Seria muita ingenuidade nossa, dos brasileiros, acreditar que a direita reacionária, que se locupletou do dinheiro público para reforçar seus privilégios, iria aceitar a terceira derrota seguida passivamente.
Durante a campanha presidencial do ano passado, a direita fez de tudo para ganhar, até mesmo cooptou José Serra para os porões do que existe de pior na política: preconceito, discriminação e radicalismo.
A derrota de Serra não gerou conformidade, ao contrário. Com a derrota de Serra, a direita deu-se conta de que precisava de um outro plano. Um plano "C", uma vez que o "B" era José Serra e o "A" também, considerando suas duas derrotas para presidência.
No início, o governo Dilma teve falsos afagos. Uma tentativa de gerar uma cortina de fumaça para o que estava sendo orquestrado e, quem sabe, até levar Dilma a baixar a guarda, facilitando o ataque derradeiro.
Não tardou e o ataque veio, de várias frentes. De um lado, o ataque a Palocci, ministro de confiança de Dilma e que está sendo atacado há dias, sem uma única prova sequer de que, de fato, tenha cometido alguma irregularidade. É o que Lula chama de "denuncismo", que feriu seus 8 anos de governo diversas vezes, algumas denúncias comprovadamente verdadeiras, outras tantas até hoje sem uma única prova.
De outro lado, a aprovação do código florestal. Mais do que uma derrota política, foi a vitória dos marginais que atacam o meio-ambiente e infestam a câmara federal, representados pela chamada bancada ruralista. Trata-se um exemplo do que existe de mais materialista e interesseiro nesse país. Logicamente que a imprensa está dando destaque e afirmando categoricamente que foi uma derrota da Presidenta, ardilosamente orquestrada pelo PMDB. Seria a primeira, de muitas que a oposição e a imprensa golpista sonham.
Outro ponto de ataque está no chamado kit anti-homofobia, preparado pelo ministério da educação. Trata-se de mais uma demonstração de preconceito. Está certo que o ministério da educação bem que podia ter avaliado melhor o conteúdo, mas o erro, agora, está virando arma nas mãos dos conservadores de direita para atacar o governo, visto como ofensor dos "bons costumes e da moral". É mais um "projétil" desferido contra o Ministro Fernando Haddad, que pelo seus relevantes serviços prestados a educação brasileira se tornou um dos alvos principais da elite, que não se conforma em ter que dividir o banco do avião com os emergentes sociais.
O mais recente ataque é contra a saúde de Dilma. A revista Época divulga o que é quase um desejo: que a saúde de Dilma não vai bem. Segunda a revista, Dilma tem diversos problemas de saúde. Foi necessário o Hospital e os médicos que atendem a Presidenta desmentir logo.
também recentemente, o presidente do PSDB diz que Dilma já não governa, contestando a liderança da Presidenta. Parece que o caminho é esse. Vão tentar a todo custo desconstituir Dilma e seu governo. A elite entreguista e interesseira, representada pela direita, que tem no DEM, no PSDB e na grande imprensa seus maiores defensores, não vai se conformar em ser governada passivamente por mais 4 anos, sem reagir aos desmandos de um governo que tem a petulância de: popularizar o automóvel e a viagem de avião; que reduz desigualdades e aproxima os direitos e deveres de todos os brasileiros; que torna o País respeitado e não se curva mais aos desejos americanos; que dá bolsa família ao pobre e que democratiza espaços de decisão e cidadania, atens reservados a poucos.
O pior em tudo isso é ver pessoas inteligentes e bem intencionadas embarcando nessa "canoa furada", como é o caso de jornalistas sérios e mesmo integrantes dos partidos governistas. Ao invés de defenderem o governo, se afugentam. Eles só tem a perder.
Para terminar, não se pode esquecer do PSD de Gilberto Kassab. Anunciado como dissidente da direita a se aproximar do governo, na prática, está se revelando um cavalo de tróia. Há fortes indícios de que as denúncias contra Palocci tenham partido de informações vazadas na Prefeitura de São Paulo. O PSD parece mais uma última trincheira, na tentativa de acolher quem desejar um partido novo, com vistas a reforçar a artilharia contra a esquerda em 2014. Certamente estarão unidos ao PSDB e ao DEM. A discórdia entre ambos parece mais jogo de cena do que atitude real. Essa eu vou acompanhar para ver no que vai dar.
Em todos esse episódios uma coisa fica clara: o interesse da direita, da grande mídia e da elite brasileira não é o bem-estar da nãção, mas a defesa de seus interesses, a busca pelo poder, a manutenção de privilégios e da submissão aos países ricos. Profundamente lamentável, mas verdadeiro. São Miguel Arcanjo que nos defenda. Amém.
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