O povo brasileiro elegeu Dilma presidenta. Dilma chega ao poder ancorada por Lula, o presidente que provocou uma profunda transformação política e social, mas também econômica em nosso país.
É uma vitória emblemática, da primeira mulher a presidir o Brasil, sem nunca ter disputado cargo político algum. Até sua candidatura, Dilma era quase uma desconhecida. Mas quem ganhou mesmo, não foi Dilma; foi o projeto. Ao contrário de Serra, Dilma nunca revelou ambição de ser presidente. Aceitou o desafio para levar adiante um governo onde o presidente tem mais de 80% de aprovação, o que demonstra o tamanho de sua responsabilidade.
Dilma está preparada. Uma mulher que enfrenta a ditadura, fica três anos presa, sofrendo torturas terríveis, sem delatar seus colegas; que luta e vence um cancer; capaz de assumir desafios antes impensáveis para as mulheres e vence, não pode, definitivamente, ser subestimada.
Outra grande prova da capacidade de luta e resistência de Dilma está nessa campanha, uma das piores da história. Dilma a enfrentou com dignidade e serenidade. Seu principal oponente foi capaz de se aliar aos movimentos fascistas da extrema-direita para tentar ganhar a eleição. Usou táticas de guerra para minar o campo lulista. Serra teve ao seu lado setores da imprensa que se posicionaram, se não todos claramente, ao menos evidentemente, procurando reforçar o anti-petismo e a imagem negativa de Dilma.
De forma sorrateira, PSDB e aliados instigaram a discriminação religiosa, social, política, racial e sexual. Atacaram a vida pessoal de Dilma, imputando-lhe de forma mentirosa comportamentos e posturas reprováveis à maioria conservadora da sociedade brasileira. E muitos acreditaram, seja por desinformação, por ignorância ou por conveniência.
Assim foi a campanha de Serra: uma constante exploração das fraquezas de nossa sociedade, tentando desviar o foco do debate de idéias e projetos, campo em que a comparação de Lula com FHC não lhe permitia a mínima chance de vitória.
A campanha de Serra foi um atentado ao bom-senso, a democracia, a liberdade e a dignidade de um povo, tendo deixado rescaldos entre seus eleitores. Vejo com imensa tristeza a proliferação da xenofobia contra os nordestinos, região onde Dilma teve ampla maioria. Trata-se de uma atitude rediculamente estúpida essa discriminação entre irmãos de pátria. Ignoram os neo-nazistas tupiniquins que Dilma não foi eleita só pelos votos do nordeste. Não consideram que o Nordeste, outrora esquecido, está sendo tratado por Lula em pé de igualdade com o restante do país, as vezes até melhor, o que se justifica pelas imensas carências sociais. Querem encontrar alguém para colocar a culpa pelo fracasso, para jogar seu rancor. Esse tipo de comportamento é profundamente lamentável e não se pode esperar outra coisa de nossa sociedade a não ser uma dura rejeição, preservando a unidade nacional, a tolerância e a paz no Brasil.
Precisamos entender e aceitar que a eleição passou. É hora de união e trabalho. Embora tenha sido um ótimo governante, Lula não acertou em tudo e também não teve tempo de fazer outras tantas coisas. Há muito a fazer pelo Brasil.
Dilma tem alguns desafios: economia (reforma tributária, câmbio), reforma política, investimento em infra-estrutura, erradicação da pobreza, saúde pública, educação, copa do mundo e olimpíadas considero os principais. Apoio político na câmara e no senado Ela tem. Precisa aproveitar e fazer as reformas logo em 2011. É urgente a fim de que continuemos avançando para nos tornarmos uma nação de primeiro mundo. Espero e desejo que a sociedade brasileira como um todo recobre a serenidade, a fé e colabore com amor no coração para que o governo Dilma tenha sucesso. Será o sucesso de todo povo brasileiro.
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