sexta-feira, 27 de agosto de 2010

DESAFIOS DA GESTÃO

Desnecessário destacar a realidade do ambiente competitivo atualmente. Mudanças rápidas, novas tecnologias, novos negócios, novos produtos, pressão por resultados, excesso de trabalho, pessoas em estado permanente de alerta. Os modelos de gestão devem, portanto, privilegiar soluções.

Mas como apresentar e efetivar soluções nessa situação onde a única certeza é a mudança? Ao longo dos anos, os teóricos tentaram entender a gestão pelos mais diversos ângulos. O “Taylorismo” e o “Fordismo” destacaram a produtividade, enfatizando os padrões e a máxima especialização, e ignoraram aspectos humanos. Os comportamentalistas, ao contrário, exageraram na dose e priorizaram o aspecto humano, ignorando realidades e exigências mercadológicas e operacionais.

O século passado foi recheado de teses cartesianas, onde a prioridade era a execução. Na verdade a execução era separada do pensamento, da reflexão. Parte da equipe era paga para fazer, enquanto outra parte para pensar, o mínimo necessário. Reflexão não era a prioridade. Esse pensamento criou cultura e gerou influências na educação escolar e familiar. Em suma, não fomos acostumados refletir e ter que apresentar soluções.

A realidade do terceiro milênio exigiu uma ruptura. Empresas passaram a privilegiar pessoas com capacidade reflexiva, capazes de apresentar soluções; capazes de abrir horizontes e descortinar novas alternativas para satisfazer uma crescente diversidade de necessidades e desejos. Eis uma árdua tarefa: reeducar mentes e comportamentos recheados com a inércia e capitalizar essa força para gerar valor ao cliente e demais partes interessadas, através da inovação. Como promover essa mudança estrutural? Espero contribuições.

Pessoas e empresas, portanto, cada vez mais diferem em personalidade, conseqüentemente, gerando uma gama quase infinita de expectativas. Fala-se atualmente na necessidade de a empresa entender o coração e a mente das pessoas. Mais: fala-se em penetrar na mente das pessoas para tentar entendê-las. Qual a real possibilidade de conseguirmos ter precisão na identificação do que as pessoas de fato querem? Com tantos avanços tecnológicos, não faltará quem diga e invente (se é que já não existe) equipamentos capazes de ler a mente das pessoas, interpretar e traduzir suas ondas mentais.

Evidente que há risco de mau uso desse exagerado conhecimento do outro, sobretudo pelo recrudescimento dos velhos desejos de dominação e manipulação de seres humanos sobre outros seres humanos. Vivemos no limite entre a ética e a necessidade de sobrevivência e adaptação.

Da mesma forma os líderes devem estar permanentemente sintonizados com sua equipe, visando captar e traduzir a crescente gama de necessidades.

Conhecer cada colaborador, cada cliente, cada fornecedor, cada parceiro, enfim, e atuar para promover o máximo possível de sua satisfação, considerando a grande diversidade de personalidades e as mudanças é, sem dúvida, um grande desafio para os gestores. Desafio que somente pode ser vencido com muita sensibilidade, foco, determinação, resiliência, sintonia com o mercado e ética. As ferramentas: Tecnologia e pensamento reflexivo. Precisamos de novas ferramentas de marketing e de novas técnicas para incentivo às pessoas. Você tem alguma idéia?

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Colorado: Modelo de Gestão

Era o ano de 2002; campeonato brasileiro. O Internacional estava prestes a cair para a segunda divisão do futebol nacional. Seria o coroamento trágico de uma década sem títulos de expressão (o último havia sido a Copa do Brasil em 1992).

Mas na direção do clube do povo havia um predestinado: Fernando Carvalho. Ele mesmo define a situação que encontrou, em uma entrevista ao Portal Terra, em abril de 2009: “As gestões anteriores tentaram aperfeiçoar o trabalho, adaptar a uma nova realidade, mas quando assumi o clube só tinha oito mil sócios pagantes, 70 consulados e o Beira-Rio, em termos de estrutura, estava sucateado. Nosso grupo de jogadores era limitado e poucos jogadores eram contratados. A categoria de base, essa sim era boa, pois vinha do nosso trabalho. Mas a estrutura toda precisou ser trabalhada”. Ele trabalhou, e muito, afinal, tinha uma meta: tirar seu amado colorado de situação tão humilhante para um clube de tamanha grandeza e levá-lo a ser um dos maiores times de futebol do mundo.

Lembro-me de um jornalista, mas não do nome, creio que era da Rádio Gaúcha, que relatou entrevista que teve com Carvalho em 2003. O maior dirigente colorado da história, quando inquirido sobre seus planos para o clube, tomou um caderno que estava no canto de sua mesa e mostrou a meta: SER CAMPEÃO MUNDIAL ATÉ O FINAL DE 2006. E no final de 2006 estava o Inter comemorando o título diante do Barcelona. Coincidência? Não. PLANEJAMENTO; GESTÃO. Sorte? talvez um pouco, mas a sorte só acompanha quem trabalha.

O Internacional elaborou um detalhado planejamento que teve assessoria de renomados colorados. E palmo a palmo, foi trilhando um caminho em busca da excelência na gestão, conforme define Carvalho, quando inquirido sobre o exemplo do Inter: “Nós trabalhamos com a mobilização dos colorados, é uma lição que a gente dá. Claro que temos um estádio e os clubes que têm estádio próprio precisam buscar a fidelização dos torcedores. A administração dá exemplo de gestão e hoje o Inter tem ISO 9000 e seus critérios gerenciais fiscalizados. O patrimônio é um exemplo e agora mesmo estamos fazendo um museu nos moldes de Barcelona e Real Madrid, que será um orgulho. Temos categorias de base que revelam grandes jogadores todos os anos. Vendemos o Alex e já tínhamos as reposições prontas, o Taison e Giuliano. Os clubes podem copiar isso se houver uma observação”.

Então, o segredo do sucesso do Inter está na gestão; no equilíbrio das contas; nas ações que geraram uma receita fixa mensal elevada, através da promoção Sócio Campeão do Mundo; no investimento na geração de craques através das categorias de base, que não só abastece o time principal, mas também possibilita receita com a venda (sem deixar de repor com jogadores do mesmo nível); nas ações de marketing com licenciamento da marca, etc. A ação do Inter, portanto, começou fora do campo. O time é apenas um reflexo de todo um processo de bastidores que transformou o time administrativa e financeiramente, tornando-o mais profissional, mais organizado, sendo gerido como uma verdadeira empresa. Colhe os frutos de um planejamento estratégico bem elaborado e bem executado. Evidente que existem erros, mas se percebe a busca da melhoria contínua e a solução dos problemas, a partir do aprendizado. E mesmo os erros não foram capazes de mudar o foco e a determinação de Fernando Carvalho e seus companheiros.

Esse jeito Colorado de gestão é tão forte e impactante dentro de campo, que foi capaz de mudar convicções e até as feições do ex-carrancudo conterrâneo Celso Roth.

Fora de campo, a próxima cartada está na reformulação e modernização total do complexo Beira-Rio. Com isso, em termos de estádio, o Clube estará parelho com os maiores clubes europeus. Digo em termos de estádio, porque em termos de time já está. O Beira-Rio, aliás, será o estádio oficial da cidade-sede Porto Alegre no Mundial de 2014. Mais uma jogada de marketing que contribuirá para a projeção do time para o mundo. Dentro de campo, a próxima meta é o Bi Mundial, em dezembro.

E assim segue o colorado, cada vez mais forte, mais profissional, mais campeão e mais INTERNACIONAL do que nunca.

Dá-lhe colorado, Bi-Campeão da América.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O que o Jornal Nacional Tem

Reproduzo abaixo texto publicado pelo jornalista e professor da USP Laurindo Lalo Leal Filho em seu Blog. Vale a pena ler e entender um pouco o que se passa nesse país e nos recônditos da vênus platinada, enteda-se Rede Globo. Segue abaixo.


Lembranças do JN
Contei em artigo publicado na revista Carta Capital e depois reproduzido no livro “A TV sob controle” o que vi e ouvi naquela manhã no Jardim Botânico, no Rio. Mostrei como se decide o que o povo brasileiro vai ver à noite, no intervalo entre duas novelas.

Laurindo Lalo Leal Filho

O destaque dado pela mídia ao Jornal Nacional na última semana, em razão das entrevistas realizadas com os candidatos à presidência da República, trouxe a minha memória o episódio de cinco atrás quando acompanhei com colegas da USP uma reunião de pauta daquele programa.

Contei em artigo publicado na revista Carta Capital e depois reproduzido no livro “A TV sob controle” o que vi e ouvi naquela manhã no Jardim Botânico, no Rio. Mostrei como se decide o que o povo brasileiro vai ver à noite, no intervalo entre duas novelas. Ficou clara, para tanto, a existência de três filtros: o primeiro exercido pelo próprio editor-chefe a partir de suas idiossincrasias e visões de mundo cujos limites se situam entre a Barra da Tijuca e Miami, por via aérea.

O segundo e o terceiro filtros ficam mais acima e são controlados pelos diretores de jornalismo e pelos donos da empresa, nessa ordem. Não que o editor-chefe não tenha incorporado as determinações superiores mas há casos que vão além de sua percepção e necessitam análise político-econômica mais refinada.

As entrevistas com os presidenciáveis passaram, com certeza, pelos três filtros e os resultados o público viu no ar. O candidato do PSOL tendo que refazer uma fala cortada pela emissora e a candidata do PT deixando de ser entrevistada para ser inquirida. Para os outros dois candidatos da oposição a pegada foi mais leve, de acordo com a linha editorial da empresa.

Nada diferente do que vi em 2005 quando uma notícia oferecida pela sucursal de Nova York foi sumariamente descartada pelo editor-chefe do telejornal. Ela dava conta de uma oferta de óleo para calefação feita pelo presidente da Venezuela à população pobre do estado de Massachussets, nos Estados Unidos, a preços 40% mais baixos do que os praticados naquele pais. Uma notícia de impacto social e político sonegada do público brasileiro.

Ou da empolgação do editor-chefe em colocar no ar a notícia de que um juiz em Contagem (MG) estava determinando a soltura de presos por falta de condições carcerárias. Chegou a dizer, na reunião de pauta, que o juiz era um louco e depois abriu o jornal com essa notícia sem tentar ouvir as razões do magistrado e, muito menos, tocar na situação dos presídios no Brasil. O objetivo era disseminar o medo e conquistar preciosos pontos de audiência.

Diante dessas lembranças revirei meu baú com mensagens recebidas na época. Foram dezenas apoiando e cumprimentando pelas revelações feitas no artigo.

Reproduzo trechos de uma delas enviada por jornalista da própria Globo:

“Discordo da revista Carta Capital num ponto: o texto ‘De Bonner para Homer’ não é uma crônica. É uma reportagem, um relato muito preciso do que ocorre diariamente na redação do telejornal de maior audiência do País.

As suas conclusões são, porém, mais esclarecedoras do que uma observação-participante. Que fique claro: trabalho há muito tempo na Globo, não sou, portanto, isento.

Poderia apresentar duas hipóteses relacionadas à economia interna da empresa para a escolha do editor-chefe do JN:

1) a crise provocada pelo endividamento levou a direção da rede a tomar medidas para cortar de despesas. Em vez de dois altos salários - o de apresentador e o de editor-chefe - para profissionais diferentes, entregou a
chefia ao Bonner. Economizou um salário.

2) como é profissionalmente fraco, não tem experiência de campo, nunca se destacou por nenhuma reportagem, o citado apresentador tem o perfil adequado para o papel de boneco de ventríloquo da direção do Jornalismo.

A resposta para a nossa questão deve estar bem próxima dessas duas hipóteses. De todo modo, os efeitos são devastadores: equipe dividida, enfraquecida e só os mais inexperientes conseguem conviver com o chefe tirano e exibicionista.

‘Infelizmente, é um retrato fiel’, exclamou uma repórter experimentada diante do seu texto.

Eu me sinto constrangido e, creia-me, não sou o único por aqui”.

É a esse tipo de organização que os candidatos à presidência da República devem se submeter se quiserem falar com maior número possível de eleitores. Constrangimento imposto pela concentração absurda dos meios de comunicação existente no Brasil, interferindo de forma perversa no jogo democrático.


Laurindo Lalo Leal Filho, sociólogo e jornalista, é professor de Jornalismo da ECA-USP. É autor, entre outros, de “A TV sob controle – A resposta da sociedade ao poder da televisão” (Summus Editorial).

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Veja é a minha anta

OBS.: O título acima é uma alusão a um livro sobre o Presidente Lula, escrito pelo “jornalista” Diogo Mainardi (colunista da Revista Veja).

Outro dia, sentado à cadeira da sala de espera do dentista, comecei a folhear uma Revista Veja, em uma de suas edições de Julho/2010. Embora eu não tenha a assinatura da Veja (nem intenção de tê-la), sempre procuro folhear em algum local onde a encontro. E não é difícil encontrá-la em algum consultório ou escritório. Dessa forma, até consigo acompanhá-la, inclusive com o apoio da internet e da própria televisão, que eventualmente se socorre da Revista para suas reportagens.
Fiquei surpreso. Dei-me ao trabalho de verificar a disposição do conteúdo. Logo no início da Revista, sumário e algumas páginas de propaganda; a seguir, uma reportagem sobre ...não lembro, não era meu foco; mais algumas páginas de propaganda; mais algumas páginas de....de...propaganda; a seguir algumas páginas de opinião de leitores; uma ou duas páginas com notícias de personalidades; mais algumas páginas de... propagandaaaa...e ... Oh!!!! Uma reportagem, na página 64. Isso mesmo, sessenta e quatro, uma nova reportagem. Adivinhem sobre quem? Lula, claro. A Revista Veja tem tido nos últimos anos uma postura absolutamente crítica sobre Lula, seu governo e todos que ousarem defendê-lo. Lula é sua vítima predileta, embora existam outras, principalmente políticos (de esquerda e neo-esquerdistas), técnicos gaúchos (Dunga) e jornalistas concorrentes.
Mas, afinal, vivemos em um país democrático. Pois bem, acontece que as críticas da Revista Veja ultrapassam a democracia. Tenho para mim que a Revista (se é que se pode chamar de Revista) inaugurou uma nova ditadura: a ditadura do pensamento. Muitos órgãos de imprensa imparcias elogiam e criticam Lula. Mas Veja é diferente. Veja persegue Lula. Tenta a todo custo impor-lhe uma derrota, ainda que moral. Essas críticas, em 99% das vezes, ultrapassaram o limite do razoável; do bom senso e, porque não, da ética jornalística (se é que existe uma).
Utilizando-se de reportagens e colunistas de péssima educação e inteligência emocional questionável, Veja persegue integrantes da cúpula da presidência e de órgãos de imprensa rivais como um caçador a uma presa. É um bombardeio de ironias e denúncias com origem, no mínimo, duvidosa. Lança coisas no ar sem provas, com denunciantes suspeitos, interesseiros e claramente parciais. Sem qualquer fato concreto, lança denúncias como “areia ao vento”, na direção certa para ferir quem Veja carimba como inimigo. Usa de seu poder e se esconde atrás de uma tão propalada liberdade de imprensa. Pura covardia.
Alguns termos utilizados por repórteres e colunistas da Veja eu não ousaria utilizar nem com meu pior inimigo, tamanha sua grosseria.
Então, enquanto folheava a Revista, entendi porque tanta propaganda: falta conteúdo. A Revista Veja ficou refém de sua própria postura anti-lulista. Foi derrotada. Ou alguém ousaria dizer que venceu, considerando que Lula está com aprovação histórica, na faixa dos 80%, sendo uma dos presidentes mais populares do mundo? Veja perdeu. E perdeu para sua própria estupidez e intransigência política. São ranços de uma época que, para o bem do Brasil, deveria já ter ficado para trás.
Sugiro que nesse exato momento a Veja comece uma campanha forte pela eleição da Dilma. Isso mesmo. O que vai acontecer com Veja quando Lula deixar o Governo? Resta a esperança de que a Dilma ganhe. Certamente terá mais 4 anos de assunto farto. Mas e se Dilma não ganhar? Pode ser o fim da Revista Veja. Se for assim, sou até capaz de torcer para Dilma perder. O Brasil ganharia muito e o povo brasileiro também. Essa Revista é mais um dentre os órgãos de imprensa brasileiros que, ao invés de informar, presta o serviço de “emburrecer” as pessoas, porque é parcial; usa palavreado chulo e deselegante; desrespeita pessoas, instituições e empresas; julga como se fosse um tribunal; não leva à reflexão; tenta tolher das pessoas a liberdade de pensar por conta própria; tenta impor sua ditadura do pensamento. Ainda bem que o mundo mudou e a comunicação também. Viva a internet!!!!!!
A Revista Veja é a minha anta.

domingo, 8 de agosto de 2010

Economia desacelera e inflação fica sob controle

Estamos vendo uma redução na atividades econômica do Brasil, fruto das medidas restritivas impostas pelo governo para conter a expansão excessiva que gera inflação.
O governo subiu a taxa de juros e retirou benefícios fiscais a alguns produtos, como automóveis. Com isso, o ritmo de consumo caiu e houve maior equilíbrio entre oferta X demanda, contribuindo para a queda da inflação que, segundo os últimos índices, está próxima de zero.
A economia Brasileira segue um bom caminho. Vemos uma taxa de desemprego em queda e saldo positivo na balança de pagamentos.
Vemos uma retomada na entrada de capital extrangeiro para investimento e o otimismo internacional em relação ao Brasil se mantém.
A situação atual pode significar a manutenção da taxa de juros (SELIC) nas próximas reuniões do Conselho de Política Monetária (COPOM) do Banco Central.
Sou um otimista em relação ao Brasil e acredito que estamos no rumo certo. Evidentemente, precisamos algumas correções, sobretudo as tão faladas reformas tributária, política, previdenciária, etc. Precisamos avançar nisso nos próximos anos para que o país continue crescendo e possa até mesmo aumentar o ritmo.
Também não podemos esquecer do investimento em infra-estrutura, que precisa ser ampliado. Com o advento do mundial de futebol de 2014 e da olimpíada de 2016 haverá um impulso extra.