quarta-feira, 29 de junho de 2011

O peruano e o cego

Andava eu pela rua, uma das mais movimentadas da cidade.
Fecha o sinal e paro o carro.
O frio é intenso, mas o ar-condicionado ameniza.
De repente, um homem deficiente visual inicia a travessia da rua.
Ao seu lado, o ampara, um cidadão aparentando ascendência peruana.
Após conduzir o cego até o outro lado, o homem, cuja vestimenta denunciava a condição humilde, retorna para seu ponto de venda. Trata-se de um vendedor de CDs e instrumentos de música tipicamente peruana.
Enquanto isso, o cego segue seu caminho. Muitos passam por ele, mas sua condição parece não despertar outro sentimento senão pena.

O frio das madrugadas do inverno brasileiro, só não esfria o calor humano das pessoas que se compadecem, mas que também agem para amenizar a dificuldade alheia. Enquanto muitos seguem seu curso sem sequer observar o que acontece a sua volta, outros decidem agir.
São atitudes simples, mas que dizem muito.

Está faltando compaixão no Brasil. Não falo apenas de questões materiais, mas de atitudes genuínas de perdão, amor e respeito à vida e às diferenças. Faltam pensamentos e idéias positivas em relação ao outro. Estamos evoluindo economicamente, mas e moralmente, como estamos? O que estamos ensinando aos nossos jovens e crianças?

Belo exemplo o desse peruano.

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