Por raquel_
Do Valor
"Escândalos prejudicam a oposição"
Por Cristian Klein | De São Paulo
Longe de colher os benefícios pela queda recorde de sete ministros, seis deles acusados de corrupção, no primeiro ano de governo Dilma Rousseff, a oposição entrou numa agenda negativa que atrapalha e atrasa seus planos de voltar ao poder. Não consegue grudar na presidente o rótulo de comandante de uma administração suja e, ao mesmo tempo, desperdiça tempo fundamental para criar uma marca forte perante o eleitorado. Para a cientista política Marta Arretche, professora e pesquisadora da USP e do Cebrap, é esse caminho sem saída, batendo contra a parede, que a oposição continua sua trajetória errática. As lições de 2005 e 2006 não foram aprendidas. Escândalos de corrupção, por maiores que sejam, não garantem retorno eleitoral, quando o governo de plantão entrega a mercadoria que seu cliente quer: bem-estar. "Como os escândalos são generalizados, o eleitor considera que a melhor opção, que seria alguém que não é corrupto e lhe traga benefícios, não existe. Então, ele vai para a segunda opção", diz.
Especialista em políticas públicas e (des)centralização, Marta Arretche afirma que Dilma, em 2011, já fez várias apostas do que poderá ser a marca de seu mandato. Duas se destacam: a derrubada da taxa de juros e o investimento pesado na habitação. Explica porque a saúde vai melhor do que a educação no Brasil. Critica o furor nacional por reformas, seja à direita ou à esquerda. E constata a continuidade, em Dilma, da tradição centralista, traço compartilhado pela elite política brasileira. A seguir, leia os principais trechos da entrevista de Marta Arretche concedida aoValor:
Valor: O primeiro ano já indica qual será a marca de Dilma?
Marta Arretche: Quais parecem ser as apostas? Uma delas é trazer a economia brasileira para um patamar de juros mais baixo. Aparentemente, ela está jogando muitas fichas neste caminho. Há a aposta do Brasil sem Miséria, um programa mais complexo, mais integrado que o Bolsa Família. Outra aposta é a do Minha Casa Minha Vida. Se for bem-sucedida, ela terá entrado para a história como a presidente que mais construiu habitações para a população de baixa renda, mais do que toda a história do BNH [Banco Nacional de Habitação, que existiu entre 1964 e 1986]. E há a aposta [do combate à] corrupção, que até momento parece ter rendido bons dividendos.
Os indicadores de saúde dependem mais da renda do que os da educação; isso mostra o avanço da atenção básica"
Valor: As trocas de ministros atrapalham o desenvolvimento das políticas públicas?
Arretche: Parte do problema está fora da alçada da presidente, pois, se os partidos continuarem a indicar para postos-chaves - e a presidente aceitar - pessoas que venham a ser denunciadas, os escândalos tenderão a continuar ocorrendo. O que tem sido menos avaliado pelos analistas é como a oposição é prejudicada pelos escândalos de corrupção. As evidências que temos é que os escândalos têm baixo impacto eleitoral negativo sobre presidentes que tenham sido bem-sucedidos. Como a principal agenda da oposição é de denunciar a corrupção, ela perde oportunidades de vender a sua marca, suas políticas. Há um debate sobre o Plano Nacional de Educação. Você sabe qual é a opinião da oposição? Os escândalos não impuseram os custos eleitorais que a oposição parece esperar deles.
Valor: Por que não há ganho eleitoral com as denúncias?
Arretche: Como os escândalos são generalizados e atingem todos os partidos, o eleitor considera que a melhor opção, que seria alguém que não é corrupto e lhe traga benefícios, não existe. Então, o eleitor vai para a segunda opção. Dado que todos são iguais, prefiro aquele que, apesar de ser corrupto, me traz benefícios.
Valor: É o "rouba, mas faz"?
Arretche: É a lógica do "todos roubam". Nenhum partido se credencia como aquele imune a práticas corruptas, uma vez que tenha acesso ao cheque. O que diferencia os partidos? Aqueles que acrescentam algum bem-estar. É preciso estudar mais o tema. Mas parece que o custo eleitoral da denúncia de corrupção é maior no Legislativo, onde o eleitor tem mais escolhas, do que no Executivo. A taxa de reeleição dos deputados federais listados no escândalo do mensalão foi muito pequena.
Valor: Com ajuste fiscal e redução nos investimentos do governo federal, o provimento de bem-estar não fica comprometido?
Arretche: Não vejo sinais de que [o ajuste fiscal] seja a única prioridade. Ele não será um impedimento para outras políticas destinadas a promover o investimento e o emprego. Há um risco de recessão e, portanto, é preciso ter uma política interna de expansão. Essa parece ser uma das grandes prioridades da presidente. Tudo está armado para que o Minha Casa Minha Vida tenha alta prioridade. O programa de reforma de estradas e de infraestrutura viária está bastante armado. Completar a reforma previdenciária está na pauta do Congresso. Um programa de desoneração da empresa brasileira - voltado a atender as base sociais do partido, que quer a manutenção do emprego - também.
Valor: O governo continuará com programas sociais e de infraestrutura custosos, mesmo com ajuste?
Arretche: É o que foi maturado neste ano. Até diria que esses programas têm tido uma maior lentidão na implementação. Porque, de um lado, são mais lentos mesmo, por sua natureza, e, de outro, porque as instituições de controle de irregularidades no Brasil funcionam e tornam os programas mais lentos.
Valor: A maior fiscalização é causa do ritmo mais lento?
Arretche: Está entre os principais fatores. Não é à toa que a presidente aprovou no Congresso uma medida que em algumas áreas torna as licitações mais rápidas.
Valor: O fato de o governo se dar ao luxo de investir em áreas, como a de saneamento, cujo retorno eleitoral não é imediato, tem a ver com o enfraquecimento da oposição?
Arretche: Governos estão sempre atentos ao calendário eleitoral. Mas eles também têm uma agenda que tem a ver com questões programáticas e com as suas bases sociais. Um programa habitacional de larga escala como o Minha Casa Minha Vida atende a esse objetivo. Cria postos de trabalho, emprega mão de obra baixamente qualificada, expande benefícios sociais para camadas de baixa renda, cria demanda para diversos setores industriais. A teoria tradicional diz que governos de base operária tendem a preferir oferecer emprego, mesmo que à custa de alguma inflação, ao passo que governos mais à direita tendem a preferir baixa inflação mesmo que à custa do emprego.
Valor: Se a oposição tivesse vencido em 2010, os programas teriam sido desmontados?
Arretche: Governos à esquerda preferem uma intervenção maior do Estado na economia. Ao passo que governos mais à direita preferem maior intervenção do setor privado, mesmo na área de serviços sociais. Examinemos, por exemplo, a política de saúde. Existe um grande consenso em torno de determinado pilares básicos: que o Estado deve oferecer serviços básicos de atenção à saúde, que a assistência deve ser universal, que o modelo deve ser descentralizado. No entanto, existe uma divergência entre PSDB e PT no que diz respeito aos contratos de gestão, às Oscips [organizações da sociedade civil de interesse público], às organizações sociais [OS]. Está mais associado à trajetória do PSDB preferir inserir a competição com provedores privados na prestação de serviços.
Valor: Qual é o melhor modelo?
Arretche: O que está acontecendo é que mesmo governos petistas, que querem agilizar a prestação de serviços, tendem a favorecer a criação de Oscips. Mas aí enfrentam resistências dentro do PT para implementar e aumentar a inserção do setor privado.
Valor: Governos do PSB também têm apostado nesse modelo. Há tendência de expansão?
Arretche: Sim. Mas se na saúde já existe bastante consenso e as reformas tendem a ser marginais, na área de desenvolvimento urbano, por exemplo, PSDB e PT têm posições muito diferentes.
Valor: Qual é a maior diferença?
Arretche: No governo Fernando Henrique, o gasto federal em habitação e em saneamento se reduziu muito. Com o Minha Casa Minha Vida, o investimento público em saneamento cresceu muito nos governos Lula e Dilma. O que parece novidade são decisões pragmáticas tendo em vista o calendário da Copa e da Olimpíada, como a abertura dos aeroportos para a gestão privada. Isso contraria a trajetória até aqui.
Valor: Em visita recente ao Brasil, o cientista político americano Adam Przeworski disse que o Sistema Único de Saúde (SUS) tem um impacto maior do que o Bolsa Família. Você concorda?
Arretche: O Bolsa Família teve um impacto muito grande sobre os índices de indigência no Brasil. Mas o SUS, que é uma obra de vários governos, tem uma característica básica que é descolar, desvincular os serviços de acesso à saúde da capacidade de pagamento, da renda. Nesse sentido, o Brasil está num estágio muito melhor do que os Estados Unidos, por exemplo. No início do governo [do presidente americano Barack] Obama, 40 milhões de famílias trabalhadoras não têm direito a qualquer serviço de saúde porque elas não podem pagar o seguro de saúde. Em qualquer modelo em que o acesso à saúde dependa de você pagar seguro, você vai ter uma correlação negativa direta entre a qualidade da saúde e a renda. E temos evidências nos nossos estudos de que os indicadores de saúde no Brasil estão descolados da renda.
Valor: Não há associação entre renda mais baixa e menos saúde?
Arretche: Exato. Os estudos mostram que a educação e a saúde são altamente dependentes da renda e, por extensão, da escolaridade da mãe. Os estudos no Brasil mostram que a educação ainda apresenta esse resultado, mas a saúde não. Isso tem a ver com a expansão de programas de atenção básica e com a força política da coalizão da saúde.
Valor: Isso contraria a imagem que se tem do sistema público de saúde brasileiro como caótico.
Arretche: Aí tem um problema de informação. Se pegar o noticiário da imprensa como avaliação do desempenho dos sistemas públicos, tomará o atípico como sendo o regular. E não é.
Valor: E a educação, evoluiu?
Arretche: De fato, a educação brasileira está muito aquém da de outros países em igual nível de desenvolvimento.
Valor: Uma desvantagem do setor de educação seria não ter um grupo de pressão, ou uma coalizão, tão forte como na área da saúde?
Arretche: Tem duas explicações possíveis. A primeira é que os resultados na educação são mais dependentes de outros fatores - tais como a dedicação dos professores, a qualidade das escolas, as condições familiares. A segunda é que a implantação de uma política nacional coordenada de saúde é anterior à de educação, no Brasil. Na área da saúde, existe uma política de provisão universal de serviços básicos há pelo menos 15 anos.
Valor: O fato de Dilma conhecer mais as entranhas administrativas lhe ajuda na função de presidente ou em ser mais inovadora?
Arretche: Não há nada na teoria que diga que governos são bons caso façam reforma. Governos são bons quando dão respostas adequadas aos problemas do país. Essa história das reformas tem a ver com a Constituição de 1988. Tanto PT quanto PFL saíram descontentes. O PT não assinou a Constituição porque considerava que o texto não tinha direitos sociais suficientes. E o PFL saiu descontente porque achava que sobretudo o capítulo de política econômica era excessivamente intervencionista. A ideia de que o bom governo é o que altera a Constituição sai dessa agenda.
Valor: Não há reformas necessárias ao país?
Arretche: Veja, por exemplo, a reforma trabalhista. Há uma agenda que defende mudanças na CLT [Consolidação das Leis do Trabalho]. Essa não é a agenda do PT. Dificilmente sairá do governo do PT uma agenda para mexer na CLT. O que não quer dizer que o governo petista não tome medidas, como fez Lula e vem fazendo Dilma, para desonerar a folha de pagamentos e aumentar a empregabilidade que, em último caso, apresentará benefícios para as base sociais de um governo petista. Isso é uma reforma trabalhista? Não, mas são medidas que podem ser tomadas com legislação e medidas de governo. A reforma previdenciária já foi feita. A reforma tributária é tão complexa que não vai passar por emenda constitucional. O que tem sido feito é aprovar medidas pontuais. O que se aprendeu nos últimos anos é que é possível tomar medidas importantes sem chamar isso de reforma.
Valor: Dilma tende a fortalecer uma centralização das políticas públicas?
Arretche: Todos os presidentes com uma agenda para o país - Fernando Henrique, Lula e Dilma - partilham de uma visão de política pública que confere grande centralidade às iniciativas da União. Essa visão é partilhada pelas principais elites políticas do país. Já está presente na Constituição. Exemplo disso: o [governador do Rio] Sérgio Cabral tem um problema de greve com os bombeiros no Rio de Janeiro, como ocorreu neste ano. Isso abre imediatamente na agenda a necessidade de se aprovar a PEC 300, que cria uma regulação nacional dos salários dos policiais militares.
Valor: O governo Dilma mantém a tradição.
Arretche: Se você observar o conteúdo da legislação que foi aprovada neste primeiro ano de governo Dilma, ela partilha de características que são semelhantes às dos governos Fernando Henrique e Lula. Veja o Plano Nacional de Educação. A pressão é para se comprometer 10% da receita da União, e a tendência é que seja inferior. A mesma coisa com a Emenda 29. Ela regulou o que Estados e municípios devem entender por saúde, mas não compromete o gasto da União.
Comentários sobre notícias econômicas e políticas; sobre gestão empresarial; tendências do mundo corporativo; gestão de pessoas; esportes e muito mais.
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
Feliz Natal e Sucesso em 2012
Estes anos marcantes dessa nada fácil vida,
são como sinais de que vale sempre a pena
Vale a pena viver e ser feliz,
ainda que a felicidade seja uma conquista diária.
Não se faz com muito, mas se faz com o pouco suficiente
para nos tornar pessoas melhores.
Nessa caminhada diária
amigos e parceiros são como mãos divinas
a nos apoiar e auxiliar.
Apesar das dificuldades, 2011 valeu a pena.
Ainda que nada tivesse acontecido, ainda assim teria valido
a pena pelos amigos e pelas conquistas, ainda que pequenas.
Em 2012 continuaremos, com a graça de Deus, a nossa caminhada
e será muito bom ter amigos e parceiros; conquistas e vitórias.
Ainda que nos falte a capacidade de não errar,
ainda que em algum momento nos falte tempo
para aquela conversa descontraída,
sempre haverá lugar no coração
para uma palavra de incentivo e para uma lembrança fraterna.
Sempre haverá lugar para um sorriso e um olhar de perdão.
E que sejam muitos os momentos de alegria, paz e prosperidade.
Feliz natal e sejamos todos muito felizes em 2012.
são como sinais de que vale sempre a pena
Vale a pena viver e ser feliz,
ainda que a felicidade seja uma conquista diária.
Não se faz com muito, mas se faz com o pouco suficiente
para nos tornar pessoas melhores.
Nessa caminhada diária
amigos e parceiros são como mãos divinas
a nos apoiar e auxiliar.
Apesar das dificuldades, 2011 valeu a pena.
Ainda que nada tivesse acontecido, ainda assim teria valido
a pena pelos amigos e pelas conquistas, ainda que pequenas.
Em 2012 continuaremos, com a graça de Deus, a nossa caminhada
e será muito bom ter amigos e parceiros; conquistas e vitórias.
Ainda que nos falte a capacidade de não errar,
ainda que em algum momento nos falte tempo
para aquela conversa descontraída,
sempre haverá lugar no coração
para uma palavra de incentivo e para uma lembrança fraterna.
Sempre haverá lugar para um sorriso e um olhar de perdão.
E que sejam muitos os momentos de alegria, paz e prosperidade.
Feliz natal e sejamos todos muito felizes em 2012.
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
A impunidade só aumenta
A impunidade, uma das maiores causas da criminalidade e da corrupção no Brasil parece só crescer. O CNJ (Conselho Nacional de Justiça), órgão criado para investigar denúncias contra juízes, teve seu poder reduzido por medida do Ministro Marco Aurélio Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal).
A medida ainda precisa passar pelo plenário do Supremo para ser definitiva. De qualquer modo, essa decisão vai à contramão daquilo que deseja a sociedade, que é a investigação e punição de bandidos, sejam eles de que profissões forem. Entretanto, para quem tem acompanhado a justiça brasileira nos últimos tempos, não foi surpresa. A medida repete uma tendência: de afrouxar o cinto contra a bandidagem. E a sociedade brasileira segue a mercê de delinqüentes, marginais, contraventores, corruptos e corruptores que não se intimidam com a brandura da lei.
Ou a sociedade brasileira se mobiliza e começa a exigir maior rigor da nossa justiça, ou cada vez passaremos a viver mais enclausurados e com medo. Continuaremos batendo tristes recordes mundiais, que fazem o Brasil parecer um país em guerra civil.
Nossos deputados e senadores bem que poderiam resgatar um pouco de sua credibilidade e trabalhar na criação de leis mais rigorosas, que certamente contribuiriam para reduzir a sensação de impunidade e insegurança. Nosso judiciário também poderia ter um pouco de humildade, reconhecer suas falhas e fazer sua parte. Os governos, por sua vez, precisam investir no sistema carcerário, para que hajam mais vagas e para que as penitenciárias se tornem casas de correção e não escolas do crime, como acontece hoje.
A medida ainda precisa passar pelo plenário do Supremo para ser definitiva. De qualquer modo, essa decisão vai à contramão daquilo que deseja a sociedade, que é a investigação e punição de bandidos, sejam eles de que profissões forem. Entretanto, para quem tem acompanhado a justiça brasileira nos últimos tempos, não foi surpresa. A medida repete uma tendência: de afrouxar o cinto contra a bandidagem. E a sociedade brasileira segue a mercê de delinqüentes, marginais, contraventores, corruptos e corruptores que não se intimidam com a brandura da lei.
Ou a sociedade brasileira se mobiliza e começa a exigir maior rigor da nossa justiça, ou cada vez passaremos a viver mais enclausurados e com medo. Continuaremos batendo tristes recordes mundiais, que fazem o Brasil parecer um país em guerra civil.
Nossos deputados e senadores bem que poderiam resgatar um pouco de sua credibilidade e trabalhar na criação de leis mais rigorosas, que certamente contribuiriam para reduzir a sensação de impunidade e insegurança. Nosso judiciário também poderia ter um pouco de humildade, reconhecer suas falhas e fazer sua parte. Os governos, por sua vez, precisam investir no sistema carcerário, para que hajam mais vagas e para que as penitenciárias se tornem casas de correção e não escolas do crime, como acontece hoje.
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
Caxias do Sul: o novo Velho Oeste
A Cidade de Caxias do Sul pode ser considerada um novo Velho Oeste, agora com contornos contemporâneos. Ao invés dos cavalos, os bandidos usam carros, roubados, claro, como manda o figurino.
Os assaltos continuam, claro que agora os bancos são mais sofisticados e os caixas eletrônicos parecem robôs, mas ainda não resistem às dinamites.
As pessoas usam roupas mais modernas e andam de carro, se bem que alguns ainda pareçam carroças. Continuam, entretanto, indefesas sendo vitimadas uma a uma. Os índices de violência não revelam a verdadeira face do horror vivido nas ruas de Caxias do Sul.
Como no Velho Oeste, as ações dos marginais sempre chamam atenção de transeuntes, que saem às janelas e as vezes até dão uma espiada na rua, para, então, voltarem correndo para dentro de suas casas, amedrontados, acuados e indefesos. Sabem, entretanto, que por mais bem vigiada e protegida que seja sua casa, não há local seguro no Novo Velho Oeste.
A polícia continua esforçada. O pobre xerife, antes uma voz solitária na defesa da lei, agora ganhou a companhia de muitos auxiliares, a maioria corajosos e esforçados. Mas uma coisa não muda: sempre há corruptos, ineficientes e aqueles que se não estivessem na corporação, sinceramente, ninguém sentiria a mínima falta.
As autoridades, que deveriam atuar na defesa dos cidadãos de bem, ficam estagnadas ante a ineficiência nos gastos públicos, ante a inércia e a corrupção no judiciário, ante uma legislação branda e quase conivente, ante o poderio bélico e a organização dos bandidos, ante a burocracia sufocante de um estado pesado e lento.
Outra coisa que não muda é a mortalidade das armas e a maldade dos bandidos, que parecem sentir um mórbido prazer em ameaçar, maltratar, agredir e matar pessoas inocentes.
Também não mudam as promessas. O Prefeito Sartori elegeu-se sob uma plataforma que previa verdadeiros milagres na segurança. Caxias seria o novo Eldorado da paz e do sossego, como se isso fosse fácil, bastando um simples reconhecimento: sim a segurança é prioridade. E, como em um passe de mágica tudo deveria se resolver.
A administração municipal, entretanto, tem sua parcela de culpa. A política de segurança é quase uma nulidade. Embora o governo federal disponibilize muitos recursos para a área da segurança, falta projeto. A Guarda Municipal está esquecida e só conseguiu algumas verbas esse ano por iniciativa dos próprios integrantes da corporação. No restante, a adesão da Prefeitura a Programas Federais, que poderia aliviar a pressão, não acontece por puro jogo político. Recentemente algumas iniciativas positivas foram premiadas pelo estado, mas no todo, em termos de ações e políticas integradas de impacto imediato, praticamente nada é feito.
Em nível federal, além do fato positivo da existência de recursos para projetos, percebe-se medidas para melhorar a vigilância nas fronteiras e para tratar e prevenir o consumo de drogas. De qualquer modo, ante a gravidade e grandiosidade do problema, uma das maiores causas da violência, parecem ações ainda tímidas.
O Governo do Estado, até 2010 capitaneado pela Sra. Yeda Crusius, também por questões políticas, deixou de aderir a programas nacionais de segurança. O Governo atual está buscando uma retomada nas ações mais fortes, principalmente com os Territórios da Paz e ações de inteligência, mas a lentidão da máquina pública atrapalha e a escassez de recursos limita. Se há falta de competência na gestão, o tempo ainda é pouco para avaliar, mas na questão operacional, ao menos até agora, em Caxias do Sul, as coisas estão indo de mal a pior.
Outro dia alguns amigos foram assaltados na porta do prédio. A filha de 7 anos pediu, pelo interfone, ajuda à mãe que estava no apartamento. Esta, por sua vez, desesperada, ligou para o telefone 190. Ao invés de providenciar o imediato atendimento da ocorrência, o policial ficou perguntando como era o bandido, qual o CPF dela, a identidade, nome da mãe, da sogra, do cachorro, da vizinha.... A viatura da Brigada demorou quase uma hora para chegar até o local, no Bairro Bela Vista. Adivinha onde estava o bandido? Sem sucesso em levar o carro de minha amiga, já estava no interior de outra residência próxima, buscando ter mais sucesso no seu intento, o que efetivamente conseguiu.
Faltam ações de prevenção, faltam ações repressivas mais fortes, os policiais ganham pouco e estão desmotivados, há corrupção, falta planejamento, falta coragem de mexer em algumas áreas dominadas pela violência e pelo tráfico, falta investimento na estrutura carcerária, falta modificar a lei para torná-la mais dura, enfim, as necessidades são muitas. A realidade mostra que a solução é demorada e, em verdade, ninguém sabe se virá, quando virá e de que forma virá.
E então, o que nos resta fazer Sr. Prefeito, Sr. Secretário de Segurança, Sr. Governador, Sras. e Srs.? Alguém tem alguma idéia? Que Deus nos ajude.
Os assaltos continuam, claro que agora os bancos são mais sofisticados e os caixas eletrônicos parecem robôs, mas ainda não resistem às dinamites.
As pessoas usam roupas mais modernas e andam de carro, se bem que alguns ainda pareçam carroças. Continuam, entretanto, indefesas sendo vitimadas uma a uma. Os índices de violência não revelam a verdadeira face do horror vivido nas ruas de Caxias do Sul.
Como no Velho Oeste, as ações dos marginais sempre chamam atenção de transeuntes, que saem às janelas e as vezes até dão uma espiada na rua, para, então, voltarem correndo para dentro de suas casas, amedrontados, acuados e indefesos. Sabem, entretanto, que por mais bem vigiada e protegida que seja sua casa, não há local seguro no Novo Velho Oeste.
A polícia continua esforçada. O pobre xerife, antes uma voz solitária na defesa da lei, agora ganhou a companhia de muitos auxiliares, a maioria corajosos e esforçados. Mas uma coisa não muda: sempre há corruptos, ineficientes e aqueles que se não estivessem na corporação, sinceramente, ninguém sentiria a mínima falta.
As autoridades, que deveriam atuar na defesa dos cidadãos de bem, ficam estagnadas ante a ineficiência nos gastos públicos, ante a inércia e a corrupção no judiciário, ante uma legislação branda e quase conivente, ante o poderio bélico e a organização dos bandidos, ante a burocracia sufocante de um estado pesado e lento.
Outra coisa que não muda é a mortalidade das armas e a maldade dos bandidos, que parecem sentir um mórbido prazer em ameaçar, maltratar, agredir e matar pessoas inocentes.
Também não mudam as promessas. O Prefeito Sartori elegeu-se sob uma plataforma que previa verdadeiros milagres na segurança. Caxias seria o novo Eldorado da paz e do sossego, como se isso fosse fácil, bastando um simples reconhecimento: sim a segurança é prioridade. E, como em um passe de mágica tudo deveria se resolver.
A administração municipal, entretanto, tem sua parcela de culpa. A política de segurança é quase uma nulidade. Embora o governo federal disponibilize muitos recursos para a área da segurança, falta projeto. A Guarda Municipal está esquecida e só conseguiu algumas verbas esse ano por iniciativa dos próprios integrantes da corporação. No restante, a adesão da Prefeitura a Programas Federais, que poderia aliviar a pressão, não acontece por puro jogo político. Recentemente algumas iniciativas positivas foram premiadas pelo estado, mas no todo, em termos de ações e políticas integradas de impacto imediato, praticamente nada é feito.
Em nível federal, além do fato positivo da existência de recursos para projetos, percebe-se medidas para melhorar a vigilância nas fronteiras e para tratar e prevenir o consumo de drogas. De qualquer modo, ante a gravidade e grandiosidade do problema, uma das maiores causas da violência, parecem ações ainda tímidas.
O Governo do Estado, até 2010 capitaneado pela Sra. Yeda Crusius, também por questões políticas, deixou de aderir a programas nacionais de segurança. O Governo atual está buscando uma retomada nas ações mais fortes, principalmente com os Territórios da Paz e ações de inteligência, mas a lentidão da máquina pública atrapalha e a escassez de recursos limita. Se há falta de competência na gestão, o tempo ainda é pouco para avaliar, mas na questão operacional, ao menos até agora, em Caxias do Sul, as coisas estão indo de mal a pior.
Outro dia alguns amigos foram assaltados na porta do prédio. A filha de 7 anos pediu, pelo interfone, ajuda à mãe que estava no apartamento. Esta, por sua vez, desesperada, ligou para o telefone 190. Ao invés de providenciar o imediato atendimento da ocorrência, o policial ficou perguntando como era o bandido, qual o CPF dela, a identidade, nome da mãe, da sogra, do cachorro, da vizinha.... A viatura da Brigada demorou quase uma hora para chegar até o local, no Bairro Bela Vista. Adivinha onde estava o bandido? Sem sucesso em levar o carro de minha amiga, já estava no interior de outra residência próxima, buscando ter mais sucesso no seu intento, o que efetivamente conseguiu.
Faltam ações de prevenção, faltam ações repressivas mais fortes, os policiais ganham pouco e estão desmotivados, há corrupção, falta planejamento, falta coragem de mexer em algumas áreas dominadas pela violência e pelo tráfico, falta investimento na estrutura carcerária, falta modificar a lei para torná-la mais dura, enfim, as necessidades são muitas. A realidade mostra que a solução é demorada e, em verdade, ninguém sabe se virá, quando virá e de que forma virá.
E então, o que nos resta fazer Sr. Prefeito, Sr. Secretário de Segurança, Sr. Governador, Sras. e Srs.? Alguém tem alguma idéia? Que Deus nos ajude.
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
Lição de sabedoria de uma menina com apenas 10 anos
O Meu Querido Presidente LULA!!!
por Ana Giulia Zortea (Vi o Mundo - Luiz Carlos Azenha)
O Brasil hoje chora uma notícia que caiu como uma bomba na cabeça de todos nós brasileiros.
Fiquei analisando estes dois dias a reação das pessoas, a grande maioria está chorosa, se sentindo perdida como se um parente muito próximo estivesse doente. Sim, um parente muito próximo, porque é assim que a grande maioria dos brasileiros vê o nosso ex e eterno presidente Lula. Ele consegue com seu jeito simples e despretensioso chegar ao coração de todos. É como se fizesse parte da família de cada um.
Mas também vi que no Brasil existem muitas pessoas “pequenas”. Pequenas em dignidade, pequenas em respeito ao próximo, pequenas em humanidade. Estas pessoas não sabem o que é respeitar o próximo e ainda dizem que estão representando um partido político.
Como o comentário de um presidente que representa a juventude de um partido político pode vir carregado de tanta ignorância, agressividade e desrespeito???
Penso que se este moço que diz que representa a juventude de um partido e fala tantas coisas horríveis sem o menor respeito pelo ser humano Lula, como pode querer chegar algum dia ao poder??? Uma pessoa como esta não sabe o que é respeito, humanidade, solidariedade.
Mas o presidente Lula é muito mais forte do que esta gentinha que só quer um pouco de visibilidade, nem que para isso façam o papel ridículo de atacar um ser humano que mostrou ao mundo quem verdadeiramente é o Brasil.
Vivemos em uma democracia, eu sei, e temos o direito de falar o que pensamos, mas isto não nos dá o direito de sermos cruéis com ninguém.
O presidente Lula (pra mim ele será sempre o presidente Lula) está doente, sim, mas tenho certeza de que ele vai sair desta muito mais forte em todos os sentidos. O Brasil está choroso e manhoso com esta notícia, mas não está desesperado como uns e outros da oposição que se aproveitam de um momento de profunda tristeza para atacar quem tanto fez pelo país.
O mais incrível é que estas pessoas acham que merecem um dia estar governando o nosso Brasil… Me desculpem, mas quem não sabe respeitar a dor do próximo nunca deveria estar representando nada e nem ninguém, porque simplesmente não consegue se colocar no lugar do outro.
Mas voltando a quem realmente merece minha atenção e respeito. Venho dizer ao mundo que o presidente vai sair desta, sim, porque ele tem muito a contribuir com o país e o povo que ele tanto ama. Estamos tristes e assustados, mas sabemos que ele como o grande guerreiro que é, vai mostrar mais uma vez o que é superação. E sei que em 2018 vou poder votar pra ele para presidente, terei 18 anos e terei a honra e o orgulho de vê-lo mais uma vez como o grande representante do povo brasileiro. ATÉ LÁ PRESIDENTE LULA!!!
por Ana Giulia Zortea (Vi o Mundo - Luiz Carlos Azenha)
O Brasil hoje chora uma notícia que caiu como uma bomba na cabeça de todos nós brasileiros.
Fiquei analisando estes dois dias a reação das pessoas, a grande maioria está chorosa, se sentindo perdida como se um parente muito próximo estivesse doente. Sim, um parente muito próximo, porque é assim que a grande maioria dos brasileiros vê o nosso ex e eterno presidente Lula. Ele consegue com seu jeito simples e despretensioso chegar ao coração de todos. É como se fizesse parte da família de cada um.
Mas também vi que no Brasil existem muitas pessoas “pequenas”. Pequenas em dignidade, pequenas em respeito ao próximo, pequenas em humanidade. Estas pessoas não sabem o que é respeitar o próximo e ainda dizem que estão representando um partido político.
Como o comentário de um presidente que representa a juventude de um partido político pode vir carregado de tanta ignorância, agressividade e desrespeito???
Penso que se este moço que diz que representa a juventude de um partido e fala tantas coisas horríveis sem o menor respeito pelo ser humano Lula, como pode querer chegar algum dia ao poder??? Uma pessoa como esta não sabe o que é respeito, humanidade, solidariedade.
Mas o presidente Lula é muito mais forte do que esta gentinha que só quer um pouco de visibilidade, nem que para isso façam o papel ridículo de atacar um ser humano que mostrou ao mundo quem verdadeiramente é o Brasil.
Vivemos em uma democracia, eu sei, e temos o direito de falar o que pensamos, mas isto não nos dá o direito de sermos cruéis com ninguém.
O presidente Lula (pra mim ele será sempre o presidente Lula) está doente, sim, mas tenho certeza de que ele vai sair desta muito mais forte em todos os sentidos. O Brasil está choroso e manhoso com esta notícia, mas não está desesperado como uns e outros da oposição que se aproveitam de um momento de profunda tristeza para atacar quem tanto fez pelo país.
O mais incrível é que estas pessoas acham que merecem um dia estar governando o nosso Brasil… Me desculpem, mas quem não sabe respeitar a dor do próximo nunca deveria estar representando nada e nem ninguém, porque simplesmente não consegue se colocar no lugar do outro.
Mas voltando a quem realmente merece minha atenção e respeito. Venho dizer ao mundo que o presidente vai sair desta, sim, porque ele tem muito a contribuir com o país e o povo que ele tanto ama. Estamos tristes e assustados, mas sabemos que ele como o grande guerreiro que é, vai mostrar mais uma vez o que é superação. E sei que em 2018 vou poder votar pra ele para presidente, terei 18 anos e terei a honra e o orgulho de vê-lo mais uma vez como o grande representante do povo brasileiro. ATÉ LÁ PRESIDENTE LULA!!!
sábado, 15 de outubro de 2011
Ranking da corrupção, por partidos
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral – TSE – o ranking da corrupção no Brasil foi o seguinte, medido pela quantidade de políticos cassados por corrupção desde o ano de 2000:
Ordem – Partido – Nº de cassados
1º) DEM (69);
2º) PMDB (66);
3º) PSDB (58);
4º) PP (26)
5º) PTB (24);
6º) PDT (23);
7º) PR (17);
8º) PPS (14);
9º) PT (10);
10º) PV, PHS, PRONA, PRP (1).
Dos 623 que foram cassados, quatro eram Governadores e Vices:
Flamarion Portela, de Roraima, e Cássio Cunha Lima, da Paraíba,
mantido no cargo por força de liminar do TSE. Os demais são Senadores e suplentes (seis), Deputados Federais (oito), Deputados Distritais (13), Prefeitos e Vices (508) e Vereadores (84).
O DEM(ex-PFL/ARENA) é o partido que lidera o ranking dos políticos cassados por corrupção (69), reunindo 20,4% dos políticos cassados.
- PMDB (66) aparece logo depois, seguido por PSDB (58), PP (26), PTB (24), PDT (23), PR (17), PPS (14) e PT (10).
Na última posição está o PV (1), empatado com PHS, Prona e PRP.
Fonte: Conversa Afiada - Paulo Henrique Amorim
Ordem – Partido – Nº de cassados
1º) DEM (69);
2º) PMDB (66);
3º) PSDB (58);
4º) PP (26)
5º) PTB (24);
6º) PDT (23);
7º) PR (17);
8º) PPS (14);
9º) PT (10);
10º) PV, PHS, PRONA, PRP (1).
Dos 623 que foram cassados, quatro eram Governadores e Vices:
Flamarion Portela, de Roraima, e Cássio Cunha Lima, da Paraíba,
mantido no cargo por força de liminar do TSE. Os demais são Senadores e suplentes (seis), Deputados Federais (oito), Deputados Distritais (13), Prefeitos e Vices (508) e Vereadores (84).
O DEM(ex-PFL/ARENA) é o partido que lidera o ranking dos políticos cassados por corrupção (69), reunindo 20,4% dos políticos cassados.
- PMDB (66) aparece logo depois, seguido por PSDB (58), PP (26), PTB (24), PDT (23), PR (17), PPS (14) e PT (10).
Na última posição está o PV (1), empatado com PHS, Prona e PRP.
Fonte: Conversa Afiada - Paulo Henrique Amorim
sábado, 17 de setembro de 2011
Um novo paradigma econômico
Estamos vendo eclodir no Brasil um novo paradigma na área da economia.
Nos anos de FHC & Cia, o mote era subir juros em época de crise. E a crise, que já estava crítica, piorava ainda mais. Na era Lula/Dilma, o juro sobe quando tem que subir, mas o Banco Central não tem medo de cortar juro para enfrentar crise. Enfrenta o sistema financeiro e faz valer o que é bom para o Brasil.
O foco era abrir as fronteiras. Alca, Alce, Alci, Alco, seja lá o bloco que fosse o Brasil estava metido e sempre disposto a dar primeiro e receber, depois, um dia, quem sabe... Na era Lula/Dilma, o Brasil participa de todo e qualquer bloco, desde que isso signifique vantagens para a economia brasileira. A primeira preocupação é a proteção da indústria nacional e dos empregos.
Na era FHC a ordem era conter gastos, todo e qualquer gasto, em época de crise. Na era Lula/Dilma a ordem é conter custos e manter investimentos, sobretudo em infra-estrutura, o que garante crescimento sustentável a longo prazo, emprego, renda, consumo, etc.
Além do investimento em infra-estrutura, os programas sociais, o aumento real do salário mínimo, as bolsas do PROUNI, etc, ajudam muito na manutenção do desenvolvimento, redução de desigualdades e ampliação das oportunidades, o que garante crescimento a partir da base do mercado interno, antes desprezada.
Surge uma nova classe média, com novas necessidades e características. É um grande desafio para governos e empresas conhecer essa nova classe média e entender seus anseios. Muitas oportunidades de negócio podem surgir, basta deixar a ideologia político-partidária xenófoba ao lado.
Nos anos de FHC & Cia, o mote era subir juros em época de crise. E a crise, que já estava crítica, piorava ainda mais. Na era Lula/Dilma, o juro sobe quando tem que subir, mas o Banco Central não tem medo de cortar juro para enfrentar crise. Enfrenta o sistema financeiro e faz valer o que é bom para o Brasil.
O foco era abrir as fronteiras. Alca, Alce, Alci, Alco, seja lá o bloco que fosse o Brasil estava metido e sempre disposto a dar primeiro e receber, depois, um dia, quem sabe... Na era Lula/Dilma, o Brasil participa de todo e qualquer bloco, desde que isso signifique vantagens para a economia brasileira. A primeira preocupação é a proteção da indústria nacional e dos empregos.
Na era FHC a ordem era conter gastos, todo e qualquer gasto, em época de crise. Na era Lula/Dilma a ordem é conter custos e manter investimentos, sobretudo em infra-estrutura, o que garante crescimento sustentável a longo prazo, emprego, renda, consumo, etc.
Além do investimento em infra-estrutura, os programas sociais, o aumento real do salário mínimo, as bolsas do PROUNI, etc, ajudam muito na manutenção do desenvolvimento, redução de desigualdades e ampliação das oportunidades, o que garante crescimento a partir da base do mercado interno, antes desprezada.
Surge uma nova classe média, com novas necessidades e características. É um grande desafio para governos e empresas conhecer essa nova classe média e entender seus anseios. Muitas oportunidades de negócio podem surgir, basta deixar a ideologia político-partidária xenófoba ao lado.
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
Corrupção e hipocrisia
Sempre que me deparo com protestos contra a corrupção na política (alguém já viu protesto contra corrupção em outra área?)vem a minha mente o conceito de hipocrisia:
Significado de Hipocrisia
s.f. Vício que consiste em aparentar uma virtude, um sentimento que não se tem.
Fingimento, falsidade.
Fonte: http://www.dicio.com.br/hipocrisia/
As pessoas enchem o peito para criticar os políticos, mas dão um trocado para um policial; levam um troco a mais no mercado, no táxi, no ônibus, no aeroporto e ficam quietas. Ah! e Isso não é corrupção, então? Será que se essas pessoas tiverem uma chance de roubar mais elas não o farão?
E quantos que estão protestando votam em corrupto por conta de interesses?
E quantos que carregam faixas lembram em quem votaram na última eleição para deputado ou senador?
E a imprensa, que fala da corrupção como se ela tivesse nascido na política e fosse filha dileta do atual governo federal? Quer dizer então que a imprensa é imune? Ora, quem nunca ouviu falar de repórteres esportivos que constam na folha de clubes? Quem nunca ouviu falar na venda de reportagens para prejudicar inimigos políticos?
E a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)? Ainda bem que só tem advogado honesto, não é mesmo? E o bom é que sempre que surge algum desonesto, é "exemplarmente" punido pela OAB! plac...plac...plac... Palmas!
E os ...
Paremos por aqui, porque a chapa tá quente.
O fim da corrupção começa dentro de nossos lares, na educação das crianças e deve se estender pela nossa prática cotidiana exemplar (ao menos é o que se espera). Só erradicando da sociedade esse mal endêmico é que vamos ter resultados efetivos. E não esqueçamos: nós elegemos os políticos que saem do nosso meio; são cidadãos que representam a sociedade. Em resumo: menos balela e mais ação; cada um começando pela sua auto-crítica.
PARABÉNS A TODOS NÓS BRASILEIROS PELO 7 DE SETEMBRO. CONVIDO-VOS A CONSTRUIRMOS JUNTOS UMA NAÇÃO CADA VEZ MAIS DESENVOLVIDA, JUSTA E HONESTA. VIVA O BRASIL!
Significado de Hipocrisia
s.f. Vício que consiste em aparentar uma virtude, um sentimento que não se tem.
Fingimento, falsidade.
Fonte: http://www.dicio.com.br/hipocrisia/
As pessoas enchem o peito para criticar os políticos, mas dão um trocado para um policial; levam um troco a mais no mercado, no táxi, no ônibus, no aeroporto e ficam quietas. Ah! e Isso não é corrupção, então? Será que se essas pessoas tiverem uma chance de roubar mais elas não o farão?
E quantos que estão protestando votam em corrupto por conta de interesses?
E quantos que carregam faixas lembram em quem votaram na última eleição para deputado ou senador?
E a imprensa, que fala da corrupção como se ela tivesse nascido na política e fosse filha dileta do atual governo federal? Quer dizer então que a imprensa é imune? Ora, quem nunca ouviu falar de repórteres esportivos que constam na folha de clubes? Quem nunca ouviu falar na venda de reportagens para prejudicar inimigos políticos?
E a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)? Ainda bem que só tem advogado honesto, não é mesmo? E o bom é que sempre que surge algum desonesto, é "exemplarmente" punido pela OAB! plac...plac...plac... Palmas!
E os ...
Paremos por aqui, porque a chapa tá quente.
O fim da corrupção começa dentro de nossos lares, na educação das crianças e deve se estender pela nossa prática cotidiana exemplar (ao menos é o que se espera). Só erradicando da sociedade esse mal endêmico é que vamos ter resultados efetivos. E não esqueçamos: nós elegemos os políticos que saem do nosso meio; são cidadãos que representam a sociedade. Em resumo: menos balela e mais ação; cada um começando pela sua auto-crítica.
PARABÉNS A TODOS NÓS BRASILEIROS PELO 7 DE SETEMBRO. CONVIDO-VOS A CONSTRUIRMOS JUNTOS UMA NAÇÃO CADA VEZ MAIS DESENVOLVIDA, JUSTA E HONESTA. VIVA O BRASIL!
sexta-feira, 15 de julho de 2011
Altamiro Borges: A comunicação argentina começa a mudar
Altamiro Borges: A comunicação argentina começa a mudar: "Por Laurindo Lalo Leal Filho, na CartaCapital : Passou desapercebido por aqui. Não fosse a menção feita pelo jornalista Eric Nepomuceno, n..."
quarta-feira, 13 de julho de 2011
A derrocada e o perigoso jogo do futebol nacional
O futebol brasileiro atravessa uma das suas maiores crises. Falo principalmente no aspecto técnico. Ou alguém conseguiu nos últimos 8 anos se empolgar com a "bolinha" da seleção brasileira?
Penso que há várias coisas contribuindo para isso, mas algumas são mais impactantes, sendo uma em especial: o interesse financeiro. Cada vez mais empresários e procuradores, quando não acumulam ambas as funções, buscam negociar jogadores para o exterior, cada vez mais jovens.
Há alguns anos, os jogadores saiam do Brasil após se destacarem e darem títulos a seus clubes. Hoje, alguns sequer chegam a atuar no grupo principal. Alguns, inclusive, se formam nas categorias de base dos clubes estrangeiros.
Penso que a Lei Pelé teve sua parcela de responsabilidade. Reside nesse particular um curioso paradoxo: o Rei do nosso futebol, que tanto contribuiu para a popularização do esporte, pode ser um dos principais responsáveis pela sua derrocada, sobretudo pelas perdas financeiras dos clubes com a saída precoce de jogadores, sem a justa contrapartida financeira.
É evidente que há outros fatores. O efeito Ricardo Teixeira e sua ganância, certamente impacta na credibilidade e faz parecer que a ética é algo menos importante que os resultados, e estes menos importantes que o dinheiro. Estamos chegando ao ponto de ver brasileiros torcendo contra a seleção, acreditando que o fraco desempenho seria um tapa de luva no Sr. Teixeira e sua turma, incluindo a Rede Globo. Até as pedras sabem das falcatruas da Globo com a CBF e com o Corínthians, mas ninguém tem coragem de mexer nesse vespeiro. Você já viu a Globo divulgar as acusações que correm mundo afora contra Ricardo Teixeira?
As arbitragens também são de dar pena, ou nojo. Os erros chegam a ser grosseiros e desestimulam quem treina, joga e luta por resultados dentro de campo. Desestimula também as torcidas, já bastante ausentes e desconfiadas com tanta sacanagem. O visível e risível favorecimento ao Corínthians é outro fator, já reconhecido até pela imprensa paulista, tradicionalmente bairrista. Se é armação não se sabe, mas que existe favorecimento ao Corínthians existe.
Nossos dirigentes de clubes também não ficam para trás. Aliás, são eles que elegem o Sr. Teixeira. Vemos dirigientes gastando o que o clube não tem. Grande parte dos nossos clubes, ainda que vendesse todo o patrimônio, não pagaria a dívida. Vemos descalabros que não combinam com um país como o Brasil, onde há jogadores e técnicos de futebol que chegam a ganhar 20 ou 30 vezes mais do que ganha a Presidenta da República. Recentemente o Presidente do Corínthians chegou a anunciar a tentativa de pagar R$ 90 milhões para ter Carlitos Tevez de volta ao Timão. Um absurdo.
A única ilha nesse mar revolto é o futebol feminino, pobre futebol feminino. Dentro de campo muita luta e bom futebol. Fora de campo, abandono quase total, várias jogadoras desempregadas e outras tantas mal ganhando para sobreviver, afinal não dá dinheiro, embora as vezes até dê resultado. A única excessão talvez seja Marta, a "Pelé" do futebol feminino, que joga muito.
E assim seguimos. tudo isso vai desembocar na Copa do Mundo de 2014. É necessário que o governo e os órgãos de fiscalização tomem as rédeas e assumam a responsabilidade, com planejamento e controle. Se deixarem com o Sr. Teixeira, a coisa vai ser feia fora de campo. Dentro de campo, nossa "seleçãozinha" dificilmente vai empolgar, embora talvez até ganhe. Seria um absurdo o anfitrião Brasil não ganhar a copa, se é que me entendem.
Pano rápido, como diria Paulo Henrique Amorin.
Penso que há várias coisas contribuindo para isso, mas algumas são mais impactantes, sendo uma em especial: o interesse financeiro. Cada vez mais empresários e procuradores, quando não acumulam ambas as funções, buscam negociar jogadores para o exterior, cada vez mais jovens.
Há alguns anos, os jogadores saiam do Brasil após se destacarem e darem títulos a seus clubes. Hoje, alguns sequer chegam a atuar no grupo principal. Alguns, inclusive, se formam nas categorias de base dos clubes estrangeiros.
Penso que a Lei Pelé teve sua parcela de responsabilidade. Reside nesse particular um curioso paradoxo: o Rei do nosso futebol, que tanto contribuiu para a popularização do esporte, pode ser um dos principais responsáveis pela sua derrocada, sobretudo pelas perdas financeiras dos clubes com a saída precoce de jogadores, sem a justa contrapartida financeira.
É evidente que há outros fatores. O efeito Ricardo Teixeira e sua ganância, certamente impacta na credibilidade e faz parecer que a ética é algo menos importante que os resultados, e estes menos importantes que o dinheiro. Estamos chegando ao ponto de ver brasileiros torcendo contra a seleção, acreditando que o fraco desempenho seria um tapa de luva no Sr. Teixeira e sua turma, incluindo a Rede Globo. Até as pedras sabem das falcatruas da Globo com a CBF e com o Corínthians, mas ninguém tem coragem de mexer nesse vespeiro. Você já viu a Globo divulgar as acusações que correm mundo afora contra Ricardo Teixeira?
As arbitragens também são de dar pena, ou nojo. Os erros chegam a ser grosseiros e desestimulam quem treina, joga e luta por resultados dentro de campo. Desestimula também as torcidas, já bastante ausentes e desconfiadas com tanta sacanagem. O visível e risível favorecimento ao Corínthians é outro fator, já reconhecido até pela imprensa paulista, tradicionalmente bairrista. Se é armação não se sabe, mas que existe favorecimento ao Corínthians existe.
Nossos dirigentes de clubes também não ficam para trás. Aliás, são eles que elegem o Sr. Teixeira. Vemos dirigientes gastando o que o clube não tem. Grande parte dos nossos clubes, ainda que vendesse todo o patrimônio, não pagaria a dívida. Vemos descalabros que não combinam com um país como o Brasil, onde há jogadores e técnicos de futebol que chegam a ganhar 20 ou 30 vezes mais do que ganha a Presidenta da República. Recentemente o Presidente do Corínthians chegou a anunciar a tentativa de pagar R$ 90 milhões para ter Carlitos Tevez de volta ao Timão. Um absurdo.
A única ilha nesse mar revolto é o futebol feminino, pobre futebol feminino. Dentro de campo muita luta e bom futebol. Fora de campo, abandono quase total, várias jogadoras desempregadas e outras tantas mal ganhando para sobreviver, afinal não dá dinheiro, embora as vezes até dê resultado. A única excessão talvez seja Marta, a "Pelé" do futebol feminino, que joga muito.
E assim seguimos. tudo isso vai desembocar na Copa do Mundo de 2014. É necessário que o governo e os órgãos de fiscalização tomem as rédeas e assumam a responsabilidade, com planejamento e controle. Se deixarem com o Sr. Teixeira, a coisa vai ser feia fora de campo. Dentro de campo, nossa "seleçãozinha" dificilmente vai empolgar, embora talvez até ganhe. Seria um absurdo o anfitrião Brasil não ganhar a copa, se é que me entendem.
Pano rápido, como diria Paulo Henrique Amorin.
quarta-feira, 29 de junho de 2011
O peruano e o cego
Andava eu pela rua, uma das mais movimentadas da cidade.
Fecha o sinal e paro o carro.
O frio é intenso, mas o ar-condicionado ameniza.
De repente, um homem deficiente visual inicia a travessia da rua.
Ao seu lado, o ampara, um cidadão aparentando ascendência peruana.
Após conduzir o cego até o outro lado, o homem, cuja vestimenta denunciava a condição humilde, retorna para seu ponto de venda. Trata-se de um vendedor de CDs e instrumentos de música tipicamente peruana.
Enquanto isso, o cego segue seu caminho. Muitos passam por ele, mas sua condição parece não despertar outro sentimento senão pena.
O frio das madrugadas do inverno brasileiro, só não esfria o calor humano das pessoas que se compadecem, mas que também agem para amenizar a dificuldade alheia. Enquanto muitos seguem seu curso sem sequer observar o que acontece a sua volta, outros decidem agir.
São atitudes simples, mas que dizem muito.
Está faltando compaixão no Brasil. Não falo apenas de questões materiais, mas de atitudes genuínas de perdão, amor e respeito à vida e às diferenças. Faltam pensamentos e idéias positivas em relação ao outro. Estamos evoluindo economicamente, mas e moralmente, como estamos? O que estamos ensinando aos nossos jovens e crianças?
Belo exemplo o desse peruano.
Fecha o sinal e paro o carro.
O frio é intenso, mas o ar-condicionado ameniza.
De repente, um homem deficiente visual inicia a travessia da rua.
Ao seu lado, o ampara, um cidadão aparentando ascendência peruana.
Após conduzir o cego até o outro lado, o homem, cuja vestimenta denunciava a condição humilde, retorna para seu ponto de venda. Trata-se de um vendedor de CDs e instrumentos de música tipicamente peruana.
Enquanto isso, o cego segue seu caminho. Muitos passam por ele, mas sua condição parece não despertar outro sentimento senão pena.
O frio das madrugadas do inverno brasileiro, só não esfria o calor humano das pessoas que se compadecem, mas que também agem para amenizar a dificuldade alheia. Enquanto muitos seguem seu curso sem sequer observar o que acontece a sua volta, outros decidem agir.
São atitudes simples, mas que dizem muito.
Está faltando compaixão no Brasil. Não falo apenas de questões materiais, mas de atitudes genuínas de perdão, amor e respeito à vida e às diferenças. Faltam pensamentos e idéias positivas em relação ao outro. Estamos evoluindo economicamente, mas e moralmente, como estamos? O que estamos ensinando aos nossos jovens e crianças?
Belo exemplo o desse peruano.
terça-feira, 14 de junho de 2011
Inflação é fenômeno mundial
Recentemente as altas inflacionárias tem gerado análises que vão desde o otimismo até o exagero dos urubólogos de plantão, que adoram semear tragédias. Nisso, os analistas da Globo são mestres. Adoram estimular o pânico na economia, na saúde, na política, na segurança e tudo mais onde puder lhes render alguns pontos de audiência e algum desgaste ao governo. Dane-se o Brasil.
A realidade e os número estão mostrando, entretanto, que a pressão inflacionária não será forte o suficiente para desestabilizar a economia nacional. Os amargos remédios do Banco Central já estão surtindo efeito. A economia desacelera e a inflação também.
É importante destacar que dificilmente conseguiremos o necessário crescimento com uma inflação muito baixa. Isso porque a inflação não é um fenômeno brazuca, embora tente a imprensa fazer parecer que sim. No mundo todo os países enfrentam essa dificuldade. As manchetes na internet hoje apontam alta na China e nos EUA, por exemplo. Nos EUA a pressão ainda está no atacado, mas fatalmente chegará ao varejo. Também existem problemas na Índia, na Rússia e em vários outros países.
As causas principais da inflação mundial estão relacionadas ao aumento do consumo de alimentos, devido crescimento econômico que está gerando inclusão social, bem como a alta no preço do petróleo e do aço (e derivados). Ou seja, a economia mundial cresce e o sistema não consegue atender à demanda também crescente. Faltam investimentos em infra-estrutura e também na melhoria da produtividade agrícola e industrial.
O risco é que essa realidade comprometa a manutenção do ciclo. Há ainda o fato de que a crise de 2008 ainda não foi totalmente debelada, apesar dos trilhões de dólares lançados no mercado pelos governos. Outro perigo iminente é o excesso de endividamento, que pode gerar nova crise futura. Enfim, o cenário apresenta algumas ameaças que precisam ser monitoradas, a fim de se construir as alternativas necessárias para preservar o bom momento vivido pela economia do Brasil.
De qualquer forma, tranquilizemos, o dragão não será ressuscitado, embora eventualmente ouçamos algum rugido.
A realidade e os número estão mostrando, entretanto, que a pressão inflacionária não será forte o suficiente para desestabilizar a economia nacional. Os amargos remédios do Banco Central já estão surtindo efeito. A economia desacelera e a inflação também.
É importante destacar que dificilmente conseguiremos o necessário crescimento com uma inflação muito baixa. Isso porque a inflação não é um fenômeno brazuca, embora tente a imprensa fazer parecer que sim. No mundo todo os países enfrentam essa dificuldade. As manchetes na internet hoje apontam alta na China e nos EUA, por exemplo. Nos EUA a pressão ainda está no atacado, mas fatalmente chegará ao varejo. Também existem problemas na Índia, na Rússia e em vários outros países.
As causas principais da inflação mundial estão relacionadas ao aumento do consumo de alimentos, devido crescimento econômico que está gerando inclusão social, bem como a alta no preço do petróleo e do aço (e derivados). Ou seja, a economia mundial cresce e o sistema não consegue atender à demanda também crescente. Faltam investimentos em infra-estrutura e também na melhoria da produtividade agrícola e industrial.
O risco é que essa realidade comprometa a manutenção do ciclo. Há ainda o fato de que a crise de 2008 ainda não foi totalmente debelada, apesar dos trilhões de dólares lançados no mercado pelos governos. Outro perigo iminente é o excesso de endividamento, que pode gerar nova crise futura. Enfim, o cenário apresenta algumas ameaças que precisam ser monitoradas, a fim de se construir as alternativas necessárias para preservar o bom momento vivido pela economia do Brasil.
De qualquer forma, tranquilizemos, o dragão não será ressuscitado, embora eventualmente ouçamos algum rugido.
domingo, 29 de maio de 2011
O Plano "C"
Seria muita ingenuidade nossa, dos brasileiros, acreditar que a direita reacionária, que se locupletou do dinheiro público para reforçar seus privilégios, iria aceitar a terceira derrota seguida passivamente.
Durante a campanha presidencial do ano passado, a direita fez de tudo para ganhar, até mesmo cooptou José Serra para os porões do que existe de pior na política: preconceito, discriminação e radicalismo.
A derrota de Serra não gerou conformidade, ao contrário. Com a derrota de Serra, a direita deu-se conta de que precisava de um outro plano. Um plano "C", uma vez que o "B" era José Serra e o "A" também, considerando suas duas derrotas para presidência.
No início, o governo Dilma teve falsos afagos. Uma tentativa de gerar uma cortina de fumaça para o que estava sendo orquestrado e, quem sabe, até levar Dilma a baixar a guarda, facilitando o ataque derradeiro.
Não tardou e o ataque veio, de várias frentes. De um lado, o ataque a Palocci, ministro de confiança de Dilma e que está sendo atacado há dias, sem uma única prova sequer de que, de fato, tenha cometido alguma irregularidade. É o que Lula chama de "denuncismo", que feriu seus 8 anos de governo diversas vezes, algumas denúncias comprovadamente verdadeiras, outras tantas até hoje sem uma única prova.
De outro lado, a aprovação do código florestal. Mais do que uma derrota política, foi a vitória dos marginais que atacam o meio-ambiente e infestam a câmara federal, representados pela chamada bancada ruralista. Trata-se um exemplo do que existe de mais materialista e interesseiro nesse país. Logicamente que a imprensa está dando destaque e afirmando categoricamente que foi uma derrota da Presidenta, ardilosamente orquestrada pelo PMDB. Seria a primeira, de muitas que a oposição e a imprensa golpista sonham.
Outro ponto de ataque está no chamado kit anti-homofobia, preparado pelo ministério da educação. Trata-se de mais uma demonstração de preconceito. Está certo que o ministério da educação bem que podia ter avaliado melhor o conteúdo, mas o erro, agora, está virando arma nas mãos dos conservadores de direita para atacar o governo, visto como ofensor dos "bons costumes e da moral". É mais um "projétil" desferido contra o Ministro Fernando Haddad, que pelo seus relevantes serviços prestados a educação brasileira se tornou um dos alvos principais da elite, que não se conforma em ter que dividir o banco do avião com os emergentes sociais.
O mais recente ataque é contra a saúde de Dilma. A revista Época divulga o que é quase um desejo: que a saúde de Dilma não vai bem. Segunda a revista, Dilma tem diversos problemas de saúde. Foi necessário o Hospital e os médicos que atendem a Presidenta desmentir logo.
também recentemente, o presidente do PSDB diz que Dilma já não governa, contestando a liderança da Presidenta. Parece que o caminho é esse. Vão tentar a todo custo desconstituir Dilma e seu governo. A elite entreguista e interesseira, representada pela direita, que tem no DEM, no PSDB e na grande imprensa seus maiores defensores, não vai se conformar em ser governada passivamente por mais 4 anos, sem reagir aos desmandos de um governo que tem a petulância de: popularizar o automóvel e a viagem de avião; que reduz desigualdades e aproxima os direitos e deveres de todos os brasileiros; que torna o País respeitado e não se curva mais aos desejos americanos; que dá bolsa família ao pobre e que democratiza espaços de decisão e cidadania, atens reservados a poucos.
O pior em tudo isso é ver pessoas inteligentes e bem intencionadas embarcando nessa "canoa furada", como é o caso de jornalistas sérios e mesmo integrantes dos partidos governistas. Ao invés de defenderem o governo, se afugentam. Eles só tem a perder.
Para terminar, não se pode esquecer do PSD de Gilberto Kassab. Anunciado como dissidente da direita a se aproximar do governo, na prática, está se revelando um cavalo de tróia. Há fortes indícios de que as denúncias contra Palocci tenham partido de informações vazadas na Prefeitura de São Paulo. O PSD parece mais uma última trincheira, na tentativa de acolher quem desejar um partido novo, com vistas a reforçar a artilharia contra a esquerda em 2014. Certamente estarão unidos ao PSDB e ao DEM. A discórdia entre ambos parece mais jogo de cena do que atitude real. Essa eu vou acompanhar para ver no que vai dar.
Em todos esse episódios uma coisa fica clara: o interesse da direita, da grande mídia e da elite brasileira não é o bem-estar da nãção, mas a defesa de seus interesses, a busca pelo poder, a manutenção de privilégios e da submissão aos países ricos. Profundamente lamentável, mas verdadeiro. São Miguel Arcanjo que nos defenda. Amém.
Durante a campanha presidencial do ano passado, a direita fez de tudo para ganhar, até mesmo cooptou José Serra para os porões do que existe de pior na política: preconceito, discriminação e radicalismo.
A derrota de Serra não gerou conformidade, ao contrário. Com a derrota de Serra, a direita deu-se conta de que precisava de um outro plano. Um plano "C", uma vez que o "B" era José Serra e o "A" também, considerando suas duas derrotas para presidência.
No início, o governo Dilma teve falsos afagos. Uma tentativa de gerar uma cortina de fumaça para o que estava sendo orquestrado e, quem sabe, até levar Dilma a baixar a guarda, facilitando o ataque derradeiro.
Não tardou e o ataque veio, de várias frentes. De um lado, o ataque a Palocci, ministro de confiança de Dilma e que está sendo atacado há dias, sem uma única prova sequer de que, de fato, tenha cometido alguma irregularidade. É o que Lula chama de "denuncismo", que feriu seus 8 anos de governo diversas vezes, algumas denúncias comprovadamente verdadeiras, outras tantas até hoje sem uma única prova.
De outro lado, a aprovação do código florestal. Mais do que uma derrota política, foi a vitória dos marginais que atacam o meio-ambiente e infestam a câmara federal, representados pela chamada bancada ruralista. Trata-se um exemplo do que existe de mais materialista e interesseiro nesse país. Logicamente que a imprensa está dando destaque e afirmando categoricamente que foi uma derrota da Presidenta, ardilosamente orquestrada pelo PMDB. Seria a primeira, de muitas que a oposição e a imprensa golpista sonham.
Outro ponto de ataque está no chamado kit anti-homofobia, preparado pelo ministério da educação. Trata-se de mais uma demonstração de preconceito. Está certo que o ministério da educação bem que podia ter avaliado melhor o conteúdo, mas o erro, agora, está virando arma nas mãos dos conservadores de direita para atacar o governo, visto como ofensor dos "bons costumes e da moral". É mais um "projétil" desferido contra o Ministro Fernando Haddad, que pelo seus relevantes serviços prestados a educação brasileira se tornou um dos alvos principais da elite, que não se conforma em ter que dividir o banco do avião com os emergentes sociais.
O mais recente ataque é contra a saúde de Dilma. A revista Época divulga o que é quase um desejo: que a saúde de Dilma não vai bem. Segunda a revista, Dilma tem diversos problemas de saúde. Foi necessário o Hospital e os médicos que atendem a Presidenta desmentir logo.
também recentemente, o presidente do PSDB diz que Dilma já não governa, contestando a liderança da Presidenta. Parece que o caminho é esse. Vão tentar a todo custo desconstituir Dilma e seu governo. A elite entreguista e interesseira, representada pela direita, que tem no DEM, no PSDB e na grande imprensa seus maiores defensores, não vai se conformar em ser governada passivamente por mais 4 anos, sem reagir aos desmandos de um governo que tem a petulância de: popularizar o automóvel e a viagem de avião; que reduz desigualdades e aproxima os direitos e deveres de todos os brasileiros; que torna o País respeitado e não se curva mais aos desejos americanos; que dá bolsa família ao pobre e que democratiza espaços de decisão e cidadania, atens reservados a poucos.
O pior em tudo isso é ver pessoas inteligentes e bem intencionadas embarcando nessa "canoa furada", como é o caso de jornalistas sérios e mesmo integrantes dos partidos governistas. Ao invés de defenderem o governo, se afugentam. Eles só tem a perder.
Para terminar, não se pode esquecer do PSD de Gilberto Kassab. Anunciado como dissidente da direita a se aproximar do governo, na prática, está se revelando um cavalo de tróia. Há fortes indícios de que as denúncias contra Palocci tenham partido de informações vazadas na Prefeitura de São Paulo. O PSD parece mais uma última trincheira, na tentativa de acolher quem desejar um partido novo, com vistas a reforçar a artilharia contra a esquerda em 2014. Certamente estarão unidos ao PSDB e ao DEM. A discórdia entre ambos parece mais jogo de cena do que atitude real. Essa eu vou acompanhar para ver no que vai dar.
Em todos esse episódios uma coisa fica clara: o interesse da direita, da grande mídia e da elite brasileira não é o bem-estar da nãção, mas a defesa de seus interesses, a busca pelo poder, a manutenção de privilégios e da submissão aos países ricos. Profundamente lamentável, mas verdadeiro. São Miguel Arcanjo que nos defenda. Amém.
quinta-feira, 12 de maio de 2011
Críticas a Itaipú revelam face colonialista
As críticas injustas da oposição e setores da imprensa ao acordo do Brasil com o Paraguai para o aumento dos valores repassados por Itaipú, me fizeram refletir.
A grande mídia e os tucanos (incluindo os que fazem ninho na árvore do DEM) gostariam que São Paulo fosse o centro da Terra. Em não sendo possível, que ao menos fosse o Centro do Continente Brasil.
O nordeste seria a nova África, a fornecer escravos.
O Norte seria o novo “Brasil” a fornecer riquezas (como fizemos a Portugal).
O centro-oeste seria o local de expurgo dos inaptos ptistas e seus pares, que poderiam ser afogados no Lago Paranoá.
O Sul seria fornecedor de mão-de-obra (os feitores) e alguns insumos.
Os demais estados do sudeste seriam mercados consumidores; vizinhos que também volta e meia poderiam emprestar uma xícara de açúcar para o chá das cinco. Também deveriam ajudar a construir um muro de 45 metros de altura nas fronteiras para impedir a entrada de drogados, GLS, índios, negros, pobres e outras raças inferiores.
Os demais países da América Latina seriam neo-colônias em potencial.
Os Estados Unidos seriam o novo Vaticano, onde volta e meia se deveria ir para tomar a bênção, assistir a fumaça branca e entregar alguns barris de ouro.
E o resto do mundo? que mundo???
Fui!
A grande mídia e os tucanos (incluindo os que fazem ninho na árvore do DEM) gostariam que São Paulo fosse o centro da Terra. Em não sendo possível, que ao menos fosse o Centro do Continente Brasil.
O nordeste seria a nova África, a fornecer escravos.
O Norte seria o novo “Brasil” a fornecer riquezas (como fizemos a Portugal).
O centro-oeste seria o local de expurgo dos inaptos ptistas e seus pares, que poderiam ser afogados no Lago Paranoá.
O Sul seria fornecedor de mão-de-obra (os feitores) e alguns insumos.
Os demais estados do sudeste seriam mercados consumidores; vizinhos que também volta e meia poderiam emprestar uma xícara de açúcar para o chá das cinco. Também deveriam ajudar a construir um muro de 45 metros de altura nas fronteiras para impedir a entrada de drogados, GLS, índios, negros, pobres e outras raças inferiores.
Os demais países da América Latina seriam neo-colônias em potencial.
Os Estados Unidos seriam o novo Vaticano, onde volta e meia se deveria ir para tomar a bênção, assistir a fumaça branca e entregar alguns barris de ouro.
E o resto do mundo? que mundo???
Fui!
quarta-feira, 4 de maio de 2011
Al Quaeda e EUA: duas faces do terror
A ação americana para captura e morte de Bin Laden é um tributo a barbárie humana. Ela nos remete à máxima do “olho por olho, dente por dente”. Evidente que não se pode fazer a defesa de Bin Laden, um homem que coordenou ações que culminaram com a morte de milhares de pessoas. Entretanto, também não é possível compactuar com os métodos praticados por Obama.
A tortura empregada para testemunhas delatarem o líder da Al Quaeda, evidencia uma prática corriqueira nas prisões americanas, nem sempre feita com criminosos, é bom que se diga, mas muitas vezes levando inocentes aos lacres da dor e do desespero. Aainda que se faça contra criminosos, a prática da tortura faz supor que, embora extremamente desenvolvidos tecnologicamente, os Estados Unidos mantém um pé na idade média.
A invasão ao território paquistanês revela também a velha e nojenta faceta imperialista dos EUA, com seu hábito de exigir o cumprimento irrestrito das leis, porém na prática não fazem o mesmo.
As controvérsias sobre a situação da morte e a falta de uma prova cabal, ainda vão suscitar muitas dúvidas e teorias conspiratórias. Tem gente que nem acredita na existência de Osama, quanto mais crer na sua morte.
As informações do governo inicialmente apontavam que Osama estaria armado. Posteriormente agentes desmentiram. A ordem inicial seria pegá-lo vivo, disse a Casa Branca, informação negada por agentes, que afirmaram que Obama determinou a morte. Contradições de um governo que, embora tenha uma faceta centro-esquerdista é, antes de tudo, americano; reflexo da sociedade americana. Assim sendo, traz no seu DNA a tradicional arrogância imperialista, agora ainda mais reforçada pela “vitória” sobre o terror. É tudo que os americanos precisavam para recuperar a auto-estima e o nacionalismo abalados por uma crise econômica devastadora. O mundo deve se cuidar, nem tanto da Al Quaeda, mas sim dos Estados Unidos da América.
A morte do líder terrorista também é um alento para Obama. Perseguido por uma crise econômica herdada do governo republicano e belicista de Bush, via sua popularidade cada vez mais abalada e ameaçando seriamente sua reeleição. Agora, em poucas horas, a aprovação do Presidente já subiu mais de onze pontos percentuais. Bin Laden ajudou a reeleger Bush Filho com o atentado de 11 de setembro e agora, quase 10 anos depois, sua morte deve ser decisiva para a reeleição de Barack Obama, seu algoz e pasmem: prêmio Nobel da Paz.
Que paz? Que democracia? Obama autoriza invasão na Líbia; instala novas bases militares mundo afora; invade países para prender inimigos; tortura pessoas para obter delações; mantém inocentes presos em condições desumanas em Guantanamo; esfola países pobres com uma política econômica nefasta; mantém tropas no Iraque, no Afeganistão e em tantos outros países; se cala ante a ação criminosa de Israel contra a Palestina, etc...etc...etc.
Que m... de paz é essa????? O que mais é necessário para Obama ser obrigado a devolver o prêmio que injustamente recebeu??????
A tortura empregada para testemunhas delatarem o líder da Al Quaeda, evidencia uma prática corriqueira nas prisões americanas, nem sempre feita com criminosos, é bom que se diga, mas muitas vezes levando inocentes aos lacres da dor e do desespero. Aainda que se faça contra criminosos, a prática da tortura faz supor que, embora extremamente desenvolvidos tecnologicamente, os Estados Unidos mantém um pé na idade média.
A invasão ao território paquistanês revela também a velha e nojenta faceta imperialista dos EUA, com seu hábito de exigir o cumprimento irrestrito das leis, porém na prática não fazem o mesmo.
As controvérsias sobre a situação da morte e a falta de uma prova cabal, ainda vão suscitar muitas dúvidas e teorias conspiratórias. Tem gente que nem acredita na existência de Osama, quanto mais crer na sua morte.
As informações do governo inicialmente apontavam que Osama estaria armado. Posteriormente agentes desmentiram. A ordem inicial seria pegá-lo vivo, disse a Casa Branca, informação negada por agentes, que afirmaram que Obama determinou a morte. Contradições de um governo que, embora tenha uma faceta centro-esquerdista é, antes de tudo, americano; reflexo da sociedade americana. Assim sendo, traz no seu DNA a tradicional arrogância imperialista, agora ainda mais reforçada pela “vitória” sobre o terror. É tudo que os americanos precisavam para recuperar a auto-estima e o nacionalismo abalados por uma crise econômica devastadora. O mundo deve se cuidar, nem tanto da Al Quaeda, mas sim dos Estados Unidos da América.
A morte do líder terrorista também é um alento para Obama. Perseguido por uma crise econômica herdada do governo republicano e belicista de Bush, via sua popularidade cada vez mais abalada e ameaçando seriamente sua reeleição. Agora, em poucas horas, a aprovação do Presidente já subiu mais de onze pontos percentuais. Bin Laden ajudou a reeleger Bush Filho com o atentado de 11 de setembro e agora, quase 10 anos depois, sua morte deve ser decisiva para a reeleição de Barack Obama, seu algoz e pasmem: prêmio Nobel da Paz.
Que paz? Que democracia? Obama autoriza invasão na Líbia; instala novas bases militares mundo afora; invade países para prender inimigos; tortura pessoas para obter delações; mantém inocentes presos em condições desumanas em Guantanamo; esfola países pobres com uma política econômica nefasta; mantém tropas no Iraque, no Afeganistão e em tantos outros países; se cala ante a ação criminosa de Israel contra a Palestina, etc...etc...etc.
Que m... de paz é essa????? O que mais é necessário para Obama ser obrigado a devolver o prêmio que injustamente recebeu??????
sábado, 30 de abril de 2011
Para Presidente do BID, Brasil será país de primeiro mundo em uma década
Para presidente do BID, Brasil será primeiro mundo em uma década
Na avaliação de Luis Alberto Moreno, País tem muito a contribuir para um novo pensamento econômico em âmbito mundial
Ilton Caldeira, enviado ao Rio de Janeiro | 29/04/2011 14:44
Para presidente do BID, educação é a chave para o crescimento do Brasil
O Brasil pode se tornar um País de primeiro mundo em cerca de dez anos, se mantiver a atual trajetória de crescimento sustentado, segundo projeção feita nesta sexta-feira pelo presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o colombiano Luis Alberto Moreno.
Em entrevista exclusiva ao iG durante o World Economic Forum on Latin America, no Rio de Janeiro, Moreno disse não haver dúvida que este é um grande momento para o Brasil aos olhos do mundo. O grande desafio, segundo o presidente do BID, é melhorar a qualidade da educação para que os jovens possam ter uma melhor inserção no mercado de trabalho e investir em desenvolvimento tecnológico.
“Com mais investimentos em educação será possível elevar de forma substancial a renda per capita para algo acima de US$ 12 mil em até dez anos e isso colocará o país em outro patamar no mundo, com perfil de um país de primeiro mundo”, disse o executivo.
“Temos no Brasil um bônus demográfico, classe média ascendente, um mercado doméstico aquecido e em expansão. Temos aqui todas as coisas de que o mundo necessita, mas é necessário qualificar melhor a mão de obra para aproveitar as oportunidades que estão surgindo e que devem impulsionar mais o crescimento”, acrescentou Moreno.
Pensamento econômico
Na avaliação do presidente do BID, O Brasil tem muito a contribuir para um novo pensamento econômico em âmbito mundial. De acordo com Moreno, os países desenvolvidos, que durante muitos anos deram lições dizendo ao Brasil o que deveria ser feito, agora têm de recorrer à experiência do País.
“O Brasil adotou medidas no passado que garantiram a solidez do sistema financeiro durante a crise”, disse Moreno. “Em 25 anos a América Latina teve 31 crises financeiras. Aqui estão todas as lições. Portanto não há dúvida de que o Brasil, como a maior economia da região, tem muito a contribuir com um novo pensamento econômico como a voz da América Latina”, afirmou.
Moreno ressaltou que o atual momento vivido pelo Brasil foi gerado pelo que classificou de “uma revolução silenciosa” que passa por eleições diretas, fortalecimento da democracia e políticas de desenvolvimento inovadoras como o Bolsa Família. “Esses fatores, somados ao aprendizado que se obteve com as crises financeiras, as boas e as más lições, possibilitou esse ambiente positivo”, disse.
Infraestrutura
Outro desafio, segundo o presidente do BID, são os investimentos em infraestrutura para poder suportar os eventos esportivos como a Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016. “Esses investimentos vão gerar muitos empregos e elevar a renda da população, mas isso depende dos investimentos agora. E o Brasil vencendo esses desafios poderá encarar novas demandas com muito mais preparo”, destacou.
A previsão do BID é investir cerca de US$ 12 bilhões nos próximos quatro anos em projetos em parceria com o governo federal e em âmbito estadual, principalmente na região Nordeste. “Temos muitas prioridades no Rio de Janeiro devido à Copa do Mundo e Olimpíadas com projetos de despoluição da Baía de Guanabara, na área de transportes como melhoria da estrutura viária e expansão de linhas do metrô, projetos sociais nas favelas para melhorar as condições de vida da população, principalmente na área de saneamento”, afirmou o executivo da instituição internancional.
Inflação
Para Moreno, o avanço da inflação não deverá comprometer a trajetória de crescimento do Brasil no longo prazo. “Tenho grande respeito pelo governo Dilma, que tem um perfil muito técnico e demonstra muita solidez para que o País possa avançar com muito êxito”, disse.
De acordo com o presidente do BID, as demandas sociais exigem inflação baixa e a luta para combater a forte elevação de preços será durante muito tempo um tema central. “A economia tem muitas variáveis que tornam difícil a tarefa de receitar um remédio correto para controlar a inflação. Não há uma fórmula pronta”, avaliou Moreno. “O que é necessário fazer é um ajuste fino definido ao longo do caminho. Tenho certeza de que o governo do Brasil tem consciência disso e de que as medidas adotadas até aqui são as mais corretas para o atual momento”, acrescentou o presidente do BID.
Via Portal IG.
Na avaliação de Luis Alberto Moreno, País tem muito a contribuir para um novo pensamento econômico em âmbito mundial
Ilton Caldeira, enviado ao Rio de Janeiro | 29/04/2011 14:44
Para presidente do BID, educação é a chave para o crescimento do Brasil
O Brasil pode se tornar um País de primeiro mundo em cerca de dez anos, se mantiver a atual trajetória de crescimento sustentado, segundo projeção feita nesta sexta-feira pelo presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o colombiano Luis Alberto Moreno.
Em entrevista exclusiva ao iG durante o World Economic Forum on Latin America, no Rio de Janeiro, Moreno disse não haver dúvida que este é um grande momento para o Brasil aos olhos do mundo. O grande desafio, segundo o presidente do BID, é melhorar a qualidade da educação para que os jovens possam ter uma melhor inserção no mercado de trabalho e investir em desenvolvimento tecnológico.
“Com mais investimentos em educação será possível elevar de forma substancial a renda per capita para algo acima de US$ 12 mil em até dez anos e isso colocará o país em outro patamar no mundo, com perfil de um país de primeiro mundo”, disse o executivo.
“Temos no Brasil um bônus demográfico, classe média ascendente, um mercado doméstico aquecido e em expansão. Temos aqui todas as coisas de que o mundo necessita, mas é necessário qualificar melhor a mão de obra para aproveitar as oportunidades que estão surgindo e que devem impulsionar mais o crescimento”, acrescentou Moreno.
Pensamento econômico
Na avaliação do presidente do BID, O Brasil tem muito a contribuir para um novo pensamento econômico em âmbito mundial. De acordo com Moreno, os países desenvolvidos, que durante muitos anos deram lições dizendo ao Brasil o que deveria ser feito, agora têm de recorrer à experiência do País.
“O Brasil adotou medidas no passado que garantiram a solidez do sistema financeiro durante a crise”, disse Moreno. “Em 25 anos a América Latina teve 31 crises financeiras. Aqui estão todas as lições. Portanto não há dúvida de que o Brasil, como a maior economia da região, tem muito a contribuir com um novo pensamento econômico como a voz da América Latina”, afirmou.
Moreno ressaltou que o atual momento vivido pelo Brasil foi gerado pelo que classificou de “uma revolução silenciosa” que passa por eleições diretas, fortalecimento da democracia e políticas de desenvolvimento inovadoras como o Bolsa Família. “Esses fatores, somados ao aprendizado que se obteve com as crises financeiras, as boas e as más lições, possibilitou esse ambiente positivo”, disse.
Infraestrutura
Outro desafio, segundo o presidente do BID, são os investimentos em infraestrutura para poder suportar os eventos esportivos como a Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016. “Esses investimentos vão gerar muitos empregos e elevar a renda da população, mas isso depende dos investimentos agora. E o Brasil vencendo esses desafios poderá encarar novas demandas com muito mais preparo”, destacou.
A previsão do BID é investir cerca de US$ 12 bilhões nos próximos quatro anos em projetos em parceria com o governo federal e em âmbito estadual, principalmente na região Nordeste. “Temos muitas prioridades no Rio de Janeiro devido à Copa do Mundo e Olimpíadas com projetos de despoluição da Baía de Guanabara, na área de transportes como melhoria da estrutura viária e expansão de linhas do metrô, projetos sociais nas favelas para melhorar as condições de vida da população, principalmente na área de saneamento”, afirmou o executivo da instituição internancional.
Inflação
Para Moreno, o avanço da inflação não deverá comprometer a trajetória de crescimento do Brasil no longo prazo. “Tenho grande respeito pelo governo Dilma, que tem um perfil muito técnico e demonstra muita solidez para que o País possa avançar com muito êxito”, disse.
De acordo com o presidente do BID, as demandas sociais exigem inflação baixa e a luta para combater a forte elevação de preços será durante muito tempo um tema central. “A economia tem muitas variáveis que tornam difícil a tarefa de receitar um remédio correto para controlar a inflação. Não há uma fórmula pronta”, avaliou Moreno. “O que é necessário fazer é um ajuste fino definido ao longo do caminho. Tenho certeza de que o governo do Brasil tem consciência disso e de que as medidas adotadas até aqui são as mais corretas para o atual momento”, acrescentou o presidente do BID.
Via Portal IG.
quinta-feira, 21 de abril de 2011
A mídia continua apavorando
A Mídia brasileira continua apavorando as pessoas. Todos os dias, em todos os veículos de comunicação, só se fala nela, ou nele: a inflação ou o dragão da inflação.
O comportamento da mídia, para um desavisado, faz supor que estamos com uma inflação de 80% ao mês.
É evidente que o aumento de preços não é algo bom, entretanto, mais uma vez a mídia presta um desserviço ao país. Quando a mídia insiste no tema e faz um verdadeiro carnaval, isso de certa forma incentiva as pessoas a aumentarem o problema e também estimula o reajuste de preços. Temos, portanto, um círculo vicioso. Esse fenômeno não é novo no Brasil. É parecido com o que já aconteceu com a gripe suína e com a crise de 2008. A imprensa bate e insiste tanto no tema, que acaba apavorando as pessoas. Sob efeito psicológico, a população tende a não apenas acreditar, mas sobretudo reproduzir atitudes que reforçam e ampliam o problema em questão.
Alerto, portanto, de que o problema da inflação está sendo superestimado. As ações já definidas e implantadas pelo governo, embora duras, são necessárias nesse momento e a médio prazo vão gerar uma queda nos índices inflacionários.
O remédio poderia não ser tão amargo se pudéssemos lançar mão de outros elementos, sem onerar tanto as taxas de juros, que empacam investimentos. Isso só poderá ser implantado, entretanto, após o ajuste nas contas públicas, já iniciado pela Presidenta Dilma. Esse ajuste deve surtir efeito no médio e longo prazos. Acredita-se que até meados de 2014/2015 teremos uma taxa de juros mais realista, considerando o mercado internacional.
O que eu considero imprescindível é que o governo acelere a aplicação das medidas necessárias para promover esse ajuste.
O comportamento da mídia, para um desavisado, faz supor que estamos com uma inflação de 80% ao mês.
É evidente que o aumento de preços não é algo bom, entretanto, mais uma vez a mídia presta um desserviço ao país. Quando a mídia insiste no tema e faz um verdadeiro carnaval, isso de certa forma incentiva as pessoas a aumentarem o problema e também estimula o reajuste de preços. Temos, portanto, um círculo vicioso. Esse fenômeno não é novo no Brasil. É parecido com o que já aconteceu com a gripe suína e com a crise de 2008. A imprensa bate e insiste tanto no tema, que acaba apavorando as pessoas. Sob efeito psicológico, a população tende a não apenas acreditar, mas sobretudo reproduzir atitudes que reforçam e ampliam o problema em questão.
Alerto, portanto, de que o problema da inflação está sendo superestimado. As ações já definidas e implantadas pelo governo, embora duras, são necessárias nesse momento e a médio prazo vão gerar uma queda nos índices inflacionários.
O remédio poderia não ser tão amargo se pudéssemos lançar mão de outros elementos, sem onerar tanto as taxas de juros, que empacam investimentos. Isso só poderá ser implantado, entretanto, após o ajuste nas contas públicas, já iniciado pela Presidenta Dilma. Esse ajuste deve surtir efeito no médio e longo prazos. Acredita-se que até meados de 2014/2015 teremos uma taxa de juros mais realista, considerando o mercado internacional.
O que eu considero imprescindível é que o governo acelere a aplicação das medidas necessárias para promover esse ajuste.
sábado, 5 de fevereiro de 2011
O pós-Lula e o início da era Dilma
Após oito anos, acabou (ao menos por enquanto), o governo Lula. Foi um governo marcante, sem dúvida. Foi um marco histórico. Eu não tenho dúvida de que no futuro o Brasil será lembrado por épocas distintas: antes e depois de Lula.
Os avanços sociais e econômicos foram marcantes. O Brasil melhorou em todas as áreas.
Evidente que o governo teve suas falhas, mas o saldo foi mais do que positivo.
O que vemos no Pós-Lula é que as grandes redes da imprensa brasileira continuam tentando desconstituir a imagem e o trabalho de Lula. Elas não se conformam e jamais se conformarão com o fato Dele ter feito o sucesso que fez. Com Lula fora da presidência, julgam que seja mais fácil. A grande imprensa passou oito anos tentando derrubar Lula e não conseguiu. Agora tentam derreter sua popularidade para impedir que ele tente uma nova candidatura em 2014 ou 2018.
Para dar andamento ao seu intento, a imprensa eventualmente exalta algumas coisas do governo Dilma e faz questão de colocá-las em confronto com o antecessor. Ao menos por enquanto é o caminho que tentam trilhar. Enquanto isso, pensam em uma forma de atacar Dilma. Discreta e com perfil de gestora, Dilma deixa poucos flancos. É como um lutador que conhece o adversário e sabe de onde virão os golpes, por isso sabe se proteger.
A ação mais forte da imprensa oposicionista tem sido tentar atacar todos os anúncios feitos pelo governo. Nessa semana Dilma anunciou remédios grátis para diabetes e hipertensão. A Globo logo tratou de trazer reportagens com "especialistas" no assunto, criticando a medida, alegando-a incompleta. Evidente que seria subjugar a inteligência da Presidenta acreditar que ela imagina resolver todos os problemas da saúde pública com essa medida. Mas trata-se de uma ação importante. Outras tantas virão, podem ter certeza. O governo está no rumo. Dilma sabe o que fazer e está peitando representantes da políticagem mesquinha como poucos tiveram coragem de fazer. demonstrou isso ao nomear Decat para a Presidência de Furnas. Quer mais perfis técnicos e menos políticos.
Apesar das dificuldades impostas pela política, Dilma demonstra coragem e autoridade. Resta saber como vão se comportar os fisiologistas de plantão, principalmente os peemedebistas, daqui em diante. A oposição, via PSDB, está tentando minar a base aliada, alegando falta de habilidade da Presidenta. Visivelmente é uma tentativa de cooptar aliados. Oferecendo em troca o quê mesmo? Ninguém sabe. Aí reside a grande chance do insucesso.
O início de Dilma é promissor, mas além do fogo amigo do PMDB, há o fogo amigo dos sindicalistas. Numa tentativa clara de limpar de seus nomes a sujeira deixada pela aprovação do auto-reajuste dos deputados, integrantes da base aliada ligados ao movimento sindical tentam iniciar um movimento por salário mínimo de R$ 580,00. Estão usando de seu direito e obviamente deixaria muita gente feliz, inclusive a oposição. Nesse caso não seria pelos resultados sobre o poder de compra do povo. Acontece que os R$ 545,00 propostos pelo governo vem ao encontro de acordo realizado em 2007 com os mesmos sindicalistas e sua manutenção é fundamental para evitar rombos maiores na previdência e evitar novas pressões inflacionárias. Pelo acordo, os reajustes do mínimo são definidos de acordo com a inflação e o PIB. Nessa mesma lógica, já está garantido para 2012 um reajuste de pelo menos 10% para o salário mínimo. Sindicalistas sabem disso. Postura intransigente nesse momento é tiro no próprio pé. Espera-se que percebam isso.
Mas bem que a Dilma poderia aceitar reajustar a tabela do imposto de renda!!!!
Pano rápido.
Os avanços sociais e econômicos foram marcantes. O Brasil melhorou em todas as áreas.
Evidente que o governo teve suas falhas, mas o saldo foi mais do que positivo.
O que vemos no Pós-Lula é que as grandes redes da imprensa brasileira continuam tentando desconstituir a imagem e o trabalho de Lula. Elas não se conformam e jamais se conformarão com o fato Dele ter feito o sucesso que fez. Com Lula fora da presidência, julgam que seja mais fácil. A grande imprensa passou oito anos tentando derrubar Lula e não conseguiu. Agora tentam derreter sua popularidade para impedir que ele tente uma nova candidatura em 2014 ou 2018.
Para dar andamento ao seu intento, a imprensa eventualmente exalta algumas coisas do governo Dilma e faz questão de colocá-las em confronto com o antecessor. Ao menos por enquanto é o caminho que tentam trilhar. Enquanto isso, pensam em uma forma de atacar Dilma. Discreta e com perfil de gestora, Dilma deixa poucos flancos. É como um lutador que conhece o adversário e sabe de onde virão os golpes, por isso sabe se proteger.
A ação mais forte da imprensa oposicionista tem sido tentar atacar todos os anúncios feitos pelo governo. Nessa semana Dilma anunciou remédios grátis para diabetes e hipertensão. A Globo logo tratou de trazer reportagens com "especialistas" no assunto, criticando a medida, alegando-a incompleta. Evidente que seria subjugar a inteligência da Presidenta acreditar que ela imagina resolver todos os problemas da saúde pública com essa medida. Mas trata-se de uma ação importante. Outras tantas virão, podem ter certeza. O governo está no rumo. Dilma sabe o que fazer e está peitando representantes da políticagem mesquinha como poucos tiveram coragem de fazer. demonstrou isso ao nomear Decat para a Presidência de Furnas. Quer mais perfis técnicos e menos políticos.
Apesar das dificuldades impostas pela política, Dilma demonstra coragem e autoridade. Resta saber como vão se comportar os fisiologistas de plantão, principalmente os peemedebistas, daqui em diante. A oposição, via PSDB, está tentando minar a base aliada, alegando falta de habilidade da Presidenta. Visivelmente é uma tentativa de cooptar aliados. Oferecendo em troca o quê mesmo? Ninguém sabe. Aí reside a grande chance do insucesso.
O início de Dilma é promissor, mas além do fogo amigo do PMDB, há o fogo amigo dos sindicalistas. Numa tentativa clara de limpar de seus nomes a sujeira deixada pela aprovação do auto-reajuste dos deputados, integrantes da base aliada ligados ao movimento sindical tentam iniciar um movimento por salário mínimo de R$ 580,00. Estão usando de seu direito e obviamente deixaria muita gente feliz, inclusive a oposição. Nesse caso não seria pelos resultados sobre o poder de compra do povo. Acontece que os R$ 545,00 propostos pelo governo vem ao encontro de acordo realizado em 2007 com os mesmos sindicalistas e sua manutenção é fundamental para evitar rombos maiores na previdência e evitar novas pressões inflacionárias. Pelo acordo, os reajustes do mínimo são definidos de acordo com a inflação e o PIB. Nessa mesma lógica, já está garantido para 2012 um reajuste de pelo menos 10% para o salário mínimo. Sindicalistas sabem disso. Postura intransigente nesse momento é tiro no próprio pé. Espera-se que percebam isso.
Mas bem que a Dilma poderia aceitar reajustar a tabela do imposto de renda!!!!
Pano rápido.
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
Haverá alguém no mundo confiável?
Não. Simples assim.
Depois de algum tempo de vida, atualmente margeando o que chamam ardilosamente de meia-idade, cheguei a conclusão de que não existe uma só criatura na face da terra que seja confiável. Ao menos não totalmente confiável.
Tenho visto tantas coisas acontecendo em nível nacional, sobretudo na política, no esporte, nos negócios, na imprensa; tive tantas decepções com algumas pessoas em 2010e também já nesses poucos dias de 2011, que simplesmente concluí que ninguém no mundo é passível de ampla confiança.
A confiança se esvai diante do dinheiro e diante do poder. Nada nesse mundo é capaz de influenciar tanto as pessoas quanto dinheiro e poder. Vejam o paradoxo: pouca coisa ou quase nada nessa vida se faz sozinho, sem, de alguma forma, depender de outro. Confiança é apontada como uma das palavras-chave para o êxito de qualquer atividade. Mas, ao mesmo tempo, não se pode confiar em ninguém plenamente. Creio que nem eu sou muito confiável.
Estou decepcionado com o ser humano. Eu que sou um homem de RH e de gestão, que nada em meu trabalho faço sem apoio de outras pessoas; que dedico parte de minha vida a área da educação, vejo com imensa tristeza a grande e grave crise moral que vivemos.
Diz um Senhor, colega de trabalho, exemplo de correção, que “os tempos são outros”. Ele não se cansa de dizer que hoje em dia tudo está diferente; que as pessoas não se comprometem mais; que tudo é movido por interesse; que a honestidade é vista como caretice; que não existe mais desejo genuíno de cooperar ou de auxiliar as pessoas. Eu sempre concordei em parte. No meu íntimo pensava: “não é tanto assim”. Hoje percebo com pesar que ele está certo.
“Onde vamos parar?” pergunta ele atônito. Sinceramente eu não sei, mas tenho medo do futuro. Dói muito perceber pessoas que se tinha como confiáveis e leais jogarem tudo na lama por uns tostões e por poder. Tenho medo pelos meus filhos, principalmente. Como estará o mundo quando eles forem adultos?
Vivemos uma grave crise moral. Precisamos repensar nossa sociedade, nossa educação (familiar). Não precisamos de novos ideais. Precisamos recuperar os antigos: de confiança, honestidade e lealdade.
Depois de algum tempo de vida, atualmente margeando o que chamam ardilosamente de meia-idade, cheguei a conclusão de que não existe uma só criatura na face da terra que seja confiável. Ao menos não totalmente confiável.
Tenho visto tantas coisas acontecendo em nível nacional, sobretudo na política, no esporte, nos negócios, na imprensa; tive tantas decepções com algumas pessoas em 2010e também já nesses poucos dias de 2011, que simplesmente concluí que ninguém no mundo é passível de ampla confiança.
A confiança se esvai diante do dinheiro e diante do poder. Nada nesse mundo é capaz de influenciar tanto as pessoas quanto dinheiro e poder. Vejam o paradoxo: pouca coisa ou quase nada nessa vida se faz sozinho, sem, de alguma forma, depender de outro. Confiança é apontada como uma das palavras-chave para o êxito de qualquer atividade. Mas, ao mesmo tempo, não se pode confiar em ninguém plenamente. Creio que nem eu sou muito confiável.
Estou decepcionado com o ser humano. Eu que sou um homem de RH e de gestão, que nada em meu trabalho faço sem apoio de outras pessoas; que dedico parte de minha vida a área da educação, vejo com imensa tristeza a grande e grave crise moral que vivemos.
Diz um Senhor, colega de trabalho, exemplo de correção, que “os tempos são outros”. Ele não se cansa de dizer que hoje em dia tudo está diferente; que as pessoas não se comprometem mais; que tudo é movido por interesse; que a honestidade é vista como caretice; que não existe mais desejo genuíno de cooperar ou de auxiliar as pessoas. Eu sempre concordei em parte. No meu íntimo pensava: “não é tanto assim”. Hoje percebo com pesar que ele está certo.
“Onde vamos parar?” pergunta ele atônito. Sinceramente eu não sei, mas tenho medo do futuro. Dói muito perceber pessoas que se tinha como confiáveis e leais jogarem tudo na lama por uns tostões e por poder. Tenho medo pelos meus filhos, principalmente. Como estará o mundo quando eles forem adultos?
Vivemos uma grave crise moral. Precisamos repensar nossa sociedade, nossa educação (familiar). Não precisamos de novos ideais. Precisamos recuperar os antigos: de confiança, honestidade e lealdade.
O jornal nacional desta quinta feira foi irretocável.
Por Paulo Henrique Amorim
Sob a batuta do severo regente Heraldo Pereira, o jornal nacional descreveu a tragédia do Rio com inclinação indiscutível.
A culpa é do Lula.
Lula foi o responsável pela falta de dinheiro, segundo um polêmico site “Contas Abertas”, cujas contas, se abertas, podem surpreender.
Sergio Cabral negou categoricamente que Lula tivesse confiscado dinheiro do Rio.
Não interessa.
Uma repórter com a indumentária que anunciava Mautempo foi implacável: não chateia, seu Lula, o senhor vai para a forca.
A Mautempo copiou a manchete do Globo de hoje: a culpa é do Lula.
E a Dilma ?
A Dilma foi ao Rio ?
Pouco se percebeu.
Ou melhor, a ida de Dilma ao Rio foi um desastre tsunâmico.
Segundo a repórter Cristiana Serra, a Dilma só disse obviedades e foi vacilante, ambígua.
A Serra apareceu mais no VT do que a Dilma.
E para falar mal da Dilma.
E São Paulo ?
Parou de chover ?
A Vila Itaim está alagada ?
O trem do metrô não tem refrigeração e os passageiros têm que andar nos trilhos para poder respirar ?
Não.
Ali Kamel, o mais poderoso diretor de jornalismo da história da Globo e seu leal spalla, o Pereira, não mencionaram São Paulo.
São Paulo é Milão.
É Lucerne, na Suíça.
Ou algum lugar da Austrália, onde um brasileiro deu por telefone um testemunho absolutamente irrelevante no jn.
O jornal nacional não brinca em serviço.
Se o Governo quiser se explicar, que vá para a TV Brasil.
Ou espere o licor de jurubeba do ministro Paulo Bernardo: a banda larga.
A eleição da Dilma foi soterrada na região serrana do Rio pelo Heraldo e o Kamel.
Eles, sim, é que sabem o que interessa ao espectador brasileiro.
Viva o Brasil !
Sob a batuta do severo regente Heraldo Pereira, o jornal nacional descreveu a tragédia do Rio com inclinação indiscutível.
A culpa é do Lula.
Lula foi o responsável pela falta de dinheiro, segundo um polêmico site “Contas Abertas”, cujas contas, se abertas, podem surpreender.
Sergio Cabral negou categoricamente que Lula tivesse confiscado dinheiro do Rio.
Não interessa.
Uma repórter com a indumentária que anunciava Mautempo foi implacável: não chateia, seu Lula, o senhor vai para a forca.
A Mautempo copiou a manchete do Globo de hoje: a culpa é do Lula.
E a Dilma ?
A Dilma foi ao Rio ?
Pouco se percebeu.
Ou melhor, a ida de Dilma ao Rio foi um desastre tsunâmico.
Segundo a repórter Cristiana Serra, a Dilma só disse obviedades e foi vacilante, ambígua.
A Serra apareceu mais no VT do que a Dilma.
E para falar mal da Dilma.
E São Paulo ?
Parou de chover ?
A Vila Itaim está alagada ?
O trem do metrô não tem refrigeração e os passageiros têm que andar nos trilhos para poder respirar ?
Não.
Ali Kamel, o mais poderoso diretor de jornalismo da história da Globo e seu leal spalla, o Pereira, não mencionaram São Paulo.
São Paulo é Milão.
É Lucerne, na Suíça.
Ou algum lugar da Austrália, onde um brasileiro deu por telefone um testemunho absolutamente irrelevante no jn.
O jornal nacional não brinca em serviço.
Se o Governo quiser se explicar, que vá para a TV Brasil.
Ou espere o licor de jurubeba do ministro Paulo Bernardo: a banda larga.
A eleição da Dilma foi soterrada na região serrana do Rio pelo Heraldo e o Kamel.
Eles, sim, é que sabem o que interessa ao espectador brasileiro.
Viva o Brasil !
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
O Globo surta e culpa Lula pelas tragédias das chuvas!
por Augusto da Fonseca, no blog Festival de Besteiras na Imprensa
No dia 11 passado, escrevi um post – que repercutiu em toda a blogosfera -, com o título “Alaga São Paulo”: imprensa continua atuando de forma irresponsável!
Deslizamento de encosta em Itaipava
Neste post demonstrei como as Organizações Serra (Globo, Folha, Estadão e Veja, entre outros) se omitiam de cobrar dos governos tucanos e do DEM, no Estado de São Paulo, suas responsabilidades pelas tragédias que se seguem após cada chuva intensa, normal no verão.
Profeticamente, escrevi o seguinte parágrafo:
“Daqui a pouco, as Organizações Serra vão inventar um jeito de mostrar que tudo isso que ocorre anualmente em São Paulo é culpa do Lula e será culpa da Dilma.”
Não deu outra! O jornal O Globo – a rede Globo em geral – que passou estes últimos dois meses atribuindo às chuvas a culpa pelas seguintes enchentes, alagamentos, transbordamentos de rios em São Paulo, precisou de apens dois dias de tragédia no Rio para fazer o que?
Colocar a culpa de todas as tragédias no Governo Lula!!!
O Globo surtou de vez, ou será que os Marinho acham que um leitor medianamente esclarecido vai aceitar que as obras de contenção e de prevenção de encostas e a repressão à ocupação irregular das mesmas é culpa do governo federal?
Será que O Globo pensa que o seu leitor é burro o suficiente para não saber que o governo federal não tem atribuição para fazer nada disso, que são atribuições das Prefeituras e dos Governos Estaduais???
O Globo não sabe que o governo federal tem recursos financeiros para estados e municípios mas que só pode liberá-los mediante existência de projetos, o que raramente ocorre?
Quem tem atribuição para fazer mapeamento de risco? A Prefeitura ou o Governo do Estado.
Quem tem atribuição para reprimir as ocupações ilegais ou de risco nas encostas (incluindo a ocupação dos riscos nos morros da Zona Sul do Rio)? A Prefeitura e o Governo do Estado.
Quem tem atribuição para construir obras de contenção de encostas? A Prefeitura ou o Governo do Estado.
Quem tem atribuição para construir obras de amortecimento das enxurradas? A Prefeitura ou o Governo do Estado.
O governo federal, somente se solicitado e mediante projeto adequado, somente pode liberar algum recurso financeiro mas o grosso desses recursos têm que vir dos cofres das Prefeituras e dos Governos dos Estados.
***
Tenham certeza de que a rede Globo vai bater bumbo o dia inteiro na responsabilidade do Lula por tudo o que está acontecendo no Rio. Tudo o que ela tinha que ter feito em São Paulo e não fez.
Essa conjugação de omissão em relação a São Paulo e de exacerbação da luta política contra os governos Lula e Dilma dá toda a razão ao Paulo Henrique Amorim que os classifica como imprensa golpista.
Esse é o único objetivo do Globo: derrubar a Dilma, já que não conseguiu derrubar o Lula.
Nesse intento, esperem atuações patéticas do Jabor, da Míriam, do Merval, do Bonner, do Waack, do Piotto e de outros militantes do movimento “Derruba a Dilma“.
Para concluir, é importante ressaltar a minha posição. Eu não critico apenas o Serra e o Kassab. Ao contrário, eu sempre digo que o papel da chuva é chover, o papel dos governantes é eliminar ou minimizar os efeitos das chuvas intensas e das prolongadas, mas tão importante quanto, o papel de uma imprensa sadia – e não golpista – é informar corretamente e cobrar dos governantes – especialmente dos prefeitos e governadores – ações preventivas, com investimentos volumosos, mas também com ações de emergência, quando a tragédia ocorre.
No dia 11 passado, escrevi um post – que repercutiu em toda a blogosfera -, com o título “Alaga São Paulo”: imprensa continua atuando de forma irresponsável!
Deslizamento de encosta em Itaipava
Neste post demonstrei como as Organizações Serra (Globo, Folha, Estadão e Veja, entre outros) se omitiam de cobrar dos governos tucanos e do DEM, no Estado de São Paulo, suas responsabilidades pelas tragédias que se seguem após cada chuva intensa, normal no verão.
Profeticamente, escrevi o seguinte parágrafo:
“Daqui a pouco, as Organizações Serra vão inventar um jeito de mostrar que tudo isso que ocorre anualmente em São Paulo é culpa do Lula e será culpa da Dilma.”
Não deu outra! O jornal O Globo – a rede Globo em geral – que passou estes últimos dois meses atribuindo às chuvas a culpa pelas seguintes enchentes, alagamentos, transbordamentos de rios em São Paulo, precisou de apens dois dias de tragédia no Rio para fazer o que?
Colocar a culpa de todas as tragédias no Governo Lula!!!
O Globo surtou de vez, ou será que os Marinho acham que um leitor medianamente esclarecido vai aceitar que as obras de contenção e de prevenção de encostas e a repressão à ocupação irregular das mesmas é culpa do governo federal?
Será que O Globo pensa que o seu leitor é burro o suficiente para não saber que o governo federal não tem atribuição para fazer nada disso, que são atribuições das Prefeituras e dos Governos Estaduais???
O Globo não sabe que o governo federal tem recursos financeiros para estados e municípios mas que só pode liberá-los mediante existência de projetos, o que raramente ocorre?
Quem tem atribuição para fazer mapeamento de risco? A Prefeitura ou o Governo do Estado.
Quem tem atribuição para reprimir as ocupações ilegais ou de risco nas encostas (incluindo a ocupação dos riscos nos morros da Zona Sul do Rio)? A Prefeitura e o Governo do Estado.
Quem tem atribuição para construir obras de contenção de encostas? A Prefeitura ou o Governo do Estado.
Quem tem atribuição para construir obras de amortecimento das enxurradas? A Prefeitura ou o Governo do Estado.
O governo federal, somente se solicitado e mediante projeto adequado, somente pode liberar algum recurso financeiro mas o grosso desses recursos têm que vir dos cofres das Prefeituras e dos Governos dos Estados.
***
Tenham certeza de que a rede Globo vai bater bumbo o dia inteiro na responsabilidade do Lula por tudo o que está acontecendo no Rio. Tudo o que ela tinha que ter feito em São Paulo e não fez.
Essa conjugação de omissão em relação a São Paulo e de exacerbação da luta política contra os governos Lula e Dilma dá toda a razão ao Paulo Henrique Amorim que os classifica como imprensa golpista.
Esse é o único objetivo do Globo: derrubar a Dilma, já que não conseguiu derrubar o Lula.
Nesse intento, esperem atuações patéticas do Jabor, da Míriam, do Merval, do Bonner, do Waack, do Piotto e de outros militantes do movimento “Derruba a Dilma“.
Para concluir, é importante ressaltar a minha posição. Eu não critico apenas o Serra e o Kassab. Ao contrário, eu sempre digo que o papel da chuva é chover, o papel dos governantes é eliminar ou minimizar os efeitos das chuvas intensas e das prolongadas, mas tão importante quanto, o papel de uma imprensa sadia – e não golpista – é informar corretamente e cobrar dos governantes – especialmente dos prefeitos e governadores – ações preventivas, com investimentos volumosos, mas também com ações de emergência, quando a tragédia ocorre.
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Cobrança tardia (ou tudo igual na relação da mídia com os tucanos)
por Luiz Carlos Azenha
Passei o dia de ontem trabalhando na cobertura das enchentes de São Paulo. O mesmo filme de sempre: improvisação, improvisação, improvisação. Um governo incapaz de alertar os moradores da cidade — a não ser para gritar “não saiam de casa”. Um poder público irresponsável, que não arca com as consequências de sua incompetência. Tentativas de jogar a culpa exclusivamente em Deus ( “excesso de chuva”, imitando o “excesso de veículos” que congestiona as ruas, como se não houvesse relação entre congestionamento e governo/desgoverno) e na população (que joga lixo nas ruas). Falta de coleta? De varrição? Não é preciso andar muito por São Paulo para constatar que, além da população mal educada, o próprio poder público contribui com as enchentes ao abandonar as ruas da cidade ao Deus dará.
No meio da tarde, na rádio CBN, o locutor vocifera contra… a “farra dos passaportes”. Isso mesmo. O locutor da CBN, no dia em que São Paulo enfrentou uma das maiores enchentes dos últimos anos, prometia procurar o presidente da OAB para cobrar ação contra a “farra dos passaportes”. Este é o nível de indigência jornalística que permitiu que as coisas chegassem onde chegaram.
Registre-se que a Folha de S. Paulo passou os últimos dias muito ocupada com a “farra dos passaportes”, ou denunciando que o Exército gastou 6 mil reais com o ex-presidente Lula, com farta cobertura inclusive na primeira página.
Em 2009, em texto assinado por Conceição Lemes, o Viomundo denunciou que o governo Serra deixou de fazer a limpeza necessária na calha do rio Tietê, que atravessa a cidade e para a qual convergem outros rios e riachos que cortam a capital paulista. Agora, indiretamente, o governador Geraldo Alckmin admite que a Conceição tinha razão: “Há 2,1 milhões de metros cúbicos que precisam ser retirados do Tietê”, segundo Alckmin. O desassoreamento, afirma o governador, deve ser “eterno”. Tudo indica que o governo Serra negligenciou a manutenção da obra-vitrine do antecessor.
O que deu errado?, pergunta hoje a Folha na capa de um caderno.
É só olhar para o próprio caderno da Folha para entender: na contracapa do caderno dedicado às enchentes em São Paulo, aparece o artigo “O grande timoneiro”, no qual em tom de blague o articulista diz que “Lula só será realmente aclamado pelas massas se der ao Corinthians o Mundial, a Libertadores e um estádio”. A Folha, obcecada por Lula, enquanto São Paulo afunda…
As cobranças do jornal em relação aos governos paulistas são pontuais e não cobrem as questões realmente essenciais: o assoreamento do Tietê, a invasão das áreas de várzea, a presença física de uma central de abastecimento de frutas, verduras e legumes ao lado de um rio fétido que transborda, o (bom ou mau) gerenciamento das represas da Penha e do Cebolão, a falta de piscinões (são justificáveis do ponto-de-vista sanitário?), a obra de ampliação da marginal, a falta de transporte público, a falta de coordenação entre as prefeituras da região metropolitana e a submissão do planejamento da cidade aos interesses da especulação imobiliária (aquela, que anuncia maciçamente seus novos empreendimentos nos jornalões paulistas).
É de se estranhar que vá acontecer tudo de novo, igualzinho, no ano que vem?
Passei o dia de ontem trabalhando na cobertura das enchentes de São Paulo. O mesmo filme de sempre: improvisação, improvisação, improvisação. Um governo incapaz de alertar os moradores da cidade — a não ser para gritar “não saiam de casa”. Um poder público irresponsável, que não arca com as consequências de sua incompetência. Tentativas de jogar a culpa exclusivamente em Deus ( “excesso de chuva”, imitando o “excesso de veículos” que congestiona as ruas, como se não houvesse relação entre congestionamento e governo/desgoverno) e na população (que joga lixo nas ruas). Falta de coleta? De varrição? Não é preciso andar muito por São Paulo para constatar que, além da população mal educada, o próprio poder público contribui com as enchentes ao abandonar as ruas da cidade ao Deus dará.
No meio da tarde, na rádio CBN, o locutor vocifera contra… a “farra dos passaportes”. Isso mesmo. O locutor da CBN, no dia em que São Paulo enfrentou uma das maiores enchentes dos últimos anos, prometia procurar o presidente da OAB para cobrar ação contra a “farra dos passaportes”. Este é o nível de indigência jornalística que permitiu que as coisas chegassem onde chegaram.
Registre-se que a Folha de S. Paulo passou os últimos dias muito ocupada com a “farra dos passaportes”, ou denunciando que o Exército gastou 6 mil reais com o ex-presidente Lula, com farta cobertura inclusive na primeira página.
Em 2009, em texto assinado por Conceição Lemes, o Viomundo denunciou que o governo Serra deixou de fazer a limpeza necessária na calha do rio Tietê, que atravessa a cidade e para a qual convergem outros rios e riachos que cortam a capital paulista. Agora, indiretamente, o governador Geraldo Alckmin admite que a Conceição tinha razão: “Há 2,1 milhões de metros cúbicos que precisam ser retirados do Tietê”, segundo Alckmin. O desassoreamento, afirma o governador, deve ser “eterno”. Tudo indica que o governo Serra negligenciou a manutenção da obra-vitrine do antecessor.
O que deu errado?, pergunta hoje a Folha na capa de um caderno.
É só olhar para o próprio caderno da Folha para entender: na contracapa do caderno dedicado às enchentes em São Paulo, aparece o artigo “O grande timoneiro”, no qual em tom de blague o articulista diz que “Lula só será realmente aclamado pelas massas se der ao Corinthians o Mundial, a Libertadores e um estádio”. A Folha, obcecada por Lula, enquanto São Paulo afunda…
As cobranças do jornal em relação aos governos paulistas são pontuais e não cobrem as questões realmente essenciais: o assoreamento do Tietê, a invasão das áreas de várzea, a presença física de uma central de abastecimento de frutas, verduras e legumes ao lado de um rio fétido que transborda, o (bom ou mau) gerenciamento das represas da Penha e do Cebolão, a falta de piscinões (são justificáveis do ponto-de-vista sanitário?), a obra de ampliação da marginal, a falta de transporte público, a falta de coordenação entre as prefeituras da região metropolitana e a submissão do planejamento da cidade aos interesses da especulação imobiliária (aquela, que anuncia maciçamente seus novos empreendimentos nos jornalões paulistas).
É de se estranhar que vá acontecer tudo de novo, igualzinho, no ano que vem?
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
Dilma está certa, mas pode pagar caro
A Presidenta Dilma Rousseff está adotando uma postura corajosa nesse início de governo. Dilma insiste em contrariar a lógica da política brasileira.
Primeiro foi na divisão de cargos. Dilma bancou uma série de ministros técnicos, abrindo mão das indicações políticas. Enfrentou a resistência do PMDB em aceitar o nome indicado ao Ministério da Saúde (o qual eu creio que não era mesmo bom)e decidiu retirar o ministério do partido de Temer. Acabou assumindo Alexandre Padilha do PT e o PMDB teve de se contentar com o Ministério "Abacaxi" da Previdência.
Também contrariou interesses das correntes internas do PT e manteve os nomes de sua confiança.
Assim que assumiu, Dilma teve outro embate com o PMDB, dessa vez pelo segundo escalão. Dilma insistiu e insiste em ter nas estatais gestores ao invés de políticos. O Partido de Temer se revoltou porque perdeu espaço. Toda hierarquia de confiança dos Correios, por exemplo, foi demitida, na tentativa de acabar com foco de problemas que tanto incomodaram Lula. Pressão foi o que não faltou. O líder Henrique E. Alves ameaçou com aumento do salário mínimo acima do previsto no orçamento, o que geraria problemas na previdência e pressionaria a inflação. Todos queremos salário mínimo maior, mas agora não dá. Em 2012 o aumento será bom, devido cenário de crescimento econômico e inflação levemente mais alta.
Pode até ser que Dilma acabe cedendo em parte ás pressões. O recuo estratégico nas nomeações parece vir nesse sentido, mas não se enganem. Dilma não desistiu totalmente.
O mais recente embate com o partido do Vice está na formação do chamado núcleo de decisões ou, como preferem alguns, "núcleo duro do governo". O PMDB queria mais um integrante. A Presidenta alegou que Temer já representava o partido e negou o pedido.
A Presidenta está certa. O problema é que a política nacional não funciona dessa forma. O ex-Presidente Lula foi extremamente habilidoso nessa articulação. Fazendo algumas concessões conseguiu manter a coalizão com vários partidos. É visível que Dilma não tem a mesma disposição. Tomara que isso não crie maiores entraves, mas o governo precisa tomar cuidado para não sofrer boicote na Câmara e no Senado. Uma boa parcela de nossos congressistas (destacadamente alguns do PMDB) costuma ser absolutamente insensível às demandas nacionais ante o desejo pelo poder.
Que entre em ação a turma do "deixa disso".
Primeiro foi na divisão de cargos. Dilma bancou uma série de ministros técnicos, abrindo mão das indicações políticas. Enfrentou a resistência do PMDB em aceitar o nome indicado ao Ministério da Saúde (o qual eu creio que não era mesmo bom)e decidiu retirar o ministério do partido de Temer. Acabou assumindo Alexandre Padilha do PT e o PMDB teve de se contentar com o Ministério "Abacaxi" da Previdência.
Também contrariou interesses das correntes internas do PT e manteve os nomes de sua confiança.
Assim que assumiu, Dilma teve outro embate com o PMDB, dessa vez pelo segundo escalão. Dilma insistiu e insiste em ter nas estatais gestores ao invés de políticos. O Partido de Temer se revoltou porque perdeu espaço. Toda hierarquia de confiança dos Correios, por exemplo, foi demitida, na tentativa de acabar com foco de problemas que tanto incomodaram Lula. Pressão foi o que não faltou. O líder Henrique E. Alves ameaçou com aumento do salário mínimo acima do previsto no orçamento, o que geraria problemas na previdência e pressionaria a inflação. Todos queremos salário mínimo maior, mas agora não dá. Em 2012 o aumento será bom, devido cenário de crescimento econômico e inflação levemente mais alta.
Pode até ser que Dilma acabe cedendo em parte ás pressões. O recuo estratégico nas nomeações parece vir nesse sentido, mas não se enganem. Dilma não desistiu totalmente.
O mais recente embate com o partido do Vice está na formação do chamado núcleo de decisões ou, como preferem alguns, "núcleo duro do governo". O PMDB queria mais um integrante. A Presidenta alegou que Temer já representava o partido e negou o pedido.
A Presidenta está certa. O problema é que a política nacional não funciona dessa forma. O ex-Presidente Lula foi extremamente habilidoso nessa articulação. Fazendo algumas concessões conseguiu manter a coalizão com vários partidos. É visível que Dilma não tem a mesma disposição. Tomara que isso não crie maiores entraves, mas o governo precisa tomar cuidado para não sofrer boicote na Câmara e no Senado. Uma boa parcela de nossos congressistas (destacadamente alguns do PMDB) costuma ser absolutamente insensível às demandas nacionais ante o desejo pelo poder.
Que entre em ação a turma do "deixa disso".
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
Desafios perigosos para Dilma
O Governo mal começou e a Presidenta Dilma enfrenta alguns perigosos desafios.
O primeiro deles está na montagem do governo. Todo mundo sabe da sanha carguista do PMDB. O partido, que pousa de salvador e esteio da pátria é, na verdade, um sangue-suga que vive do poder. O PMDB só se mantém porque existe poder e o ícone dessa sanha é, sem dúvida, o Vice-Presidente Michel Temer.
O Sr. Michel Temer é homem perigoso. Ciro Gomes já alertou diversas vezes sobre seu perfil. O Vice-Presidente é homem que tem enorme influência no PMDB e, por conseguinte, pode emparedar qualquer Presidente. Basta ver que ele não renunciou à presidência do partido para assumir o novo posto, apenas licenciou-se. A popularidade e o carisma de Lula foram empecilhos ao aumento da fúria de Temer e do seu partido por cargos. A Presidenta Dilma não tem os mesmos predicados e créditos políticos que seu antecessor. É nisso que o PMDB está apostando para pressioná-la.
O mais forte instrumento de pressão está no congresso. O PMDB sabe que sem o partido na Câmara e no Senado, ficará difícil para Dilma governar. Então, ameaçam com boicote e com votações contrárias aos interesses do governo que, por delegação popular, também devem ser os interesses nacionais. O salário mínimo é um exemplo.
Todo mundo sabe que o salário mínimo precisaria ser melhor. Mas todo mundo sabe também que o Governo Lula fez uma das mais extraordinárias recuperações do salário mínimo da história. Acontece que, nesse momento, o governo precisa segurar os gastos e o fluxo financeiro para conter a inflação e poder baixar os juros. O PMDB sabe dos riscos que o País corre, mas está posando de bom moço, propondo aumento maior do salário mínimo. Interesse no bem do povo? Não. O objetivo é pressionar Dilma a dar mais cargos ao partido. Sempre que quer aumentar seu espaço no poder o PMDB ameaça. Com todo apoio popular, Lula tinha salvaguarda e jogo de cintura.
Uma das coisas que irritou o PMDB foi o fato de Dilma ter ordenado a exoneração de integrantes do partido que ocupavam cargos de segundo escalão, principalmente em diretorias dos Correios. Segundo o novo Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, a Presidenta ordenou tal mudança para que técnicos assumissem os cargos. Ela não queria mais políticos, mas gestores, o que é fundamental para o sucesso de qualquer empresa, mormente as de interesse público. Além disso, os Correios foram alvo de várias denúncias nos últimos meses e Dilma queria uma total mudança na estatal. Acontece que o PMDB não quer perder espaço e controle de grandes orçamentos, que dão visibilidade política. Dilma já se viu obrigada e recuar e segurar novas nomeações de segundo escalão. Terá que negociar melhor.
O fato de ter o Vice-Presidente da República pouco importa ao PMDB. O interesse nacional pouco importa ao PMDB. O que importa é o poder. O Vice, agora impedido de fazer de público sua tradicional pressão, pela responsabilidade do cargo, usa interlocutores. Entram em campo o líder do partido na câmara e outros lacaios de Temer.
Sinceramente, para todos nós que acreditamos no Brasil e queremos ver crescer sua grandeza, é tremendamente decepcionante ver que um partido que nasceu da luta pela democracia esteja tão umbilicalmente vinculado a busca pelo comando a qualquer preço. Não existe mais ideologia no PMDB. O partido virou uma trincheira de interesses, as vezes não bem explicados.
Mais respeito merecem os peemedebistas que se mantém fiéis na oposição. Ao menos esses conservam certa coerência.
Vida longa à Dilma. Que Deus dê muita saúde e proteção a nossa Presidenta. Espero que Ela e Lula saibam com quem estão lidando e, principalmente, saibam como agir ante esse risco à nação brasileira que o PMDB e Michel Temer representam.
De qualquer forma, se eu pudesse dar um conselho à Dilma, diria para aumentar a segurança pessoal e dormir igual quero-quero (ave típica do sul do Brasil), mantendo um olho bem aberto.
O primeiro deles está na montagem do governo. Todo mundo sabe da sanha carguista do PMDB. O partido, que pousa de salvador e esteio da pátria é, na verdade, um sangue-suga que vive do poder. O PMDB só se mantém porque existe poder e o ícone dessa sanha é, sem dúvida, o Vice-Presidente Michel Temer.
O Sr. Michel Temer é homem perigoso. Ciro Gomes já alertou diversas vezes sobre seu perfil. O Vice-Presidente é homem que tem enorme influência no PMDB e, por conseguinte, pode emparedar qualquer Presidente. Basta ver que ele não renunciou à presidência do partido para assumir o novo posto, apenas licenciou-se. A popularidade e o carisma de Lula foram empecilhos ao aumento da fúria de Temer e do seu partido por cargos. A Presidenta Dilma não tem os mesmos predicados e créditos políticos que seu antecessor. É nisso que o PMDB está apostando para pressioná-la.
O mais forte instrumento de pressão está no congresso. O PMDB sabe que sem o partido na Câmara e no Senado, ficará difícil para Dilma governar. Então, ameaçam com boicote e com votações contrárias aos interesses do governo que, por delegação popular, também devem ser os interesses nacionais. O salário mínimo é um exemplo.
Todo mundo sabe que o salário mínimo precisaria ser melhor. Mas todo mundo sabe também que o Governo Lula fez uma das mais extraordinárias recuperações do salário mínimo da história. Acontece que, nesse momento, o governo precisa segurar os gastos e o fluxo financeiro para conter a inflação e poder baixar os juros. O PMDB sabe dos riscos que o País corre, mas está posando de bom moço, propondo aumento maior do salário mínimo. Interesse no bem do povo? Não. O objetivo é pressionar Dilma a dar mais cargos ao partido. Sempre que quer aumentar seu espaço no poder o PMDB ameaça. Com todo apoio popular, Lula tinha salvaguarda e jogo de cintura.
Uma das coisas que irritou o PMDB foi o fato de Dilma ter ordenado a exoneração de integrantes do partido que ocupavam cargos de segundo escalão, principalmente em diretorias dos Correios. Segundo o novo Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, a Presidenta ordenou tal mudança para que técnicos assumissem os cargos. Ela não queria mais políticos, mas gestores, o que é fundamental para o sucesso de qualquer empresa, mormente as de interesse público. Além disso, os Correios foram alvo de várias denúncias nos últimos meses e Dilma queria uma total mudança na estatal. Acontece que o PMDB não quer perder espaço e controle de grandes orçamentos, que dão visibilidade política. Dilma já se viu obrigada e recuar e segurar novas nomeações de segundo escalão. Terá que negociar melhor.
O fato de ter o Vice-Presidente da República pouco importa ao PMDB. O interesse nacional pouco importa ao PMDB. O que importa é o poder. O Vice, agora impedido de fazer de público sua tradicional pressão, pela responsabilidade do cargo, usa interlocutores. Entram em campo o líder do partido na câmara e outros lacaios de Temer.
Sinceramente, para todos nós que acreditamos no Brasil e queremos ver crescer sua grandeza, é tremendamente decepcionante ver que um partido que nasceu da luta pela democracia esteja tão umbilicalmente vinculado a busca pelo comando a qualquer preço. Não existe mais ideologia no PMDB. O partido virou uma trincheira de interesses, as vezes não bem explicados.
Mais respeito merecem os peemedebistas que se mantém fiéis na oposição. Ao menos esses conservam certa coerência.
Vida longa à Dilma. Que Deus dê muita saúde e proteção a nossa Presidenta. Espero que Ela e Lula saibam com quem estão lidando e, principalmente, saibam como agir ante esse risco à nação brasileira que o PMDB e Michel Temer representam.
De qualquer forma, se eu pudesse dar um conselho à Dilma, diria para aumentar a segurança pessoal e dormir igual quero-quero (ave típica do sul do Brasil), mantendo um olho bem aberto.
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