??????
Nenhum comentário:
Postar um comentário