Não. Simples assim.
Depois de algum tempo de vida, atualmente margeando o que chamam ardilosamente de meia-idade, cheguei a conclusão de que não existe uma só criatura na face da terra que seja confiável. Ao menos não totalmente confiável.
Tenho visto tantas coisas acontecendo em nível nacional, sobretudo na política, no esporte, nos negócios, na imprensa; tive tantas decepções com algumas pessoas em 2010e também já nesses poucos dias de 2011, que simplesmente concluí que ninguém no mundo é passível de ampla confiança.
A confiança se esvai diante do dinheiro e diante do poder. Nada nesse mundo é capaz de influenciar tanto as pessoas quanto dinheiro e poder. Vejam o paradoxo: pouca coisa ou quase nada nessa vida se faz sozinho, sem, de alguma forma, depender de outro. Confiança é apontada como uma das palavras-chave para o êxito de qualquer atividade. Mas, ao mesmo tempo, não se pode confiar em ninguém plenamente. Creio que nem eu sou muito confiável.
Estou decepcionado com o ser humano. Eu que sou um homem de RH e de gestão, que nada em meu trabalho faço sem apoio de outras pessoas; que dedico parte de minha vida a área da educação, vejo com imensa tristeza a grande e grave crise moral que vivemos.
Diz um Senhor, colega de trabalho, exemplo de correção, que “os tempos são outros”. Ele não se cansa de dizer que hoje em dia tudo está diferente; que as pessoas não se comprometem mais; que tudo é movido por interesse; que a honestidade é vista como caretice; que não existe mais desejo genuíno de cooperar ou de auxiliar as pessoas. Eu sempre concordei em parte. No meu íntimo pensava: “não é tanto assim”. Hoje percebo com pesar que ele está certo.
“Onde vamos parar?” pergunta ele atônito. Sinceramente eu não sei, mas tenho medo do futuro. Dói muito perceber pessoas que se tinha como confiáveis e leais jogarem tudo na lama por uns tostões e por poder. Tenho medo pelos meus filhos, principalmente. Como estará o mundo quando eles forem adultos?
Vivemos uma grave crise moral. Precisamos repensar nossa sociedade, nossa educação (familiar). Não precisamos de novos ideais. Precisamos recuperar os antigos: de confiança, honestidade e lealdade.
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